Aristides Rodrigues, pai de Emmily Rodrigues, recebeu a informações através de advogados nest quarta-feira (19). Empresário estava preso desde 30 de março, por suspeita de feminicídio. Empresário Francisco Sáenz Valiente é investigado por suspeita de feminicídio
Reprodução/Redes Sociais
O empresário Francisco Sáenz Valiente, suspeito de feminicídio pela morte da baiana Emmily Rodrigues, que caiu do sexto andar de um prédio na Argentina, foi solto nesta quarta-feira (19). A informação foi confirmada ao g1 pelo pai da brasileira, Aristides Rodrigues.
EMMILY RODRIGUES: Saiba quem era a baiana que morreu após cair de sexto andar de prédio na Argentina
“Fui avisado por meu advogados e vamos recorrer da decisão. Não concordamos com a decisão de que não há base para manter a prisão”, disse o pai de Emmily Rodrigues.
No início da semana, Aristides Rodrigues desmentiu a informação de que a família recebeu uma carta escrita pelo suspeito da morte da jovem.
“Vi a informação sobre essa carta pela Internet, a família nunca recebeu carta nenhuma. Isso só nos traz ainda mais sofrimento”, afirmou Aristides Rodrigues.
Emmily foi encontrada morta na quinta-feira (30)
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No material que está sendo divulgado por sites argentinos, o suspeito diz que a morte de Emmily foi acidental e que tentou salvá-la.
Segundo Aristides, a ação teve como objetivo criar uma boa imagem do suspeito, que estava preso por suspeita de feminicídio desde 30 de março – dia em que a vítima foi encontrada morta no térreo do prédio onde o empresário vive, em Buenos Aires.
Sites argentinos também afirmam que a autópsia da jovem concluiu que ela consumiu uma droga conhecida como “cocaína rosa” no dia da queda. O g1 entrou em contato com o advogado da família de Emmily, Ignacio Trimarco, que negou a informação. Segundo ele, os resultados dos exames toxicológicos e de alguns órgãos ainda não foram concluídos.
Em depoimento à polícia, o empresário disse que Emmily teve um surto psicótico e se jogou da janela. Na ocasião, ele ligou para o serviço de emergência da Argentina, deu o seu endereço e pediu que um policial fosse até o apartamento. Na ligação, é possível ouvir gritos de socorro de Emmily.
O pai da jovem não acredita na versão de suicídio defendida pelo suspeito, assim como as amigas que conviveram com ela na Argentina. Segundo o pai, no corpo da filha foram encontradas marcas de agressões que precedem a queda.
Pedidos de socorro
A brasileira Emmily Rodriguez
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Ao g1, o pai da vítima também contou que pelo menos uma pessoa que estava no edifício da frente viu a baiana pedir ajuda. Segundo ele, Emmily teria acenado na janela frontal do apartamento para chamar a atenção dos vizinhos. Momentos depois, ela caiu da janela localizada nos fundos do apartamento.
“Há registro de que vizinho da frente do prédio a viu se segurando e acenando na janela da frente do prédio. Depois, apareceu um homem que a puxou para dentro do apartamento. Ele provavelmente fez isto para impedir que pessoas a vissem”, contou.
O suposto vizinho do prédio da frente não teria sido o único que teria percebido algo estranho no apartamento: pessoas que moram no edifício do empresário também pediram ajuda para à polícia. Em uma das ligações, um homem avisa ao serviço de emergência que a jovem está gritando muito e pedindo ajuda; em outra, uma mulher diz que a vítima havia caído da janela.
As investigações seguem em andamento na Argentina e, até a manhã desta quarta, o corpo da brasileira ainda não foi liberado pela polícia. O desejo da família é que Emmily seja sepultada no Brasil.
Relembre caso:
Na noite do dia 29 de março, a brasileira Juliana Magalhães Mourão, de 37 anos, levou Emmily a um jantar com Francisco e outros amigos em Buenos Aires;
Depois do jantar, Emmily, Juliana, Francisco e uma terceira mulher foram para o apartamento do empresário, em uma área nobre da cidade;
Em 30 de março, um morador do prédio ligou para a polícia informando a presença de um corpo nu no andar térreo;
O empresário dono do apartamento, Francisco Sáenz Valiente, e Juliana Mourão foram presos pela polícia;
Juliana foi solta momentos depois, mas segue sob investigação;
Em depoimento à polícia, Francisco Sáenz Valiente disse que a brasileira se jogou da janela;
No dia 3 abril, o advogado da família de Emmily informou que o caso é tratado como feminicídio na Argentina;
Em 4 de abril, Aristides Rodrigues, pai de Emmily, deu entrevista à TV Bahia. Ele contestou a versão de suicídio e disse que o empresário e Juliana apresentavam marcas de arranhões;
Em entrevista ao g1, amigas de Emmily afirmaram que há tentativa de difamação contra a brasileira no país. Elas também não acreditam na versão de suicídio ou surto psicótico, que foram apresentadas pelo empresário. Segundo elas, Emmily não usava drogas e bebia pouco;
No dia 6 de abril, um áudio que faz parte dos anexos da investigação foi divulgado pela família de Emmily. A baiana aparece gritando por socorro ao fundo de uma ligação feita por Francisco Sáenz ao serviço de emergência da cidade;
Em 16 de abril, o pai de Emmily desmentiu a informação de que a família teria recebido carta manuscrita do suspeito. O caso segue sendo investigado pela polícia.
Em 19 de abril, o suspeito foi solto após determinação judicial.
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Investigado por morte de baiana que caiu de prédio na Argentina é solto, diz pai
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