BR-364 está com vários pontos crítico. A viagem de ônibus em Rio Branco, antes feitas em pouco mais de 10 horas, atualmente leva 17 horas. Em audiência pública sobre más condições da BR-364, Dnit diz que há R$ 207 milhões para obras na estrada
Tácita Muniz/g1
As más condições da BR-364 mais uma vez foi tema de audiência pública na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) nessa segunda-feira (17). Com vários pontos críticos, quem precisa da rodovia reclama da deterioração da rodovia. A viagem de ônibus entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, antes feitas em pouco mais de 10 horas, é feita em 17 horas.
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As constantes chuvas e enxurradas também agravaram a condição da estrada que liga o Acre a outros estados do país. Em março deste ano, uma cratera se abriu no km 102 da BR-364, na saída de Rio Branco após as fortes chuvas que atingiram a capital acreana.
Além dos deputados estaduais, estiveram no encontro, representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT-AC), Departamento de Estradas de Rodagens do Acre (Deracre), da Polícia Rodoviária Federal, da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), prefeitos e empresários. Os deputados federais Coronel Ulysses (União), Roberto Duarte (Republicanos) e Eduardo Veloso (União) também marcaram presença na reunião.
O superintendente do DNIT no Acre, Carlos Moraes, fez uma apresentação com os principais pontos e problema da BR-364 e também mostrando que trabalhos estão sendo feitos e disse durante a sessão que está previsto no orçamento para este ano um investimento de R$ 207 milhões para as obras da BR-364.
“Pontuou ainda que nos últimos quatro anos (2019-2022), os orçamentos destinados à rodovia caíram drasticamente com relação a 2018. Para se ter uma ideia, em 2018, o orçamento foi de R$ 185 milhões. Já em 2019, caiu para R$ 113 milhões. Em 2020, R$ 102 milhões. Os anos de 2021 e 2022 os orçamentos foram: R$ 127 milhões e R$ 92 milhões, respectivamente”, destaca o site oficial da Aleac.
O superintendente destacou ainda que é necessário fazer uma reconstrução da BR-364. A recuperação do trecho entre Sena Madureira a Feijó está previsto para iniciar no final do ano ou início de 2024, segundo Moraes.
“A BR-364 precisa de duas importantes ações. A primeira é a manutenção que não pode parar. A segunda linha é a reconstrução. Nós precisamos urgentemente de um Plano de Reconstrução dessa estrada, a nossa bancada precisa abraçar essa causa. Outra coisa, já temos projetos contratados, mas se trata de uma obra complexa e a gente não pode errar. Então não pode ter pressa para não cometermos erros”, disse na sessão.
Alguns parlamentares destacaram que as audiências públicas têm ocorrido com certa frequência e nada é resolvido.
“É uma vergonha. É isso que eu tenho para falar. Já participei de tantas audiências públicas e nada é resolvido. É muita falta de respeito com a dona Maria, residente de Marechal Thaumaturgo, que vem de ônibus por essa estrada para fazer seu tratamento de câncer na capital. Isso é desumano. A atual condição da BR 364 é um verdadeiro descaso, uma falta de respeito com o cidadão acreano”, disse Maria Antônia (Progressistas).
Edvaldo Magalhães (PCdoB) destacou ainda que o recurso não é o principal problema da estrada, mas destacou que não são apresentadas medidas efetivas para mudar esse cenário.
“Recurso não é o problema principal da BR-364. Do ponto de vista técnico, nós tivemos que apanhar muito para aprender e ainda não temos a solução. Temos uma técnica que ao longo do tempo as pessoas foram experimentando para encontrar uma solução mediana, essa é a verdade. Neste sentido, não é honesto do ponto de vista político dizer que temos que colocar um ponto final nessa novela porque não é assim que funciona. A BR-364 sempre vai precisar de manutenção, isso é um fato. Mesmo depois de pronta, reconstruída. Nosso desafio é a questão dos custos.”
Há trechos com muita lama e buraco
Tácita Muniz/g1
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Em audiência pública sobre más condições da BR-364, Dnit diz que há R$ 207 milhões para obras na estrada
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