Safra deste ano tem preços melhores do que no ano anterior, mas diminuindo. Produtores de mandioca em alerta no Paraná
A família Maia, de São João do Caiuá, noroeste do estado, trabalha com agricultura de mandiocas há mais de 20 anos. Mas, atualmente, o preço pago pela fécula na indústria não tem agradado o produtor.
“2023 começou bem promissor, com preço de R$ 2,10, mas, com o passar do tempo e a evolução da colheita, a gente está recebendo R$ 1,62”, comenta Cae Maia.
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Segundo o produtor, este preço, que vem caindo desde o início do ano, inviabiliza a atividade. “Nós temos um custo de produção estimado em R$ 1,80”, indica.
A medição do preço pago ao agricultor é feita por meio da quantidade de fécula na mandioca. Uma máquina faz a pesagem: são colocados cinco quilos da raiz e a máquina aponta quanto de fécula tem.
Para o diretor da Associação Brasileira de Produtores de Amido, Ivo Pierim, o mercado está se normalizando.
“Em função de problemas climáticos severos em 2020 e 2021, nós tivemos uma queda muito grande na produtividade da mandioca por área e no teor de amido mantido nas raízes. Isso fez com que, no fim do ano passado, a oferta ficasse menor. Nesse momento nós estamos tendo uma recuperação dessas lavouras e a oferta normalizou”, analisa.
De acordo com o Departamento de Economia Rural do Paraná, no primeiro trimestre desse ano o preço pago pela tonelada da mandioca tem passado da casa dos R$ 1.000. Preço esse que é 60% maior do que no mesmo período do ano passado.
Apesar disso, o que preocupa o produtor é essa queda causada pela redução no teor do amido.
Além do preço, a aparição da lagarta da mandioca fora de época é uma preocupação para o produtor, que tem que gastar com veneno para combater a praga e lidar com os danos nas raízes.
Para o engenheiro agrônomo Maciel Thuronyi a aparição de lagartas nesta época tem uma explicação.
“Ela não é comum, mas não tivemos um verão comum. Nós tivemos um verão com muita chuva e agora acabou abrindo o tempo – no final de fevereiro e março”.
“Começou o ataque da lagarta e ela prejudica muito. É um período que a planta está formada, acumulando amido. Quando dá um ataque severo nesse período você fica sem as folhas para a fotossíntese. Aniquila a capacidade produtiva da planta de acumular amido”, explica.
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Redução no amido e lagarta fora de época preocupam produtores de mandioca
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