Após seis dias internado e duas cirurgias para tratar uma hemorragia intracraniana, o presidente Lula recebeu alta hospitalar neste domingo (15). Um dos médicos da equipe que cuidou do presidente foi Rogério Tuma, filho de Romeu Tuma, que foi chefe do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) de São Paulo entre 1977 e 1982.
Romeu Tuma, pai de Rogério, foi chefe do Dops e apoiou Lula anos depois
O Dops era um dos principais órgãos de repressão da ditadura militar. Entre as suas atribuições, estava a investigação de greves, como as lideradas por Lula, então líder sindical dos metalúrgicos, na região do ABC paulista. Lula foi preso em abril de 1980, sob a acusação de “subversão” e ficou 31 dias detido na unidade chefiada por Romeu Tuma.
O Departamento foi extinto em 1983. O ex-chefe do Dops foi nomeado para a superintendência paulista da Polícia Federal. Depois, chegou à diretoria-geral da corporação. Elegeu-se senador em 1994, reelegendo-se no pleito seguinte, em 2002.
Nos dezesseis anos enquanto senador, filiou-se ao PL, PSL, PFL e, por fim, ao PTB, quando passou a integrar a base de apoio de Lula, já presidente da República.
Irmão de Rogério Tuma acusou Lula de ser amigo de seu pai e agir como ‘agente duplo’ na ditadura
Outro filho do ex-chefe do Dops e irmão de Rogério, o delegado Romeu Tume Junior acusou Lula, em uma entrevista ao Estadão em 2019, de ter sido colaborador da ditadura nos anos 1970 e 80.
“Lula era o tipo de agente duplo, ou seja, passava informações privilegiadas ao meu pai sobre movimentações dos sindicalistas e fazia o jogo das montadoras de veículos para conseguir atender às reivindicações tanto dos empresários quanto dos trabalhadores”, disse Tuma Junior na época.
Tuma Junior também é autor de um livro, lançado em 2013, em que afirma que nos relatórios do Dops da época consta um informante de codinome “Barba” e que ele havia visto Lula dormindo no sofá do Departamento.
As acusações de que Lula colaborou com o chefe do Dops, no entanto, nunca foram comprovadas e Lula jamais se manifestou sobre o assunto.
*Com informações da Agência Estado