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Doença, morte e política -1

Doença, morte e política -1FreePik

A relação entre doenças e política é, ou pode ser, delicada. Fora do país, há mortes bastante impactantes, como as de Abraham Lincoln e John Fitzgerald Kennedy. O primeiro foi morto num teatro. O segundo na rua. Ambos foram mortos a tiros.

Para quem gosta de “coincidências” – se é que elas existem – ambos foram assassinados numa sexta-feira, na presença de suas esposas. Ambos foram alvejados por trás e na cabeça. Lincoln foi eleito em 1860, e Kennedy em 1960. E nos dois casos, a sucessão foi feita por um vice de sobrenome Johnson: Andrew Johnson para Lincoln e Lyndon Johnson para Kennedy.

Nem sempre, porém, a morte chega de forma violenta para um governante e aí doença toma o seu espaço. Josef Stalin, o famoso ditador soviético, morreu em 1953 após um agonizante período final de vida e até hoje se levanta a hipótese de homicídio para a sua morte.

O também ditador egípicio, Gamal Abdel Nasser, morreu de infarto aos 52 anos, em 1970. Tanto no caso de Stalin, quanto no caso de Nasser, a sua sucessão pegou todos de surpresa, mas foi exercitada com intensa volúpia pelos postulantes ao cargo então desocupado.

Mais próximo de nós, tanto geográfica como temporalmente, Hugo Chaves, ditador venezuelano, faleceu em 2013, vitimado por um câncer que o acompanhava desde 2011. Tinha apenas 58 anos. No seu caso, a sucessão foi mais ou menos tranquila na figura de Nicolás Maduro, no poder até hoje.

Voltando os olhos para o Brasil, para quem já esqueceu, ou nada leu a respeito, em 1985 tivemos um presidente eleito de forma indireta pelo chamado “colégio eleitoral”, formado por congressistas, senadores e deputados.

O eleito era o mineiro Tancredo Neves, do PMDB, único partido de oposição à época, tendo sobrepujado o outro candidato, Paulo Maluf, do PDS, partido apoiado pelo ainda vigente governo militar. Ainda em 1962, Tancredo havia experimentado a chefia do governo federal, afinal, tinha sido escolhido primeiro-ministro, na única época em que o Brasil adotou o regime parlamentarista.

Em 1985, Tancredo ganhou, porém não levou. Melhor: ganhou, mas não tomou posse. Entre a eleição e a recepção da faixa presidencial, o presidente veio a falecer em decorrência de uma diverticulite mal tratada ainda em seu início em Brasília e que depois não pode ser debelada mesmo com a sua transferência para São Paulo.

Mesmo sem ter tomado posse efetiva do cargo, o que atrairia novas eleições, articulou-se para que o seu vice fosse empossado. José Sarney, assim, tomou posse e se tornou Presidente da República. O resto é história já conhecida.

Para ler mais textos meus e de outros pesquisadores, acesse www.institutoconvivccao.com.br.

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