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Queimadas em biomas brasileiros registram aumento de até 639% em 2024; veja levantamento

Em menos de um ano, os focos de incêndios em áreas naturais cresceram até 639% em algumas regiões do Brasil. As queimadas em biomas atingiram, principalmente, a região do Pantanal, superando a média histórica em 35%. As regiões amazônica e de cerrado também tiveram elevação em até 70%.

Entre no janeiro de outubro de 2024, queimadas em biomas brasileiros cresceram até 639% em algumas regiões

Entre no janeiro de outubro de 2024, queimadas em biomas brasileiros cresceram até 639% em algumas regiões – Foto: Mayangdi Inzaulgarat/Ibama

O levantamento foi realizado pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), considerando dados coletados entre janeiro e outubro de 2024.

Em outubro, o número de incêndios na Amazônia foi 11% superior à média dos últimos cinco anos, enquanto o Pantanal superou a média histórica em 35%. Já o Cerrado, embora em alta no acumulado do ano, teve uma queda de 20% em outubro.

Queimadas em biomas ameaçam diversidade, diz especialista

O especialista em mudanças climáticas do WWF (World Wide Fund for Nature) Brasil, Alexandre Prado, afirma que a incidência das queimadas poderá afetar, diretamente, as gerações futuras.

“A destruição causada pelos incêndios ameaça diretamente nossa biodiversidade e intensifica as mudanças climáticas ao liberar grandes quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera”, afirma Prado.

Ele destaca que a proximidade da COP29, em Baku, no Azerbaijão, traz uma oportunidade importante para discutir soluções urgentes para as queimadas em biomas, não só do Brasil, mas de todo o mundo.

Pantanal, Amazônia e o Cerrado foram os biomas mais atingidos pelas queimadas este ano

Pantanal, Amazônia e o Cerrado foram os biomas mais atingidos pelas queimadas este ano – Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil/ Reprodução/ ND

Entre janeiro e outubro de 2024, o Brasil registrou um aumento significativo nas queimadas em biomas. Comparando com o mesmo período de 2023, os crescimentos foram de:

  • 639% em áreas de Pantanal;
  • 70% em áreas de Cerrado;
  • 51% em regiões da Amazônia.

Para o especialista, há necessidade de cooperação global para promover a conscientização sobre a importância da biodiversidade e da conservação ambiental. “Somente com ações conjuntas poderemos mitigar os impactos dos incêndios e proteger o futuro do nosso planeta”, enfatizou.

Ação humana é responsável por incêndios, diz WWF-Brasil

De acordo com a especialista em Conservação do WWF-Brasil, Helga Correa, o aumento das queimadas em biomas brasileiros é um dos resultados da pressão extrema sobre os biomas produzida pela ação humana.

“A redução média de 73% nas populações de vida selvagem, monitoradas em apenas cinco décadas, é um sinal claro de que nossos ecossistemas estão sob pressão extrema, resultado de atividades humanas como queimadas e desmatamento”, afirma Helga.

Segundo ela, as conferências climáticas são uma oportunidade para que os países se unam em torno de compromissos globais de proteção ambiental. “Essas negociações não são apenas relevantes para a conservação de espécies, mas também essenciais para a saúde e o bem-estar da humanidade”, declara.

Bioma Pantanal teve aumento de 639% em queimadas

Bioma Pantanal teve aumento de 639% em queimadas – Foto: Marcelo Camargo /Agência Brasil/ Reprodução/ ND

Incêndios por bioma em 2024

  • Amazônia: de janeiro a outubro, a Amazônia registrou 120.821 focos de incêndio, um aumento de 51% em relação a 2023 e o maior índice desde 2007. Em outubro, embora os focos tenham sido 26,7% menores do que no mesmo período do ano passado, ainda ficaram 11,2% acima da média dos cinco anos anteriores;
  • Cerrado: com 76.655 focos registrados até o final de outubro, o Cerrado teve um aumento de 69,5% em relação a 2023. O índice atual é o mais alto para o período desde 2012. Em outubro, foram detectados 8.024 focos, uma queda de 4,1% em comparação ao ano anterior e 20% abaixo da média dos cinco anos anteriores;
  • Pantanal: teve um aumento de 639% nos focos de incêndio, passando de 1.933 no ano passado para 14.292 em 2024. Esse número é o segundo maior já registrado desde o início do monitoramento, em 1998, ficando atrás apenas de 2020, ano em que mais de 30% do bioma foi devastado. Em outubro, o Pantanal registrou 2.437 focos, um aumento de 110% em relação ao mesmo mês do ano anterior e 35,3% acima da média dos cinco anos anteriores.

*Com informações do R7.

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