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Jovem autista consegue emprego, mira a faixa preta no caratê e sonha ir para a faculdade: ‘desistir não é a minha opção’


Giulia Santana Fonseca, 18 anos, foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos cinco e contou ao g1 que a rotina dela representa uma vitória constante. Jovem com autismo consegue emprego em farmácia e comemora inclusão no litoral de SP
Giulia Fonseca
Uma jovem de 18 anos diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) conseguiu uma vaga no mercado de trabalho. Ela trabalha há seis meses em uma drogaria em Santos, no litoral de São Paulo, como assistente operacional. Giulia Santana Fonseca contou ao g1 que a rotina representa uma vitória constante e que desistir não é a opção dela.
A jovem disse que aprendeu a ler na 5ª série do Ensino Médio e, aos 16 anos, decidiu dar um passo ainda maior: fazer cursos para se preparar para uma vida profissional. “A oportunidade para o meu crescimento foi pelo Programa Ser Eficiente, que promoveu a minha integração e de outros autistas no mercado de trabalho”.
Ela se capacitou para os cargos de atendente e recepcionista. Após concluir o programa ela foi chamada para participar de uma entrevista em uma rede de drogarias. “Quando recebi a ligação, começou a minha insegurança”.
Ela pensava: “E se eu não passar? Tem muitos melhores do que eu”. De acordo com ela, a mãe a ajudou no processo e reforço que “ninguém era melhor do que ninguém”.
“[Ela disse] que era para eu fazer do meu jeitinho. Quando fui chamada, não acreditei, eu tremia”, contou.
A menina explicou ter sofrido bullying até esse momento de inclusão e conquista. “Eu tive depressão e achei que não fosse conseguir. Foram etapas bem complicadas e de sofrimento, mas agradeço por tudo. Enfrentar tudo isso me deu forças. A única certeza [que tenho] é que desistir não é a minha opção”.
Giulia vai completar seis meses, em maio, na função de assistente operacional na drogaria. Além do desenvolvimento profissional, ela disse que o trabalho ainda deu a ela a oportunidade de fazer novos amigos.
“Eles me tratam como muito carinho. Eu organizo as medicações, vejo valores dos remédios, faço lista dos remédio que estão acabando. Sinto que tenho uma família aqui. Estou segura com eles e com o que faço”, ressaltou.
A menina afirmou que ser autista tem suas dificuldades, mas que é preciso ter muita força de vontade. “Se você tem um objetivo é só ir atrás. Você vai conseguir realizar seu sonho, assim como eu consegui”, finaliza.
Sonhos
São oito anos no tatame e o objetivo da carateca é chegar na faixa preta.
Giulia Fonseca
Giulia contou que além de conseguir ser inserida no mercado de trabalho, ela realizou outro sonho. Aos 11 anos, ela iniciou as aulas de caratê. A jovem contou que um médico que a acompanhava aconselhou que ela praticasse algum esporte.
“Minha mãe escolheu o balé, mas eu não gostei. Pedi para seguir os passos do meu pai, que já praticava artes marciais”.
Mesmo com medo da filha se machucar, a mãe a matriculou nas aulas. “Eles [meus pais] acharam que eu não iria conseguir por muito tempo, mas estou até hoje [nas aulas]. Fiquei mais forte, comecei a me defender e vou até para competições”, disse, que treina há oito anos e mira na faixa preta.
Giulia não para por aí. Ela também almeja fazer uma faculdade após terminar o Ensino Médio. “Eu vou concluir esse ano meus primeiros estudos e, depois, quero fazer Educação Física e abrir uma academia, ou ser militar. Ainda não decidi”.
Diagnóstico
Segundo a menina, a família descobriu que ela tinha autismo ao cinco anos e foram momentos de muita insegurança. “A primeira a desconfiar que tinha algo diferente foi a minha mãe. Ela começou a notar que eu tinha fixação em brincar com cubos coloridos e não gostava de lugares barulhentos e tumultuados”.
Ainda segundo a jovem, a mãe pensava em como seria o futuro da filha. “Ela chorava por pensar que eu não iria conseguir ler, escrever e ter um futuro. Foi tudo bem difícil e desafiador”, contou ela.
Giulia explicou que os anos foram passando e ela decidiu enfrentar o preconceito e os obstáculos.Hoje, ela tem uma vida agitada e passa o dia fazendo atividades. “Fiz minha rotina e amo o que eu preparei para mim. De manhã vou para a escola, à tarde para a drogaria em Santos, e, à noite, pelo menos quatro vezes na semana, treino caratê”. finaliza ela.
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