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Câmara aprova moção de repúdio contra parlamentar que defendeu direito de fala de vereadora em Caeté, na Grande BH


Sérgio Santos (PP) saiu em defesa da vereadora Silvia Oliveira (PDT), única representante mulher no legislativo municipal, que teve a fala interrompida por outro parlamentar, Reinaldo Bacana (PP). Fachada da Câmara de Caeté, na Grande BH
Reprodução/Google Street View (nov. 2022)
Vereadores da Câmara de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, aprovaram uma moção de repúdio contra o parlamentar Sérgio Santos (PP), nesta terça-feira (25), após ele sair em defesa da vereadora Silvia Oliveira (PDT), a única mulher no legislativo municipal. Sérgio usou a tribuna para pedir que o direito de Silvia à fala, sem interrupções, seja respeitado.
O problema começou no dia 11 de abril, quando a parlamentar teve o discurso interrompido diversas vezes pelo vereador Reinaldo Bacana (PP), da mesma bancada de Sérgio. De acordo com o Regimento Interno da Câmara, um vereador não deve ser interrompido no período de fala. Na ocasião, Silvia reagiu às intervenções de Reinaldo.
Na sessão do dia 18 de abril, Sérgio usou a tribuna para discursar a favor da colega, pedindo mais respeito por ela aos parlamentares da Câmara Municipal.
Uma semana depois, Reinaldo Bacana usou o mesmo espaço para se desculpar. Porém, os vereadores aprovaram uma moção de repúdio contra Sérgio. A medida teve sete votos favoráveis, sendo dois de vereadores do mesmo partido de Silvia, e quatro contrários.
Liderança partidária
A reportagem teve acesso ao documento aprovado na Câmara. A moção de repúdio aponta que, durante o discurso em defesa de Silvia, Sérgio Santos fez “transparecer que o vereador Reinaldo Bacana tivesse sido desrespeitoso, ofensivo e até mesmo preconceituoso em relação à desigualdade de gênero”, o que não teria ocorrido.
O texto ainda manifesta indignação com a postura de Silvia ao reconhecer em Sérgio Santos a liderança partidária do PP na Casa.
Segundo os parlamentares que assinam o documento, uma medida judicial liminar impõe a liderança partidária à Reinaldo Bacana.
Assinaram a moção de repúdio os vereadores:
Diemerson Neves Porto (Republicanos)
Fernando Silva de Almeida (Avante)
Jhonata Júnior Fernandes de Souza (PDT)
José Maria da Silva (PDT)
José Raimundo Gomes (Republicanos)
Renilton José de Moraes (Avante)
Paulo Cecílio Bicalho (PTB)
Em nota, o vereador Sérgio Santos reafirmou o apoio e pediu, novamente, respeito à colega. Também ressaltou a defesa de mulheres vítimas de violência física, emocional ou política. Veja abaixo:
“Na reunião ordinária do dia 18, usei a tribuna da casa e mais uma vez declarei meu apoio a vereadora e pedi respeito do colega Reinaldo pela única mulher vereadora da casa e li uma nota de repúdio do partido progressista contra o colega de partido pelos desrespeito à vereadora.
Sou um vereador de princípios e, se não tivermos respeito pelas mulheres e entendermos que JAMAIS podemos impedir que elas expressem suas opiniões, NUNCA teremos uma sociedade justa e igualitária. E se cada vez que eu defender uma mulher vítima de qualquer tipo de violência física, emocional ou política eu for repudiado pelos colegas que deveriam defendê-las, eu receberei essas moções com orgulho do meu trabalho e vergonha da atitude dos meus colegas de parlamento”.
Reinaldo Bacana afirmou que tem muita admiração pela vereadora e disse não se lembrar de interromper Silvia em outras ocasiões.
“O motivo que gerou a moção de repúdio foi porque não ofendi a vereadora. Também não me lembro de outra ocasião na qual eu tenha interrompido a fala da vereadora. Fui vítima de uma injustiça. Não falei nada que pudesse ofender a vereadora em questão”.
O g1 procurou a Câmara de Caeté, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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