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Nível de educação e PIB têm relação com taxas de homicídio na América Latina, aponta estudo com professoras da UFMG


Brasil aparece entre os três países onde mais se registra homicídios a cada 100 mil habitantes, na América Latina. Fachada da Faculdade de Medicina da UFMG.
Portal Faculdade de Medicina / Divulgação
Um estudo com pesquisadoras da UFMG revelou que existem associações entre as taxas de homicídio de jovens e adultos jovens com o ambiente urbano em que eles vivem. O Brasil tem uma das taxas mais altas entre oito países latino-americanos estudados, ao lado de El Salvador e Colômbia.
No mesmo levantamento, que considerou 315 áreas urbanas da América Latina, Argentina, Chile e Peru tiveram as menores taxas. Além disso, as taxas de homicídio forcam cerca de 11 vezes maiores entre homens do que entre mulheres na mesma faixa etária (veja gráfico abaixo).
Professora da UFMG, Amélia Augusta Lima Friche é também primeira autora do estudo. Ela observou grandes variações nas taxas de homicídios em cidades de países da América Latina.
“As características dos ambientes sociais e construídos das cidades são relevantes para compreender os altos índices de homicídios de jovens e adultos jovens. Falta de oportunidades econômicas e de emprego, tráfico de drogas, consumo abusivo de álcool, cultura patriarcal que leva ao ‘machismo’, falta de atividades de lazer e interações com a polícia são alguns dos potenciais determinantes de homicídios em jovens”, contou.
Os resultados do Projeto Saúde Urbana na América Latina (Salurbal) apontaram relações entre o Produto Interno Bruno (PIB) e no nível de educação. Quanto maiores forem esses indicadores, menores são as taxas de homicídios.
De acordo com o levantamento, a violência é responsável por 1,3 milhão de mortes em todo o mundo. A América Latina representa 8% da população mundial, mas concentrou 37% de todos os homicídios do mundo no ano de 2012, por exemplo.
Gráfico mostra índice de homicídios entre homens e mulheres, por países, a cada 100 mil habitantes.
Reprodução
De acordo com o gráfico, o Brasil registrou quase 150 homicídios de homens jovens ou adultos jovens a cada 100 mil habitantes, nos anos de 2010 a 2015. Os dados apontam que, no mesmo período, esse número só é maior na Colômbia e em El Salvador.
Autora sênior da pesquisa, Waleska Caiaffa, professora da UFMG, apontou que o Brasil tem diferentes problemas que podem explicar as causas do número elevado de homicídios no país.
“O homicídio é um problema grave de saúde urbana no Brasil, com taxas que se mantém elevadas há muitos anos. As causas do elevado número de homicídios no Brasil são complexas e multifacetadas, envolvendo fatores como a imensa iniquidade social, falta de oportunidades, presença de grupos criminosos violentos, impunidade e violência policial. Políticas públicas voltadas para a segurança, implementação de programas sociais e educacionais, e o fortalecimento das instituições responsáveis pela segurança pública e pela justiça criminal mostram que ainda há muito a ser feito para combater efetivamente o problema do homicídio no Brasil”, afirmou.
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