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Polícia diz que ‘não houve erro’ em ação policial que terminou com a morte de suspeito de ameaçar matar ex-mulher


Homem que desobedeceu medida protetiva atacou os militares em Paraíso do Tocantins. Porta-voz da PM explicou as características da equipe envolvida na ação. Homem briga com PM e é morto a tiros
Reprodução
Os policiais que atenderam a ocorrência de violência doméstica em Paraíso do Tocantins são um soldado novato na Corporação e um mais experiente. Segundo a Polícia Militar (PM), não houve erro na ação que terminou na morte do suspeito de desobedecer medida protetiva e tentar matar a ex-mulher.
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O caso aconteceu em Paraíso do Tocantins no domingo (23). Segundo o major Marcos Moraes, porta-voz da Polícia Militar (PM), na realidade os militares não esperavam a reação de agressividade por parte do homem, um motorista de 44 anos. Ele também citou que houve diversos cuidados até o desfecho.
“Não houve falta de preparo. Talvez ali houve um excesso de zelo, inclusive, para se decidir utilizar o equipamento necessário para neutralizar a agressividade do autor”, explicou.
Durante a ocorrência os militares tentam contê-lo usando cassetete e spray, mas ele acabou tomando ambos os equipamentos e usando contra os policiais. Um dos militares, aparentemente o mais velho, é atingido na cabeça pelo próprio cassetete e cai no chão.
“Estamos tratando de uma guarnição, é bom esclarecer isso, de um policial de 50 anos em final de carreira com problema no joelho e outro recém-formado, ainda inexperiente e com uma composição física menor que eu, mais magro que eu. Imagina só esses dois policiais tendo que resolver uma situação de extrema agressividade, com um indivíduo de quase 1,90 m e quase 100 kg de peso”, esclareceu o major sobre as condições da equipe.
Apesar de não pontuar erros na ação policial que aconteceu no setor Nova Fronteira, o major Moraes ressalta que possivelmente o resultado da abordagem poderia ser diferente se fossem dois policiais experientes na guarnição, mas que as condições físicas se equiparassem com a do abordado.
Major do PM comenta abordagens da policia durante o fim de semana
“Provavelmente sim se eles estivessem em condições físicas para medir força com o agressor. E inclusive é o que a gente não recomenda. Não se mede força com a polícia. Temos pessoas da comunidade com muito mais condições físicas e conhecimento de artes marciais que os policiais e a gente precisa retirar esse estereótipo que policial é super homem, super herói. Temos policiais sim na rua, de todas as composições físicas e eles precisam ser respeitados na condição de agente encarregado da lei”, afirmou Morais.
O porta-voz da PM ressaltou ainda que ordem policial deve ser obedecida em qualquer situação e que os militares precisam evitar ao máximo o contato físico com a pessoa abordada.
“A arma mais poderosa da Polícia é a palavra. A ordem policial deve ser obedecida irrestritamente em qualquer situação. Todo indivíduo abordado deve de imediato obedecer a ordem policial. E isso não acontecendo, a gente tem que agir de forma mais enérgica, buscar os meios necessários para cessar a agressividade do autor”, alertou.
No caso de Paraíso, o major reforçou que os militares deram as ordens que fazem parte do protocolo de ação e que nenhuma foi obedecida, chegando a resultado do suspeito alvejado.
Homem suspeito de ameaçar a ex-mulher é morto a tiros após atacar policiais
Sobre a composição da guarnição, com um policial novato e um experiente, o major explicou que essa é uma estratégia padrão na polícia. “Essa é uma composição básica que nós dispomos, inclusive no estado de norte a sul. E tem funcionado adequadamente”, disse.
Sobre os tiros disparados pelos militares, o major pontuou que ocorreram da forma como está estabelecido o protocolo da corporação. “A dinâmica dos disparos obedeceu um uso progressivo dessa força. O primeiro disparo foi efetuado pelo policial que estava no chão em luta corporal com o agressor e ele foi na perna […]. O segundo disparo, não havendo resposta efetiva, foi no tórax. Não havendo resposta efetiva, levou outro disparo no tórax efetuado pelo outro policial. Só assim cessou e de imediato foi chamado o socorro”.
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O caso
Em depoimento, a mulher contou que o ex-marido chegou na casa dizendo que acabaria com tudo naquele dia. Afirmava que iria matá-la e depois cometeria suicídio.
Chegando ao local, os policiais tentaram abordar o suspeito, que não aceitou. Foi então que o homem começou a brigar com os policiais, com socos e chutes. Ele foi atingido quando estava em cima de um policial tentando tomar a arma dele.
A mulher, vítima de violência doméstica, foi levada para delegacia, junto com o filho para prestar depoimento. Segundo a PM, ela já tinha medida protetiva contra o ex-marido. Ele tinha passagem pela polícia por ameaça, lesão corporal e perseguição contra a ex-esposa, além de estelionato.
O baleado ainda foi socorrido e levado paro o Hospital Regional de Paraíso, mas não resistiu. O corpo dele foi levado para o IML e depois liberado para sepultamento. O policial militar agredido teve ferimentos na cabeça, foi atendido no hospital e liberado.
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