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Número de sem-teto no DF passa de 88 para mais de 7 mil, em 10 anos, aponta pesquisa


Levantamento foi divulgado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População de Rua, da UFMG. Número considera registros no CadÚnico. Brasília tem mais de 7 mil pessoas vivendo em situação de rua; diz pesquisa
TV Globo/Reprodução
O número de sem-teto no Distrito Federal passou de 88, em 2012, para 7.129 pessoas em 2022. Os dados são do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O estudo considera os números repassados pelo próprio governo do Distrito Federal ao CadÚnico, que é o principal instrumento que o governo usa para acompanhar a situação de pessoas de baixa renda.
No entanto, os números levantados pela pesquisa são mais que o dobro dos dados divulgados pelo GDF. Em fevereiro de 2022, equipes do Instituto de Pesquisa do DF (IPEDF) abordaram pessoas diretamente nas ruas e chegaram ao total de 2.938 pessoas em situação de rua.
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Segundo o levantamento, Brasília está entre as cinco capitais com a maior população de sem-teto. Veja o ranking:
São Paulo: 52.226 pessoas
Rio de Janeiro: 12.752 pessoas
Belo Horizonte: 11.111 pessoas
Salvador: 7.279 pessoas
Brasília: 7.129 pessoas
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Brasília tem mais de 7 mil pessoas vivendo em situação de rua; diz pesquisa
TV Globo/Reprodução
Segundo o professor da UFMG e coordenador da pesquisa, André Dias, a pesquisa destaca uma população que se encontra na extrema pobreza. “No caso do DF, 95% dessa população, encontra-se em extrema pobreza, que vive precarização da moradia e onde é marcada a fragilização e rompimento dos vínculos familiares e comunitários”, explica o professor.
“Além dessas 7.129 em situação de rua, temos um número significativo de pessoas que sequer entra na contagem. No Brasil e DF, aproximadamente 30 a 33% da população em situação de rua está fora do CadÚnico. Então, no caso do DF, teríamos que crescer mais 30 a 33%”, afirma André Dias.
Segundo o professor, esses homens trazem no corpo as marcas de um processo que ocorreu antes na história e persiste. Os pesquisadores esperam que os dados sirvam para fortalecer políticas sociais.
“A origem do fenômeno população em situação de rua está diretamente relacionada ao racismo estrutural, que tantas marcas deixou e deixa na população negra, que após a abolição foi simplesmente despejada na rua sem educação, trabalho e renda. Sem condições básicas de sobrevivência”, disse André Dias.
A secretária de Desenvolvimento Social do DF, Ana Paula Marra, disse que mais de mil pessoas que estavam em situação de rua já foram para abrigos, e apontou outras providências.
“A intensão da gestão é ampliar a rede de proteção social para as pessoas em situação de rua e conseguir estabelecer um vínculo com essas pessoas por meio de abordagem social e mostrar que existem outros caminhos além das ruas”, disse Ana Paula.
A pesquisa também chamou a atenção pelo fato de que 88% da população em situação de rua está em idade produtiva, entre 18 e 59 anos, e poderia estar trabalhando. A maioria dos moradores de rua, 82%, são homens negros.
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

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