De acordo com o boletim de ocorrência, o policial Lucas Terrezani, estava com bebida alcoólica e apresentava “odor etílico ao falar”. O crime aconteceu na madrugada desta segunda-feira (17) dentro de um condomínio em Jardim Camburi, Vitória. Soldado da PM, Lucas Torrezani, de 28 anos, matou vizinho com tiro em condomínio de Vitória
Reprodução/TV Gazeta
O policial Lucas Torrezani, de 28 anos, que matou Guilherme Rocha, de 37 anos, com um tiro no ombro que atravessou o peito na madrugada desta segunda-feira (17), dentro de um condomínio em Jardim Camburi, Vitória, estava com bebida alcoólica e apresentava “odor etílico ao falar”, segundo consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar do Espírito Santo.
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Ainda de acordo com o documento da corporação, militares foram acionados por volta de 3h pela síndica de um condomínio na avenida Augusto Emílio Estelita Lins. Quando chegaram ao local o militar estava com a arma nas mãos e Guilherme caído no chão.
O PM contou aos policiais que estava bebendo com amigos perto da entrada do Bloco 1, onde mora, quando a vítima teria o atacado e tentado desarmá-lo. O militar disse que reagiu e atirou uma vez com sua pistola .40 no vizinho. O tiro foi atingiu o ombro esquerdo da vítima e atravessou o peito do homem e ainda atingiu um carro que estava próximo.
De acordo com o site da Transparência, o militar que matou o vizinho entrou na Polícia Militar em 2020.
Síndica diz que músico não reagiu e nem tentou desarmar PM
Guilherme Rocha, músico morto com tiro por PM em Vitória.
Reprodução/Redes sociais
Síndica do condomínio onde morava o músico e o soldado da Polícia Militar (PM), Mônica Bicalho contou que ao contrário do que disse o militar aos policiais que atenderam a ocorrência, a vítima não reagiu e nem tentou desarmar o militar.
” Não houve agressão nenhuma. Em momento algum a vítima reagiu, pelo contrário, a vítima entrou com o braço pra trás, conversou numa boa e a pessoa que matou ainda deu uma coronhada na cabeça dela. Guilherme simplesmente pediu ‘gente eu preciso dormir são três horas da manhã’ e ele simplesmente sacou a arma”, contou a síndica.
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A síndica contou ainda que o militar tinha o hábito de beber na área comum do condomínio e isso incomodava muitas pessoas.
“Chegava do trabalho tipo 23 horas, meia noite se sentia no direito de estar na área comum e beber com os amigos, trazer os amigos, né? E até mesmo amigos aqui do bloco e tá tomando a cervejinha, rindo, brincando e tal e a vítima várias vezes pediu que parasse porque eles começaram geralmente depois das 23h e só acabava às cinco da manhã”, disse a síndica.
Durante a madrugada desta segunda mais uma vez o músico Guilherme pediu que o policial parasse de incomodar a ele e os vizinhos.
“Nessa madrugada eles foram pra lá de novo beber e deu mais ou menos umas 2h e pouco e a esposa da vítima mandou a mensagem pro meu celular, pediu o celular do condomínio falando que estava realmente acontecendo de novo que eles estavam bebendo, gritando, dançando lá e que o marido dela já tinha ido lá pedido pra ele parar, pra eles pararem e na terceira vez que ele foi aconteceu o fato, o PM sacou a arma e atirou nele”, disse a síndica do condomínio.
Mônica contou ainda que o PM chegou a ser notificado pelo condomínio algumas vezes. Contra ele havia seis reclamações por barulho nos últimos dois meses, sendo cinco reclamações feitas por Guilherme.
“Enquanto condomínio, nós fizemos tudo dentro da lei, primeiro a notificação verbal, depois a notificação por escrito e ainda não deu tempo, infelizmente, não chegou a dar tempo da gente dar a multa, né? Aqui a gente é um condomínio, a gente não tem espaço de lazer e eu estava usando esse espaço e essa a vítima ela já estava incomodada. Todo dia praticamente na sua cabeça uma pessoa bebendo, gritando, algazarra?”, contou a síndica.
Segundo moradores, cinco ocorrências internas haviam sido registradas no condomínio em razão de desentendimentos entre vítima e policial.
Uma moradora, que pediu para não ser identificada, contou que depois de matar o vizinho, o PM esboçou frieza, o que deixou alguns moradores indignados.
Moradores também contaram que antes do desentendimento havia som alto no local e que, geralmente esse era o motivo das desavenças entre o policial e o vizinho.
Caso é investigado
Fachada de condomínio onde PM matou vizinho com tiro em Jardim Camburi, Vitória.
Caíque Verli/TV Gazeta
A Polícia Civil informou que o policial militar foi ouvido e liberado após a autoridade policial entender que não haviam elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante.
A arma do militar foi recolhida pela Polícia Civil. O caso foi registrado como homicídio no Plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP) de Vitória.
O caso é investigado pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória e outras informações não serão divulgadas, no momento, para não atrapalhar as investigações.
Até a publicação desta reportagem, o g1 não havia obtido contato do PM e de sua defesa.
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