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Uso da madeira em construções se destaca: veja oportunidades e mitos


Material é uma alternativa sustentável, que permite obras mais ágeis e versáteis Construções com a madeira atendem a diversas demandas e são vistas em diferentes formas de acordo com a região do Brasil. Em outros países, como Suécia, Estados Unidos e Austrália, por exemplo, a cultura está mais difundida. Ampliar a utilização desse material em construções pode trazer inúmeros benefícios, principalmente relacionados à sustentabilidade, já que captura carbono e tem eficiência energética melhor que outros materiais.
O tema traz oportunidades de novos negócios e fortalecimento para a economia do Paraná, que se destaca no cenário nacional por ser referência em madeiras provenientes de florestas plantadas – especialmente de pinus.
Ao se pensar na madeira nos processos produtivos de construção, é possível ter painéis pré-moldados ou autoportantes e elementos estruturais completos, como vigas e pilares pré-fabricados para estruturas de prédios. O mercado do wood frame, que possibilita a execução da obra por meio de um complexo industrial, deve ganhar ainda mais força a partir deste ano, com a oficialização de uma norma técnica específica para esse sistema construtivo.
“Estamos prestes a oficializar no Brasil um novo sistema construtivo, que é o wood frame, para casas em madeira, e com essa tecnologia de peças de madeira engenheirada para edifícios mais altos, seja construções de maior porte ou mesmo construções populares, estamos diante de uma mudança de paradigma e de conceito de consumo e construção civil no país”, explica Paulo Roberto Pupo, vice-presidente da Fiep e superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci).
Veja algumas vantagens do uso da madeira em construções:
Com as estruturas e painéis em madeira que já chegam prontos ao canteiro e são montados por poucos profissionais, há redução de custos e tempo de obra. O material tem 1/5 do peso de uma construção similar em concreto.
Existe ainda o apelo da estética, no acabamento e ao deixar espaços mais naturais e confortáveis, pois possuem melhores propriedades acústicas, de isolamento e manutenção térmica em relação a edificações em alvenaria.
Por ser mais versátil que concreto e aço, por exemplo, a madeira traz muitas possibilidades aos profissionais que atuam na área e a aplicação varia de acordo com o projeto.
Outra grande vantagem é agilidade quando se tem à disposição materiais pré-fabricados, como é o caso da madeira engenheirada, que é todo tipo de madeira que passa por um processo industrial, para remoção de defeitos, produção de peças maiores, com homogeneidade e garantia das propriedades mecânicas. Colabora com a previsibilidade da obra, que se torna mais inteligente.
O fator custo é também um atrativo, pois embora a redução dependa da complexidade e detalhes da obra específica, como combinação de materiais, trata-se de um produto bastante competitivo. Mesmo não sendo possível dizer o valor exato de economia, é mais previsível para o orçamento.
Patrick Reydams, diretor de Operação da Urbem – indústria que inaugurou uma fábrica para produção de madeira engenheirada na Região Metropolitana de Curitiba, comenta que a madeira proporciona ótimos resultados aos projetos, inclusive de liberdade de criação. “Vem com uma pegada muito forte de estrutura e acabamento e pode trabalhar com outros elementos e combinações. Na Europa e no Canadá, o uso já está bem maduro há pelo menos dez anos e a nossa expectativa é que no Brasil siga a mesma lógica, na medida em que a gente tenha mais produtos no mercado e mais competitividade”.
Ideias para o Brasil
A cultura do uso da madeira em construções impacta fortemente dois setores importantes para a economia do Paraná: as indústrias da madeira e da construção civil.
Entre os dias 6 e 24 de março, a exposição Woodlife Sweden, realizada no Campus da Indústria do Sistema Fiep, em Curitiba (PR), em parceria com a Embaixada da Suécia e o Swedish Institute, expôs 40 projetos que usaram o material na estrutura e composição das edificações como ideias e alternativas para o Brasil. Além disso, especialistas e empresários suecos e brasileiros falaram sobre as oportunidades que esse mercado traz e esclareceram as principais dúvidas relacionadas. Também houve uma reunião técnica para a discussão de estratégias que contribuam com a expansão desse mercado no Brasil.
Como a madeira pode ser usada nas construções
Como explica José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), são inúmeras as possibilidades de uso, inclusive o combinado, quando mais de um material é usado. Uma forma comum é na estrutura de casas, algo muito visto no Sul do Brasil, mas também é uma excelente alternativa para construções mais arrojadas e sustentáveis, como são vistas em projetos de resorts no Nordeste, por exemplo.
Ele lembra que o material também atende a características de determinadas regiões. No Norte, até pela abundância do material e carência de outros, imóveis de madeira são bastante vistos, assim como no Centro-Oeste.
“Pode ser usado em qualquer local, mas existem três regiões que são o foco inicial da ampliação do uso da madeira nas construções, Norte, Sul e Centro-Oeste, por já terem uma cultura de relação com o material”, explica José Carlos Martins.
Com o mercado mais maduro, os desafios de armazenagem e tratamentos da madeira para as necessidades de cada ambiente também seguirão a evolução da demanda.
“Pode ser utilizado em qualquer região do Brasil, como é no mundo. À medida em que obras em lugares diferentes [dos mais comuns] forem aparecendo, vamos pensando em novas soluções e em quais cuidados temos que ter para que seja bem adaptado”, acrescenta Patrick Reydams.
Mitos sobre construções com madeira
Além do fator regional e a dúvida de parte das pessoas se a madeira seria indicada para todos os lugares, alguns receios relacionados a essas construções ainda existem, como quanto à segurança. “Basta observar como países desenvolvidos, como Canadá, Suécia e Japão, utilizam. Se fosse arriscado, certamente não seria tão comum nesses locais”, compara o presidente da CBIC.
Sobre a resistência da madeira em casos de incêndios, umidade e ataque de cupins, José Carlos Martins explica que a segurança e a durabilidade do produto são relacionadas aos seus processos de produção. Nesse sentido, a industrialização da construção civil contribui com o controle de qualidade e há a garantia do tratamento completo e adequado desses materiais para evitar todos os tipos de danos.
Industrialização da construção
O setor de construção civil busca empregar cada vez mais tecnologia e inovação em seu modo de fazer. A industrialização do uso da madeira nas construções é o que vai contribuir para garantir a qualidade do material, feito com controle e critérios da indústria para atender ao mercado, o que também fortalece a confiança do consumidor em relação ao produto, dos construtores a quem vai adquirir o imóvel.
“Industrializar vai reduzir perdas e garantir as produções de materiais melhores. Deixamos assim a ideia de oficina, de algo artesanal, para algo bem preparado e formalizado, como prevê o processo de industrialização. Ganhamos também em relação às condições dos trabalhadores, que podem atuar em ambientes melhores, com uma rotina de trabalho mais agradável e melhor remunerada”, defende José Carlos Martins.
Patrick Reydams lembra também que a fabricação em larga escala vai reduzir os custos de produção e, assim, trazer mais competitividade e facilitar a diversificação das edificações com uso da madeira também para grandes construções.
Saiba mais aqui sobre o que o Sistema Fiep oferece para que a indústria seja mais sustentável e inovadora.

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