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Depois de registrar queda na pandemia, número de laqueaduras triplica nas cidades do Alto Tietê


Levantamento é referente a janeiro, que em 2023 teve 195 procedimentos. Embora não supere o índice anterior à pandemia, este foi o segundo maior número para o mês desde 2009. A laqueadura é um metódo anticoncepcional praticamente irreversível
Getty Images/BBC
Depois de registrar queda ao longo da pandemia, o número de laqueaduras voltou a subir nas cidades do Alto Tietê. Em janeiro de 2023, a região realizou 195 procedimentos, o que é o triplo do total registrado no mesmo mês do ano passado.
Embora não supere o índice observado em 2020, antes das restrições sanitárias da Covid-19, este foi o segundo maior para janeiro desde 2009. Os dados são do Governo Federal e foram extraídos da plataforma DATASUS, do Sistema Único de Saúde.
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O levantamento inclui Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano. Foram consideradas as laqueaduras em geral, inclusive as realizadas imediatamente após cesárea.
Apesar da alta, os dados ainda não refletem as mudanças estabelecidas pela Lei Federal 14.443. O texto, que entrou em vigor em março, dispensa o aval do cônjuge para realização da laqueadura, além de diminuir de 25 para 21 anos a idade mínima (entenda abaixo o que mudou).
Ferraz de Vasconcelos foi a cidade com o maior aumento no número de laqueaduras. O índice passou de 5 em janeiro de 2022 para 32 neste ano. Na sequência estão Mogi das Cruzes, que foi de 33 para 111, e Suzano, de 13 para 43. Arujá e Guararema, que não tiveram registros no ano anterior, agora fizeram 2 e 3 laqueaduras, respectivamente.
Neste mesmo período, outros quatro municípios tiveram queda no total de procedimentos de esterilização. A maior foi em Salesópolis, que fez 7 laqueaduras no primeiro mês do ano passado e nenhuma neste. Em Poá, diminuiu de 4 para 2. Já em Biritiba Mirim e Itaquaquecetuba, o total foi de 2 para 1. Santa Isabel zerou em ambos os anos.
Laqueadura após cesárea
Se consideradas apenas as cirurgias feitas imediatamente após o parto cesárea, houve redução. De 44 procedimentos em janeiro de 2022, a região foi para 23 – o que representa 47% a menos na comparação entre os anos.
O que mudou com a nova lei
A laqueadura é um procedimento de esterilização que está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é feito em pessoas com o aparelho reprodutor feminino. A cirurgia, que é irreversível, interrompe o caminho entre o ovário e o útero com o corte das trompas. Isso impede o contato do óvulo com o espermatozoide e, consequentemente, uma gravidez.
Com a atualização da lei do planejamento familiar, o público que pode passar pelo procedimento foi ampliado, pois entraram em vigor os seguintes pontos:
A idade mínima passou de 25 para 21 anos;
Quem tem pelo menos 2 filhos vivos também está autorizado, independentemente da idade;
Foi dispensada a autorização do cônjuge para realizar a cirurgia;
Pessoas sem filhos podem fazer a esterilização, desde que tenham a idade mínima;
Mães podem fazer laqueadura imediatamente após o parto;
É necessário esperar 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico.
Ao g1, especialistas falaram sobre a indicação da cirurgia e como ela é feita, além de esclarecer outras dúvidas sobre o assunto, do pedido até a realização do procedimento. A entrevista completa pode ser conferida clicando aqui.
Como solicitar a laqueadura no Alto Tietê
Pessoas interessadas em fazer a laqueadura devem preencher os requisitos previstos em lei, conforme citado acima, e manifestar o interesse junto ao médico ou diretamente no posto de saúde. Nas cidades do Alto Tietê, a recomendação é iniciar o procedimento por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS), que encaminham para ações de planejamento familiar e, em seguida, para o procedimento.
O g1 também questionou as Prefeituras sobre as filas de espera para realização do procedimento. Até a segunda quinzena de março, 600 pacientes aguardavam o agendamento da cirurgia em Itaquaquecetuba. Em Suzano eram pouco mais de 70. A Prefeitura disse que cerca de 80% do total se referia às mulheres que estavam grávidas quando solicitaram, mas não atendiam aos critérios e agora aguardam vaga pelo Cross.
Arujá e Guararema afirmaram não ter fila. As demais não detalharam.
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