A vida do entregador Max Angelo mudou desde domingo passado (9), dia em que ele apanhou da ex- atleta e nutricionista Sandra Mathias. O caso não foi o único, ataques a entregadores acontecem o tempo todo pelo Brasil. Imagens inéditas de novos ataques à entregadores pelo Brasil provocam indignação
A vida do entregador Max Angelo mudou desde domingo passado (9), dia em que ele apanhou da ex- atleta e nutricionista Sandra Mathias. Primeiro, socos. Depois, ela tirou a coleira do cachorro, que virou um chicote. O caso não foi o único, ataques a entregadores acontecem o tempo todo pelo Brasil.
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“Há muita coisa relacionada ao preconceito e racismo, já que majoritariamente os entregadores são moradores de periferia, são pobres e, quase 70 %, são negros”, explica Saulo Pereira, liderança da Aliança Nacional de Entregadores de Aplicativos (ANEA)
Semana passada, um homem se irritou com o barulho de uma buzina em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Saiu de casa, discutiu e depois deu um tapa no motoqueiro, que reagiu. O agressor caiu, levantou e deu uma voadora na moto.
“Eu só estava fazendo meu trabalho, como qualquer outro motoboy. A gente não espera acontecer tudo isso, espero que fique de lição para ele”, desabafa Willian Castro, motoboy autônomo.
Para os entregadores, tempo é dinheiro e, por querer desistir de uma entrega que demorava muito, Emerson levou uma facada do dono de um restaurante. Foi em Juiz de Fora, interior de Minas Gerais.
“Eu subi na moto, ele me segurou, não me deixou ir embora, me derrubou. O filho dele saiu de casa com uma faca ou com um canivete, não me lembro muito bem, sei que era pontudo, e furou o pneu da minha moto. Eu joguei o capacete nele, porque eu vi que ele estava com uma faca, para ver se ele se afastava. Ele não se afastou, veio para cima e me deu uma facada”, conta o motoboy Emerson Azevedo, que levou 14 pontos e ficou internado por cerca de cinco dias.
No Rio de Janeiro, as agressões de Sandra Mathias contra Max Angelo foram registradas como lesão corporal e injúria simples. A polícia avalia se cabe mudar a acusação para injúria racial, crime que tem o mesmo tratamento jurídico do racismo.
“O que eu passei, eu não desejo para ninguém, nem para o meu pior inimigo. Então, eu resolvi expor isso pra que as pessoas tenham um pouco mais de consciência de que, se acontecer, que eles denunciem. Porque, no momento em que você aceita isso, você está dando mais forças para outras pessoas fazerem também. Espero que a Justiça seja feita, com certeza, primeiro de tudo, esse crime não pode ficar impune”, afirma Max Angelo.
O Fantástico entrou em contato com os agressores e seus advogados, mas não obteve retorno.
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Imagens inéditas de novos ataques à entregadores pelo Brasil provocam indignação
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