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Após madruga de chuva e desmoronamento de casas, novo alerta do Inmet prevê tempestade


Aviso tem validade até a manhã de segunda-feira (17). Casas desmoronaram e Defesa Civil faz monitoramento. Desmoronamento casas Rio Branco
Jhon Lisboa/Rede Amazônica Acre
Após uma madrugada de muita chuva e desmoronamento de casas em Rio Branco, o Instituto de Meteorologia do Acre (Inmet) emitiu mais uma vez um aviso de tempestade, com grau de severidade alto de chuvas para todo o estado. O aviso tem validade até às 10h de segunda-feira (17).
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Há ainda possibilidade chuva chuva entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (60-100 km/h). Risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.
Aviso é de mais chuva para todo o Acre, segundo o Inmet
Inmet
De acordo com a Defesa Civil Municipal, a chuva da madrugada acumulou 33,6 milímetros até às 6h deste domingo (16). Com várias áreas em locais de risco, as instruções para período de chuvas fortes são:
Em caso de rajadas de vento: (não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda)
Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia.
Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).
Casa cai enquanto coordenador da Defesa Civil fala sobre área de risco em Rio Branco
Vídeo flagra momento de casa desmoronando
O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão gravava um vídeo sobre o desmoronamento que ocorreu na Rua Salgueiro, Bairro Cidade Nova, neste domingo (16), quando uma das casas despencou no local, que fica no Segundo Distrito da capital.
Segundo o coordenador, outros quatro imóveis também devem ser interditados e evacuados imediatamente por conta do risco de desabar. O bairro Cidade Nova está entre as 61 localidades da capital com risco hidrológico e geológico na capital acreana.
“Várias casas desmoronaram dentro da cratera aqui às margens do rio. Aqui é a rua Salgueiro, Beco Beira Rio. Nós estamos nesse local aqui removendo várias famílias que já precisam ser retiradas, avaliando essas edificações, se possível vamos interditar essa área toda e nós vamos permanecer aqui nesta luta de preservar essas vidas. Ainda bem que nós não temos nenhuma notícia de desaparecidos neste momento aqui, mas o trauma e o pânico é muito grande das pessoas. Estamos acalmando e trabalhando, já estamos tirando famílias e retiraremos todas as outras que estão em grande risco”, disse o coordenador segundos antes de uma das casas desabar.
Falcão informou que as equipes seguem fazendo avaliação da área e que o número de casas interditadas no local pode aumentar, uma vez que a movimentação de terra continua.
“A todo momento cai mais uma parte da casa ou outras casas. Então, nós precisaremos de um maior tempo para poder avaliar quantas famílias de fato estão sendo atingidas e afetadas por esse desmoronamento grande que acontece aqui no Beco Beira Rio”, afirmou.
Desmoronamento casas Rio Branco
Jhon Lisboa/Rede Amazônica Acre
Ainda conforme o coordenador a Rua Salgueiro não estava com aviso de risco de desmoronamento e, por isso, o local, que fica às margens do Rio Acre, não tinha sido interditado anteriormente, após a enchente dos últimos dias.
“Na realidade não tinha interdição aqui. É uma movimentação de massa que acontece muito rapidamente. Um local que pode parecer seguro hoje, amanhã já não é mais. Nós temos três classificação de risco: baixo, médio e alto. Esse local especificamente existia risco sim, mas um risco baixo. Então eles poderiam habitar. Só que a partir do momento que tem uma chuva grande como a que aconteceu durante toda a noite, mesmo as áreas que têm um risco baixo, elas mudam de classificação. Foi o que aconteceu aqui.”
Desmoronamento casas Rio Branco
Jhon Lisboa/Rede Amazônica Acre
Rio Branco tem, pelo menos, 61 áreas que são acompanhadas pelas equipes da Defesa Civil Municipal por conta dos riscos. Mas, após a enchente do Rio Acre e transbordamento de igarapés nos últimos dias, o órgão informou que esse número deve aumentar.
“Nós temos mais de 1,2 mil pedidos de vistorias em edificações em áreas de risco, pelo menos essas áreas todas devem aumentar de 20% a 25%, alcançando até 80 áreas, estou falando de áreas grandes que sofrerão erosão, desbarrancamento, áreas que a Defesa Civil precisa estar junto, pedindo ajuda apoio de todos os outros órgãos.”
Desmoronamento casas em Rio Branco, Cidade Nova
Jhon Lisboa/Rede Amazônica Acre
‘Ficamos só com a roupa do corpo’
Moradora do local há 38 anos, Sandra Oliveira contou que estava dormindo quando ouviu o barulho e que só deu tempo de correr com a família para fora da casa que desmoronou.
“Não tem palavras, mesmo que a gente confie em Deus, é uma vida que a gente passa para construir tudo que a gente tem, por mais humilde que seja, a gente lutou pra ter e em 15 minutos tu vê tudo indo embora, porque só deu tempo de a gente correr de dentro e casa. Estávamos dormindo, era 4h da manhã quando ouvi o estalo e aí gritei pelo meu esposo dizendo que era nossa casa. Ele correu abriu a janela do lado e disse que já tinha caído a cozinha. Não tiramos nada, ainda conseguimos pegar algumas coisas do rio, tudo quebrado, minha casa está totalmente no chão, no buraco. O governo está prometendo colocar a gente no aluguel social, porque ficamos só com a roupa do corpo e mais nada”, relatou.
Desmoronamento casa Cidade Nova, em Rio Branco, Acre
Jhon Lisboa/Rede Amazônica Acre
O aposentado Antônio Manasfi não conteve as lágrimas ao falar sobre o ocorrido com a casa da família. Ele disse que mora com a mulher e que agora não tem para onde ir.
“Muito complicado, porque não temos pra onde ir. Minha vida foi assim, passei três anos doente. Esses 28 anos foi uma maravilha, mas agora acabou tudo, acabou nosso sonho, um canto pra gente morar. Eu pedi ao governador que antes de eu morrer eu queria ter um cantinho meu, não ficar no meio da rua abandonado. Trabalhei a vida toda dentro do mato, cortando castanha, seringa”, falou.
Casa desaba no momento que coordenador falava sobre a área de risco
Reprodução
Cerca de 14 mil pessoas vivem em áreas de risco
A Defesa Civil Municipal de Rio Branco estima que, atualmente, cerca de 14 mil pessoas moram em áreas consideradas de risco hidrológico e geológico na capital acreana. O levantamento foi feito a pedido do g1.
Essas áreas estão sujeitas a eventuais desastres e podem, por exemplo, sofrer com tragédias causadas por fortes chuvas como deslizamentos, enxurradas e enchentes.
São cerca de 5 mil famílias vivendo em 61 bairros no perímetro urbano de Rio Branco que vivem nessas condições de risco.
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