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Seis ex-companheiras denunciam médico peruano do Samu de Salvador por violência física: ‘batia no meu rosto’

Seis profissionais de saúde denunciaram o médico peruano Luís Gonzalo Velarde Acosta, de 38 anos, que atuou no Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) de Salvador entre 2018 e dezembro de 2024, de violência física, psicológica, virtual e patrimonial.
As vítimas são quatro médicas e duas enfermeiras, com idades entre 28 e 37 anos, que se relacionaram com o suspeito nos últimos 10 anos. Algumas delas não moram mais no estado. Os relacionamentos duraram entre 1 e 2 anos.
Uma das vítimas, que preferiu não revelar a identidade, contou que foi agredida no rosto pelo suspeito, teve roupas rasgadas e já foi trancada no apartamento do médico quando ele teve um ataque de ciúmes.
“A gente ia no apartamento dele para pegar alguma coisa, ele me trancava e depois de muito tempo ele abria a porta. Rasgava minhas roupas, puxava meu cabelo e batia no meu rosto”, contou.
Uma outra denunciante, que também pediu para não revelar o nome, contou que o médico peruano jogou as roupas dela na escada do prédio onde ele mora, porque não queria que ela assistisse televisão. Neste momento, ela também foi empurrada e expulsa do imóvel.
“Ele se aborreceu porque eu liguei a televisão, segundo ele o volume estava alto, e pegou todas as minhas roupas e jogou na escada do prédio. Disse para eu ir embora e chegou a me empurrar”, relatou a ex-companheira de Luís Gonzalo.
As vítimas contaram que quando ele se chateava em público, ele apertava a mão delas mais forte e reclamava no ouvido, para não chamar a atenção das pessoas.
“Mas entre quatro paredes, ele se transformava”, afirmou uma das vítimas.
Uma das vítimas tem uma medida protetiva contra o suspeito. Duas delas se afastaram do Samu por medo de trabalhar com o médico e uma terceira já solicitou o pedido de afastamento pelo mesmo motivo.
Em 5 de dezembro de 2024, Luís Gonzalo foi afastado por três meses pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). As denúncias foram encaminhadas para análises da Procuradoria Geral do Município (PGM).
Dez dias depois, a PGM sugeriu que caberia a Chefia Médica do Samu o cumprimento das medidas protetivas no ambiente de trabalho e que ao invés da suspensão total do contrato, fossem adotadas medidas que permitissem o exercício de trabalho de Luís Gonzalo, evitando contato com as vítimas.
Com isso, as denunciantes passaram a temer o retorno do médico aos trabalhos. No último final de semana, um manifesto foi encaminhado para a SMS.
No documento, as profissionais do Samu pediram apuração das denúncias e que sejam tomadas medidas cabíveis para que elas possam desempenhar os trabalhos delas em ambiente seguro, respeito e sem riscos à integridade física e psicológica.
“Solicitamos o afastamento do profissional, em conssonância às medidas protetivas, de forma preventiva, até que se tenha processo em transitado e julgado”, diz ainda parte do documento.
A defesa do médico disse à reportagem da TV Bahia que só tem conhecimento da denúncia de uma ex-companheira do cliente. Afirmou ainda que as reclamações são mentirosas, feitas para manchar a imagem de Luís Gonzalo.
Em nota, a SMS reafirmou a decisão de afastamento do profissional, disse que não foi acionada pela Justiça para adotar medidas protetivas, mas ainda assim optou por afastar o médico após receber as denúncias.
Questionada sobre a recomendação do retorno do médico ao trabalho, o órgão afirmou que respeita o exercício amplo da ampla defesa do contraditório, uma vez que ainda vai ocorrer o julgamento e a finalização da investigação, mas destacou que o que segue válido é o afastamento do profissional.
A TV Bahia também procurou o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) para saber o histórico profissional do médico, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
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