A presidente de Honduras, Xiomara Castro, que comanda interinamente a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), afirmou neste domingo (26) que vai convocar uma reunião de emergência sobre a deportação de imigrante dos Estados Unidos, que tem ocorrido em massa após a posse de Donald Trump.
Conforme uma nota publicada por Castro nas redes sociais, o encontro foi marcado para quinta-feira (30).
Como Presidenta Pro Témpore (PPT) de la Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños (CELAC), convoco con carácter urgente a una reunión de presidentes y jefes de Estado; próximo jueves 30 de enero a las 11:00 a.m. (hora de Honduras). pic.twitter.com/vEXCwCZBQl
— Xiomara Castro de Zelaya (@XiomaraCastroZ) January 26, 2025
“Como Presidente Pro Tempore (PPT) da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), convoco urgentemente uma reunião de presidentes e chefes de estado; próxima quinta-feira, 30 de janeiro, às 11h (horário de Honduras)”, escreveu Xiomara.
A Celac é composta por 33 países, dentre eles o Brasil, que voltou a integrar o grupo em 2023.
Crise EUA-Colômbia
A divulgação ocorre pouco após os Estados Unidos anunciarem a imposição de tarifas a produtos colombianos que entrarem em solo americano, em resposta à resistência do presidente Gustavo Petro em receber aviões militares americanos transportando imigrantes deportados. O impasse entre os dois países já foi amenizado, pois ambos os governantes recuaram suas posições.
O governo mexicano impediu, na sexta-feira, a entrada de uma aeronave militar dos EUA no México. Em nota enviada à agência de notícias Reuters, o Ministério das Relações Exteriores do México disse ter “um relacionamento muito bom” com o governo americano e que sempre receberá mexicanos de braços abertos em termos de repatriações.
O encontro deve abordar ambas as situações, bem como a dos primeiros brasileiros deportados dos EUA no sábado (veja mais a seguir). Além da imigração, serão tratados temas como meio ambiente e unidade latino-americana e caribenha.
“Flagrante desrespeito” com brasileiros
No Brasil, os primeiros brasileiros deportados dos EUA chegaram no sábado. Acorrentados e algemados, os passageiros denunciaram supostas agressões praticadas pelos agentes americanos, além de ameaças e acesso limitado à água e ao banheiro.
Em nota, o Itamaraty criticou o uso indiscriminado de algemas e correntes. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, isso “viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, chamou a prática de “flagrante desrespeito” aos direitos de seus concidadãos.