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João Pedro e João Gabriel detonam o funk no BBB 25 com preconceito igual ao sofrido pelo universo sertanejo


Falta aos irmãos goianos visão social que os faça entender que os dois gêneros são jogados pelas elites culturais na mesma vala comum da intolerância. ♫ OPINIÃO
♩ “Ô musicaiada brega! Isso não é música, não, moço”, sentenciou João Gabriel quando começou a tocar a música De ladin (Rafael Mike, René, Breder e Lellêzinha, 2015) – sucesso lançado há dez anos pelo grupo carioca Dream Team do Passinho – na festa que agitou o BBB 25 na madrugada deste sábado, 25 de janeiro.
“A gente sabe que o que movimenta o Brasil é o agro. Essa porra [funk] não vira nada. O povo acha que o Rio de Janeiro tem dinheiro!”, emendou João Pedro, com o mesmo grau de virulência.
Na sequência, os irmãos gêmeos fizeram mais comentários depreciativos sobre o funk quando começou a tocar Joga pra lua (2024), sucesso de Anitta, Dennis e Pedro Sampaio no ano passado.
Repletas de preconceito, as falas carregam forte dose de elitismo cultural. Curiosamente, João Gabriel e João Pedro detonam o funk com a mesma postura discriminatória e intolerante dos que minimizam a força do universo sertanejo no Brasil.
Tanto o funk quanto a música sertaneja são gêneros atacados pelas elites culturais que enxergam pobreza melódica e poética em ambos com a falta de visão social sobre os contextos em que são criadas essas músicas e sobre a vivência do público que as consome.
Inclusive por isso os comentários ofensivos da dupla do BBB 25 são inaceitáveis e chamam atenção pelo grau de rejeição a um gênero alvo da mesma hostilidade dirigida às duplas e cantores sertanejos.
João Pedro e João Gabriel são defensores apaixonados da indústria que move o agro. Com 22 anos festejados durante o confinamento no BBB 25, os gêmeos goianos nasceram em Goiatuba (GO), foram criados em Buriti Alegre (GO) e atualmente residem em Bela Vista de Goiás (GO), cidade onde trabalham como salva-vidas de rodeios, profissão criada para proteger os peões, distrair os touros e garantir a segurança do público nos rodeios que movimentam milhões nos interiores do Brasil.
Os irmãos nasceram e cresceram em meio à expansão da indústria do agropop neste corrente século XXI. Tanto que já fazem parte da engrenagem dos rodeios. Mas é preciso que saibam olhar além do horizonte sertanejo para perceberem que existe outro tipo de música, e não somente funk.
Falta aos irmãos um olhar social mais apurado que os faça entender que sertanejos e funkeiros são jogados na mesma vala comum do preconceito pelas elites culturais do Brasil. Sem falar que, diante do crescimento contínuo do funk no país, as falas infelizes dos irmãos poderão pesar contra eles no jogo do BBB 25.
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