• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Com margem esmagadora, presidente Zoran Milanović é reeleito no segundo turno na Croácia


Milanović faz parte do Partido Social-Democrata croata, enquanto seu adversário, Dragan Primorac, concorreu pelo partido conservador HDZ. Zoran Milanović gesticula ao lado de sua esposa, Sanja Music Milanović, após resultados preliminares da eleição em Zagreb, Croácia.
REUTERS/Antonio Bronic
O presidente social-democrata da Croácia, Zoran Milanović, está a caminho de uma vitória triunfal no segundo turno das eleições presidenciais, realizado neste domingo (12) no país europeu.
Resultados preliminares mostraram que Milanović obteve 74,58% dos votos contra 25,42% de seu adversário conservador Dragan Primorac.
A vantagem esmagadora de Milanović, 58 anos, sobre o rival Primorac, apenas um ano mais velho, representa um duro revés para o partido conservador HDZ, sigla do primeiro-ministro croata, Andrej Plenković. Milanović tinha deixado a reeleição escapar por pouco no primeiro turno, quando obteve 49,1% contra 19,3% para o rival Primorac. 
Embora os poderes do presidente sejam limitados na Croácia, ele é o chefe das forças armadas e representa o país de 3,8 milhões de habitantes no exterior.
Essa ex-república iugoslava, hoje membro da União Europeia e da Otan, tem sido governada principalmente pelo HDZ desde a sua independência, em 1991.
No entanto, em 2020, Milanović, ex-primeiro-ministro de esquerda, assumiu a presidência com o apoio da principal sigla de oposição, o Partido Social-Democrata (SDP).
Os dois turnos da eleição presidencial aconteceram em um contexto de inflação alta, corrupção generalizada e escassez de mão de obra no país. Mas essas questões quase não apareceram nos debates presidenciais. Durante a campanha, os dois candidatos trocaram insultos e provocações.
Personalidade central no cenário político do país há quase duas décadas, Milanović utiliza com frequência uma retórica populista, questionando autoridades europeias ou locais. Mas foi com este estilo que ele conseguiu aumentar sua popularidade e atraiu o apoio de eleitores de direita.
No domingo, depois de votar em Zagreb e expressar confiança na vitória, Milanović criticou novamente a União Europeia, que disse ser “em muitos aspectos, autocrática e pouco representativa”.
Questionamento sobre aliados ajudou a atrair eleitores de direita
Zoran Milanović vota em urna na Croácia.
DAMIR SENCAR / AFP
Durante a campanha, ele relembrou os escândalos de corrupção envolvendo o HDZ. , apesar de condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia. O ex-primeiro-ministro também criticou a União Europeia e a ajuda militar dada a Kiev
Milanović se opôs, por exemplo, a um programa que permitiria que soldados croatas ajudassem a treinar tropas ucranianas na Alemanha. Essa postura lhe rendeu acusações de ser um “fantoche pró-Rússia” pelo HDZ.
Mas ele se defendeu, alegando que discordar dos aliados não significa fazer o jogo de Moscou. Dessa forma, ele tentou seduzir não apenas os eleitores socialistas, mas também parte do eleitorado de direita, de acordo com analistas políticos croatas.
Primorac, por outro lado, fez uma campanha focada nos valores conservadores do HZD de patriotismo e família e em uma “Croácia unida”. O candidato é pediatra, cientista forense, geneticista e fã de taekwondo.
“Milanović é uma espécie de onívoro político”, destacou o analista político Zarko Puhovski à AFP, afirmando que o presidente é amplamente visto como o “único contrapeso, pelo menos simbólico, ao governo e ao poder de Plenković”, o chefe de governo conservador.
Os eleitores mais jovens expressaram frustração com a falta de debate entre os líderes políticos sobre questões que lhes interessam, como moradia ou o padrão de vida dos estudantes. 
“Nós os ouvimos (políticos) falando principalmente sobre assuntos antigos e reciclados. O que é importante para os jovens nem passa pela cabeça deles”, disse Ivana Vuckovic, uma estudante de 20 anos, à agência AFP.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.