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Projeto de profissionalização no funk desenvolve novos talentos no ritmo no Rio


Mais de 150 alunos já receberam a formação, que acontece em oito salas da Fundição Progresso, na Lapa. Jovens participam de curso de formação para talentos do funk no RJ
O projeto “Estude o funk” tem como principal objetivo desenvolver talentos do ritmo, tradicional nas comunidades cariocas. A ação acontece na Fundição Progresso, na Lapa, na região central do Rio, e conta com o patrocínio do Governo do Estado com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Atualmente, 50 alunos participam do processo de formação.
A criação do projeto de formação ocorreu em junho de 2022, para incentivar a cultura do funk carioca e a profissionalização de artistas da nova cena musical. O curso é gratuito e conta com alunos de vários pontos da cidade. Muitos deles possuem histórias difíceis de vida, que tentam retratar na arte que produzem.
“Minha guarda sempre foi do Estado. Perdi minha mãe muito cedo. Ela foi vítima de feminicídio, meu pai morreu de infarto. Então eu cresci em orfanato, em situação de rua”, contou Condazze Barreto, de 27 anos, que é bailarina e MC.
Os colegas dela, em muitos casos, também têm histórias difíceis. Havanna, de 27 anos, é cantora e compositora de funk pop.
“Eu morava na favela e, ser uma criança afeminada na favela, há tempos atrás, era um desafio para mim mesma, e para minha família”, disse Havanna, que é uma mulher trans.
O curso acontece em 8 salas, que ocupam 750 metros quadrados.
“A galera é selecionada, se inscreve no programa, a gente faz uma seleção dos artistas que participam de uma residência de conhecimentos. Eles aprendem sobre mercado, venda de shows, direitos autorais, a lançar sua música, a aprender na prática”, afirmou Vanessa Damasco, diretora-geral do Escute o Funk.
Projeto de formação desenvolve talentos do funk na Fundição Progresso
Reprodução/ TV Globo
Mais de 150 alunos já receberam a formação.
“Esse é um espaço de muita liberdade criativa e de descobertas pessoais, onde eles podem, de fato, assumir a sua persona e ser quem eles pretendem ser. Se apresentar ao mercado desta forma”, completou Vanessa.
No curso, Charles, de 33 anos, que se descobriu MC Chacha, encontrou um meio para superar um passado difícil. As letras criadas por ele pedem um futuro diferente para as novas gerações.
“Hoje em dia eu posso chegar na minha comunidade e eles me conhecem como MC Chacha, tá ligado? Não sou mais o Charlinho de Maria, eu sou o Chacha”, contou o artista.
Assim como ele, Codazze sonha com um futuro melhor com a música.
“Daqui a dez anos eu vou estar com meu apartamento, com minha piscina, minha filha. Vou ter viajado internacionalmente, que é um sonho que eu tenho”, disse Codazze.
Havanna conta que pelo menos um sonho já conseguiu realizar: o de ser identificada como mulher.
“E quando chego aqui eu me vejo em um coletivo, vejo como as pessoas me enxergam em coletivo, vejo como as pessoas me enxergavam como uma mulher com uma maior facilidade, sem eu precisar me expressar, sem eu precisar dizer o meu gênero ou a maneira que eu queria ser chamada. E eu começo a olhar pra dentro de mim e para as minhas escolhas e resolvo transcender”, disse a jovem.
A diretora do Estude o Funk fala o curso também busca construir novas relações.
“Eu acho que a mudança de vida vem pelas novas relações que são encontradas aqui no Estude o Funk e também pela busca pela autonomia, pelo foco no trabalho. As pessoas conseguem ter mais segurança naquilo que pretendem fazer”, destacou Vanessa.
Projeto de formação desenvolve talentos do funk no Rio de Janeiro
Reprodução/ TV Globo

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