• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Deputados cobram autoridades sobre surto de gastroenterite na Baixada Santista


Parlamentares solicitaram explicações sobre cenário que lotou unidades de saúde e farmácias entre dezembro e o início de janeiro. Em Guarujá, coordenador da vigilância sanitária acredita que o pico já tenha sido superado. Erika Hilton (PSOL), Solange Freitas (União) e Tenente Coimbra (PL) cobraram autoridades sobre aumento nos casos de gastroenterite
Câmara dos Deputados, Matheus Tagé/A Tribuna e Vanessa Rodrigues/A Tribuna
Deputados estaduais e federais pediram explicações às autoridades competentes sobre o surto de gastroenterite que atingiu a Baixada Santista, no litoral de São Paulo. Tenente Coimbra (PL), Solange Freitas (União) e Erika Hilton (PSOL) se mobilizaram para cobrar detalhes sobre a origem da contaminação que lotou as unidades de saúde da região.
✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp.
Até o último domingo (5), as autoridades de saúde falavam em virose ao se referir aos sintomas. No entanto, nesta segunda-feira (6), a Secretaria Saúde do Estado de São Paulo disse investigar se o surto de gastroenterite é causado por vírus, bactéria ou parasita.
Na cidade de Guarujá, por exemplo, várias pessoas se dirigiram às unidades de saúde relatando o problema entre dezembro e janeiro. Há também relatos semelhantes em outros municípios, como Praia Grande e Santos.
No último sábado (4), a prefeitura de Guarujá informou ter notificado a Sabesp sobre a possibilidade de vazamentos e ligações clandestinas de esgoto na região da Enseada, que poderiam ser a causa do aumento dos casos na cidade. A Sabesp negou que a operação da empresa tenha relação com o surto.
Diante da situação, os parlamentares solicitaram explicações à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil).
Erika Hilton
A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) em discurso no plenário da Câmara no dia 8 de março
Pablo Valadares/ Câmara dos Deputados
A deputada federal Erika Hilton enviou, na sexta-feira (3), um ofício pedindo esclarecimentos à Sabesp, Cetesb e Secretaria de Saúde sobre as medidas adotadas em relação às ocorrências de gastroenterite.
A parlamentar afirmou que os números relatados pela imprensa e autoridades saltam aos olhos. Embora o aumento de viroses nesta época seja comum devido às festas e ao turismo de alta temporada, ela acredita que a situação pode ser mais grave do que o observado em anos anteriores.
Hilton destacou que, possivelmente, a alta de casos esteja relacionada a outra causa, que deve ser vista com preocupação pelas autoridades. “Uma possível omissão ou falha nos serviços prestados, tanto pela Sabesp e Cetesb, quanto pela Secretaria de Saúde, aponta para a necessidade urgente de apuração de condutas e responsabilidades, além da adoção de medidas corretivas”.
Diante disso, a parlamentar argumentou que a Sabesp e a Cetesb devem apresentar relatórios da qualidade da água distribuída nas últimas 4 semanas nas cidades afetadas, informações sobre a cobertura do tratamento de esgoto e mais detalhes.
Em relação à Secretaria de Saúde estadual, pediu informações sobre o monitoramento do surto na região, medidas preventivas e corretivas adotadas, bem como as ações de vigilância sanitária relacionadas à água distribuídas pela Sabesp.
Em nota, a Cetesb disse não ter recebido o ofício ainda. A companhia ressaltou que monitora a balneabilidade das praias semanalmente e, em relação à água doce, somente a água bruta, que não é usada para o consumo humano. “Água para consumo é de responsabilidade das empresas de água e saneamento”, respondeu.
Também por meio de nota, a Sabesp disse que ainda não recebeu o ofício e que prestará todos os esclarecimentos à deputada. Reiterou que o surto de gastroenterite não tem relação com a operação da empresa e que os sistemas de água e esgoto da Baixada Santista estão operando normalmente, sendo monitorados 24 horas por dia. “Todo o esgoto coletado é tratado”.
A Secretaria de Saúde estadual não retornou a demanda feita pelo g1 até a última atualização da reportagem.
Solange Freitas
Deputada estadual Solange Freitas (União)
Reprodução/Instagram
Na sexta-feira (3), a Sabesp confirmou que houve um vazamento de esgoto na direção da Rua Chile, na Enseada, em Guarujá. No entanto, as áreas afetadas receberam serviços de higienização.
No Instagram, a deputada estadual Solange Freitas disse ter procurado a companhia para tratar sobre o surto de gastroenterite na Baixada Santista e comentou sobre o vazamento registrado na Enseada.
“Nós temos que ficar atentos aos sintomas porque, nessa época do ano, é comum, sim, infelizmente, ter esses casos de virose. Mas nós estamos atentos ao que está acontecendo e também para que as fake news não se propaguem”, afirmou.
A parlamentar ainda afirmou ter encaminhando as denúncias para a superintendência da Sabesp, cujas equipes estão verificando as ocorrências.
“SURTO! Sol, calor, praia. A mistura é diversão, mas pode ser também palco pras viroses, que são facilmente transmissíveis”, escreveu a deputada em um post, compartilhando reportagem veiculada no Jornal Nacional sobre o tema.
Tenente Coimbra
Deputado estadual Tenente Coimbra (PL)
Silvio Luiz/Arquivo A Tribuna
Em ofício protocolado no último sábado (4), o deputado estadual Tenente Coimbra ressaltou que o surto fez com que as unidades de saúde ficassem sobrecarregadas, com tempo espera que ultrapassou quatro horas em cidades como Guarujá e Praia Grande.
“Apesar de a companhia negar qualquer relação direta entre o vazamento e o aumento dos casos de virose, a possibilidade de causalidade não pode ser descartada sem uma investigação criteriosa”, argumentou.
Diante disso, pediu intervenção Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo (Semil) junto à Sabesp para verificar a existência de possíveis despejos irregulares de esgoto em praias da região.
Coimbra pediu que sejam avaliados os impactos ambientais e sanitários devido ao extravasamento ocorrido na Enseada, além da disponibilização de informações precisas sobre as medidas adotadas para prevenir novos episódios de vazamento de esgoto.
Em nota, a Semil disse que está acompanhando as investigações sobre os casos no litoral e monitorando as medidas necessárias.
Análises
Vazamento de esgoto na Praia da Enseada, em Guarujá (SP)
Reprodução/TV Tribuna
A Prefeitura de Guarujá informou ter enviado amostras de água de abastecimento, coletadas em pontos estratégicos da cidade, para o Instituto Adolfo Lutz. Ela busca tentar esclarecer a origem dos casos de gastroenterite aguda, que causa inflamações no estômago e intestino. Até a última publicação da reportagem, não havia informações sobre os resultados.
“Queremos descobrir a origem da virose, que começou ainda antes do Natal, e só os laudos trarão essa resposta. A onda de infecção agora migrou para as cidades vizinhas, o que é muito comum em casos de viroses causadas, provavelmente, por Norovírus, transmitidos por água contaminada”, disse o coordenador de vigilância sanitária, Marco Chacon.
Por meio de nota ao g1, a Sabesp informou que equipes atuaram rapidamente para regularizar o funcionamento da rede de esgoto também em Itanhaém, onde houve denúncias de vazamento.
Possíveis causas
Além dos casos de virose, Guarujá registra vazamento de esgoto para o mar
Ao g1, o infectologista Leandro Curi explicou que vírus são transmitidos pelo ar, pela água ou alimentos contaminados. A água, por exemplo, é um local propício para esses agentes infecciosos por ser de fácil acesso ao ser humano. “Pode estar na água do rio, do mar, na água que a gente bebe”, disse ele.
Ele ressaltou que o termo “virose” é utilizado popularmente para designar várias doenças, mas define somente as causadas por vírus.
Segundo o especialista, é comum que doenças causadas por bactérias apareçam no esgoto. Um exemplo é a cólera, tipo de gastroenterite bacteriana. Assim como elas, os vírus também podem estar presentes nesse ambiente.
Curi explicou que, no caso dos sintomas que têm sido observados na Baixada Santista, é menos provável que o vírus esteja contaminando pelo contato com a pele. “A gente acredita que seja mais da ingesta dessa água ou no uso dessa água para higienização de alimentos ou hidratação direta”, disse.
Atendimento
UPA Rodoviária em Guarujá (SP) ficou lotada com casos de virose
Reprodução/TV Tribuna
Desde dezembro o crescimento das ocorrências na região tem sobrecarregado as unidades de saúde, que estão lotadas, e as farmácias, que enfrentam escassez de medicamentos para tratar os sintomas.
A Sabesp afirmou que as fortes chuvas podem sobrecarregar o sistema, já que ele não foi projetado para a entrada de água pluvial. “A Sabesp informa que monitora o sistema de esgotamento sanitário da Baixada Santista, com equipes mobilizadas para manter sua plena operação”, destacou.
O coordenador da vigilância sanitária de Guarujá, onde os relatos de sintomas explodiram no início do ano, acredita que o pico já foi superado.
Como prevenir?
Casos de virose aumentaram na região
Reprodução/EPTV
O governo estadual divulgou medidas preventivas a serem adotadas para evitar a Doença de Transmissão Alimentar (DTA) no verão, quando há grande concentração de turistas por conta das festas de fim de ano e férias escolares. Veja:
Evite alimentos mal cozidos;
Mantenha os alimentos bem refrigerados, com atenção especial às temperaturas dos refrigeradores e geladeiras dos supermercados onde os alimentos ficam acondicionados;
Leve seus próprios lanches durante passeios ao ar livre;
Observe bem a higiene de lanchonetes e quiosques;
Lave as mãos antes de se alimentar;
Tenha atenção redobrada com comidas em self-service;
Beba sempre água filtrada;
Não consuma gelo, “raspadinhas”, “sacolés”, sucos e água mineral de procedência desconhecida.
Também é importante prestar atenção à balneabilidade das praias – que define se o mar está próprio ou não para o banho. O boletim divulgado na quinta-feira (2) indica que, das 175 praias monitoradas no litoral, 38 apresentam condição imprópria. Confira no site da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
De acordo com o médico infectologista Evaldo Stanislau, os moradores em geral não devem entrar em pânico porque a virose tende a passar sozinha em alguns dias.
Veja orientações, de acordo com Stanislau:
Se estiver enjoado ou vomitando, tome o remédio para vômito
Como o remédio é via oral, é possível que também o vomite e ele acabe não funcionando. Se esse for o caso, existem remédios colocados embaixo da língua que são rapidamente absorvidos
Caso esteja vomitando, o paciente deve primeiro tratar esse sintoma. Se não estiver, se tiver controlado o vômito ou esteja apenas com diarreia, deve passar à hidratação do organismo.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
Adicionar aos favoritos o Link permanente.