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O que se sabe sobre a morte do ‘Anão da Solidão’, baleado pela polícia em Florianópolis

A morte de Ernesto Schmidt Neto, 48, conhecido como Betinho, o “Anão da Solidão”, é apurada pela PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina), que instaurou um inquérito. Segundo relatos, agentes da PMSC entraram na casa da vítima após terem sido acionados e dispararam mais de cinco vezes. O caso aconteceu na praia da Solidão, localizada no sul da Ilha em Florianópolis, por volta das 9h40 deste sábado (4).

Ernesto era filho único e sofria com recorrentes surtos psicológicos - Foto: Divulgação/ND

Ernesto era filho único e sofria com recorrentes surtos psicológicos – Foto: Divulgação/ND

Um vídeo (veja abaixo), gravado por moradores da região, mostra o momento em que os agentes atiram contra Betinho. Nas imagens, é possível ouvir quatro desses disparos, enquanto os as pessoas que estão gravando descrevem o acontecimento e questionam a ação dos policiais.

O “Anão da Solidão” era filho único de dona Joaquina, moradora da região, que alugava quartos na sua casa para turistas durante a temporada de verão. A PMSC foi acionada no local após uma inquilina dizer que estava sendo ameaça por Betinho com uma faca.

Segundo a Polícia Militar, Betinho estava alterado quando os agentes chegaram no local e que ele tentou partir para cima dos policiais com a faca.

Veja o vídeo do momento dos disparos contra o ‘Anão da Solidão’


Moradores registraram o momento em que polícia efetua disparos em ‘Betinho’ – Vídeo: Divulgação/ND

‘Anão da Solidão’ tinha histórico de surtos psicóticos e era dependente químico

O psicólogo Thomas Teixeira Fidryszewski, também morador da Solidão, conta que acompanhava os recorrentes surtos da vítima. Em depoimento pessoal, ele afirma que Betinho “sofria de transtornos psicológicos que o levaram à dependência química, fatos que potencializavam suas crises psicológicas”.

No entanto, segundo o psicólogo, “os moradores sempre lhe respeitaram e em diversos momentos deram conta de suas crises que eram acometidas por um comportamento agressivo, porém, facilmente controlado por quem o conhecia”.

Fidryszewski também questionou a ação, dizendo que os inquilinos chamaram a polícia, que arrombaram a porta da casa e em seguida, “dispararam mais de cinco tiros em um sujeito com menos de um metro de altura, tendo em vista que poderia ser controlado pelos policiais”.

O psicólogo afirma, ainda, que “um amigo em comum colocou-se a disposição para conversar com Betinho para acalmá-lo e fazer com que ele se entregasse, mas os policiais o impediram”.

'Anão da Solidão' foi morto após avançar contra policiais com uma faca nas mãos - Foto: Divulgação/ND

‘Anão da Solidão’ foi morto após avançar contra policiais com uma faca nas mãos – Foto: Divulgação/ND

PMSC abre inquérito para investigar o caso

A Polícia Militar informou que Betinho tinha passagens por diversos delitos, incluindo ameaça, lesão corporal, desacordo comercial, invasão de propriedade, calúnia, dano, furto, dirigir sob efeito de álcool ou drogas, desacato, resistência (desobediência).

O comandante do 4° Batalhão, tenente-coronel André Serafin, afirmou que “Anão da Solidão” estava alterado e tentou atacar os policiais com uma faca. “O sargento da ronda chegou no local e, no momento que tentou fazer a primeira intervenção de conversar, ele partiu para cima”, justificou o comandante.

Um IPM (Inquérito Policial Militar) foi instaurado para investigar a conduta e a reação dos policiais.

'Betinho' já tinha passagens pela polícia por desacato, ameaça e por dirigir alcoolizado - Foto: Divulgação/ND

‘Betinho’ já tinha passagens pela polícia por desacato, ameaça e por dirigir alcoolizado – Foto: Divulgação/ND

Amigos e conhecidos demonstram revolta com a morte de Betinho

Nas redes sociais, algumas pessoas lamentaram a morte do “Anão da Solidão” e se revoltaram com a ação dos policiais. “Totalmente despreparados, invadiram a residência e mataram ele dentro da casa ao invés de imobilizar o Beto. Porque estava com uma faca na mão, atiraram nele letalmente, uma covardia total. A Solidão inteira tá arrasada”, disse um conhecido.

Outros atentaram que, mesmo com Betinho tentando atacar os policiais, a reação foi desproporcional. “A polícia não consegue deter um anão com faca. Estamos bem de policiamento!”, ironizou um. “Ele era encrenqueiro mesmo, mas existem diversos encrenqueiros aí incomodando, tocando terror em diversos bairros. E a polícia ‘queima ficha’ matando ‘encrenqueiro’? Matar ‘folgado’ de um metro é fácil, né!?”, completou outro, indignado.

Uma conhecida de dona Joaquina prestou condolências à mãe de Betinho: “Ela é uma pessoa humilde e batalhadora. Uma tristeza. Apesar de tudo, ele ajudava muito ela”.

Fidryszewski também se posicionou com indignação: “Ficam duas perguntas que, como psicólogo e professor do curso de Psicologia, me acometem nesse momento de luto: Como que a PM lida com o profissional de psicologia que liberou laudo positivo para fardar, armar e colocar nas ruas sujeitos tão desequilibrados e incapazes emocionalmente?”, questionou.

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