Elenco do filme, primeiro original Globoplay e com direção de Walter Salles, participará de cerimônia em Los Angeles, nos EUA. ‘Ainda Estou Aqui’ concorre na categoria de melhor filme de língua não inglesa e Fernanda Torres, na de melhor atriz em filme de drama. Globo de Ouro: Fernanda Torres e ‘Ainda estou aqui’ vivem expectativa por premiação neste domingo (5).
Reprodução/Jornal Nacional
O filme Ainda Estou Aqui e a atriz Fernanda Torres disputam neste domingo (5) um dos principais prêmios do cinema, o Globo de Ouro, que é o prêmio da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood.
Quase tudo pronto. O tapete vermelho já está estendido. Por ali vão passar as estrelas do cinema com maior destaque em 2024.
Entre elas, as brasileiras de “Ainda Estou Aqui”: o primeiro filme original Globoplay e uma coprodução entre Brasil e França.
A história do filme é inspirada no livro do jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva, sobre a família dele.
Em 1971, durante a ditadura no Brasil, militares prenderam o pai de Marcelo, o ex-deputado Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello.
“É um filme muito bonito, muito importante, um filme necessário, um filme que fala do passado, conversando com o presente. E é uma honra representar o Brasil, no meio de tanta gente que admiro. Com Walter Salles como cineasta, que respeito tanto, com a Fernanda Torres, minha querida colega que está concorrendo ao prêmio de melhor atriz, tendo boas chances. Estou torcendo para a Nanda!”, afirmou o ator Selton Mello.
Fernanda Torres é Eunice Paiva, esposa de Rubens e mãe de Marcelo e quatro mulheres – Vera, Eliana, Ana Lúcia e Maria Beatriz.
Globo de Ouro: Fernanda Torres e ‘Ainda estou aqui’ vivem expectativa por premiação neste domingo (5).
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Eunice é presa por 12 dias e interrogada. Depois, passa décadas lutando para garantir que o Estado reconheça o assassinato do marido por agentes do regime militar.
Fernanda Torres disputa o prêmio de melhor atriz no Globo de Ouro, em filme de drama, com Nicolle Kidman (pelo filme “Babygirl”), Kate Winslet (“Lee”), Angelina Jolie (“Maria”), Tilda Wilson (“O quarto ao lado”) e Pamela Anderson (“The last showgirl”).
“Eu já considero um milagre eu ter sido nomeada para o Globo de Ouro, porque é um ano com performances femininas extraordinárias. E a alegria maior de todas, volto a dizer, é ter feito Eunice Paiva, num filme como ‘Ainda Estou Aqui’, que atraiu três milhões de pessoas ao cinema. As pessoas não param de me parar na rua para dizer o quanto se emocionaram com o filme. Adolescentes foram apresentados ao que é realmente viver numa ditadura militar através deste filme”, disse a atriz Fernanda Torres.
“Ainda Estou Aqui” é um dos seis indicados na categoria de melhor filme de língua não inglesa, e concorre com:
O italiano “Vermiglio”;
O francês “Emilia Pérez”;
O indiano “Tudo que Imaginamos como Luz”;
O dinamarquês “A Garota da Agulha”;
O alemão “The Seed of the Sacred Fig” (“A Semente do Figo Sagrado”, em tradução literal).
“Ainda Estou Aqui” é o quarto filme de Walter Salles indicado ao Globo de Ouro. A primeira indicação foi com “Central do Brasil”, em 1999. Neste domingo (5), ao lado de Fernanda Torres em Los Angeles, na premiação, o diretor vai reviver uma história parecida.
“Central do Brasil” ganhou o Globo de Ouro de melhor filme de língua não inglesa.
Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, interpretou a protagonista Dora e concorreu como melhor atriz de filme dramático, mas não levou o prêmio. As duas são as únicas brasileiras já indicadas nesta categoria, e as duas, em filmes de Walter Salles.
Mãe e filha aparecem em “Ainda Estou Aqui”. Fernanda Montenegro interpreta Eunice Paiva no final do filme.
A jornada de “Ainda Estou Aqui” tem sido um sucesso. Até agora, o filme foi selecionado para mais de 50 festivais e ganhou prêmios nacionais e internacionais.
Entre eles, o de melhor roteiro no Festival de Veneza, melhor filme na escolha do público em Vancouver, no Canadá, e em Mill Valley, na Califórnia.
Fernanda Torres foi escolhida como melhor atriz em filme latino de cinema e TV no Critics Choice Awards, prêmio da associação de críticos americanos e canadenses.
Para Fernanda, a presença de diferentes gerações no filme já demonstra uma vitória brasileira, na arte e na vida.
“Eu acho que isso diz muito sobre como nós sobrevivemos, artistas, criadores, defensores dos direitos humanos, advogados, uma visão humanista do mundo. Então eu acho que minha mãe, eu, Eunice Paiva, Marcelo Paiva e Walter Salles somos a prova de que a arte no Brasil existe e perdura, com um sorriso como Eunice ensina a gente a ter”, afirmou Fernanda Torres.