Segundo secretário, imunização de bloqueio é forma de prevenção. Presença do vírus nos animais foi detectada pelo Laboratório de Virologia da universidade, mas amostras ainda serão avaliadas no Instituto Adolfo Lutz. Macacos mortos em Ribeirão Preto, SP, estavam contaminados com o vírus da febre amarela
Divulgação
A Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto (SP) anunciou nesta sexta-feira (3) a vacinação de bloqueio após a morte de quatro macacos por febre amarela no campus da Universidade de São Paulo (USP) .
A dose é destinada para aqueles que frequentam ou moram no campus ou em um raio de até 300 metros e que ainda não foram vacinados contra a doença.
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Os animais foram encontrados mortos entre o Natal e o Ano Novo, em uma área de mata dentro da universidade e a presença do vírus foi detectada pelo Laboratório de Virologia, a partir de análise das vísceras deles.
O laudo do Laboratório Adolfo Lutz, que vai comprovar ou descartar a doença, pode sair ainda nesta sexta-feira (3), de acordo com o prefeito de Ribeirão Preto, Ricardo Silva (PSD).
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Segundo Maurício Godinho, secretário de Saúde, em menos de 24 horas, a cidade conseguiu 25 mil doses de vacina para iniciar a campanha de bloqueio. A ideia é, de forma ativa, buscar quem ainda não está imunizado contra a doença e fazer a vacinação seletiva.
“A primeira ação é a vacinação de bloqueio, que acontece na região onde foram encontrados os macacos. Lembrando que a doença hoje não circula em seres humanos na região de Ribeirão Preto. O que nós estamos fazendo é uma ação de prevenção, de contenção, que vai acontecer na USP e 300 metros de raio da universidade.”
Ainda segundo Godinho, adultos que tomaram a vacina, ainda que apenas uma dose, após os 5 anos de idade, estão imunizados. Crianças que tomaram a vacina aos nove meses e a dose de reforço aos 4 anos também estão protegidas contra a doença.
Busca ativa a 4 mil crianças
Godinho explica que a busca ativa vai focar, principalmente, na busca de quatro mil crianças em toda Ribeirão Preto que, de acordo com mapeamento realizado pela prefeitura, não completaram o ciclo vacinal da febre amarela nos últimos anos.
Como forma de segurança, agentes da saúde foram às ruas nesta sexta-feira na tentativa de encontrar vacinar este público.
“Dessas quatro mil crianças, pode ser que algumas tenham recebido na rede privada, isso foge a informação do município. Por isso que é importante a busca ativa, a gente ligar, trazer as crianças, as famílias e confirmar se elas receberam ou não a vacina”.
Macacos encontrados mortos em Ribeirão Preto, SP, são da espécie bugio
Reprodução/EPTV
Macaco não é transmissor
O secretário reforçou ainda que o macaco não transmite a doença para o humano. A preocupação é porque em 2017, quando Ribeirão Preto teve duas mortes confirmadas por conta da febre amarela, a população passou a agredir macacos. A intenção da nova gestão é garantir que o episódio não se repita.
“Nós não devemos fazer controle aos macacos, não devemos fazer nenhuma ação contra o macaco. O macaco simplesmente serviu, nos ajudou e serviu como sentinela, que nós falamos, para identificar que a doença estava existindo.”
São transmissores da febre amarela os mosquitos Haemagogus e Sabethes, que têm hábitos silvestres, e o Aedes aegypti, que tem hábitos urbanos e também é transmissor de outras doenças, como dengue, zika e chikungunya.
Godinho afirmou que, por esse motivo, após a primeira etapa da vacinação de bloqueio, a Secretaria de Saúde deve realizar a busca ativa nos corredores ecológicos, que são aqueles locais onde circula o mosquito silvestre que transmite a doença.
Macacos mortos em Ribeirão Preto, SP, estavam contaminados com o vírus da febre amarela
Reprodução/EPTV
*Sob supervisão de Flávia Santucci
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