Levantamento do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho compreende o período de 2012 a 2022 e se refere apenas aos funcionários com vínculo regular. Veja também números só do ano passado. Técnica de enfermagem
Arquivo/Prefeitura Municipal de Campinas
A profissão de técnico de enfermagem é a que mais registrou acidentes de trabalho em Campinas em 11 anos, de acordo com dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. O levantamento compreende o período de 2012 até 2022 e se refere apenas aos funcionários com vínculo regular.
Segundo o balanço, durante o intervalo, foram registrados em Campinas 4 mil acidentes de trabalho envolvendo técnicos de enfermagem, o que representa 8% do total de 58,3 mil ocorrências.
As funções de faxineiro (6%), coletor de lixo domiciliar (5%), alimentador de linha de produção (3%) e cozinheiro geral (3%) completam a lista dos cinco cargos com mais casos. Veja abaixo a lista com as dez profissões de mais risco:
Considerando apenas os dados de 2022, que foram incluídos no repositório estatístico, vinculado ao Ministério Público do Trabalho (MPT), na última semana, o cenário praticamente não muda.
As profissões de técnico de enfermagem e faxineiro se mantêm na liderança, enquanto que a terceira posição passa a ser ocupada pelo cargo de alimentador de linha de produção, que representa 4% dos 4,9 mil acidentes de trabalho em Campinas no ano passado. Confira as diferenças e os dados de 2022 no gráfico:
Quais são os motivos?
O procurador e coordenador regional da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho (Codemat), Silvio Beltramelli Neto, informou ao g1 que o maior nível de acidentalidade é observado, geralmente, nos segmentos em que há uma cultura da formalização de contratos de trabalho, ou seja, em que há mais funcionários registrados em carteira, o que possibilita a correta emissão de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CATs).
Além disso, outra razão apontada é um déficit de atenção à saúde e segurança do trabalho e de implementação de medidas efetivas de prevenção, coletivas ou individuais.
“O MPT tem se reunido com municípios e órgãos de garantia do trabalho decente, em todo o interior de São Paulo, para debater e fomentar a criação de políticas públicas de prevenção, a partir de um aumento das notificações, com a finalidade de reduzir de forma considerável a acidentalidade nos ambientes laborais”, disse o procurador.
Subnotificação
Beltramelli Neto ainda apontou para um número alto de subnotificações de acidentes de trabalho em Campinas, e também nas esferas federal e estadual.
“Isso impossibilita ter um retrato fidedigno da acidentalidade e, em muitos aspectos, apontar outros segmentos e profissões que são inseguros”, completou.
Maior número desde 2019
Campinas (SP) registrou o maior número de acidentes de trabalho em três anos. De acordo com dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, foram 4,9 mil ocorrências em 2022, número mais alto desde 2019, quando foram notificados 5,4 mil casos. O índice equivale ao terceiro aumento consecutivo. Veja aqui os detalhes e os perfis mais comuns.
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