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Chegada de migrantes irregulares às Ilhas Canárias bateu recorde em 2024

Canoa com 136 migrantes a bordo, incluindo 40 mulheres e 17 crianças, é resgatada em El Hierro, nas Ilhas Canárias, em 28 de novembro de 2024Antonio Sempere

Antonio SEMPERE

Um total de 46.843 migrantes entrou irregularmente na Espanha através das Ilhas Canárias em 2024, superando o recorde de 2023, devido ao forte aumento das chegadas desde outubro, segundo os dados anuais publicados nesta quinta-feira (2) pelo Ministério do Interior.

No total, 63.970 migrantes irregulares chegaram à Espanha no ano passado, um número superior ao de 2023 (56.852), mas inferior ao recorde de 2018, quando foram registrados 64.298.

As Ilhas Canárias são a principal porta de entrada de migrantes para a Espanha, e muitos morrem tentando alcançar este arquipélago em pequenas embarcações. O arquipélago está localizado a cerca de 100 km da costa noroeste da África no ponto mais próximo.

De acordo com dados da ONG Caminando Fronteras, 2024 foi o ano com mais mortes nesta perigosa travessia, com cerca de 10.400 vítimas.

O número de mortes foi 58% superior ao registrado em 2023 pela ONG, que contabilizou 6.618 óbitos.

Apesar dos perigos, devido às fortes correntes e às embarcações frágeis utilizadas pelos migrantes, com pouca água e suprimentos, a travessia para as Ilhas Canárias ganhou popularidade nos últimos anos devido ao aumento da vigilância e da pressão das autoridades em outras rotas.

Enquanto os números das Canárias batem recordes, as chegadas à União Europeia pela rota dos Bálcãs ocidentais caíram 80% nos primeiros onze meses de 2024, e as chegadas pelo Mediterrâneo central diminuíram 60%, segundo dados da agência fronteiriça europeia, Frontex.

Sobrecarregadas pela magnitude das chegadas nos últimos meses, as autoridades locais deram o alerta, declarando que não conseguem mais atender menores desacompanhados em suas instalações de acolhimento.

No entanto, o governo de esquerda e a oposição conservadora não conseguem chegar a um acordo sobre a redistribuição dos menores por todo o território nacional para aliviar a situação nas Canárias.

A Espanha é uma exceção em relação às questões migratórias dentro da União Europeia, pois o chefe de governo, o socialista Pedro Sánchez, defende uma abordagem positiva em relação à imigração legal em uma Europa cada vez mais envelhecida.

Em meados de novembro, o Executivo aprovou uma reforma destinada a facilitar a regularização de dezenas de milhares de migrantes.

Com esta reforma, que inclui a redução do tempo necessário para obter o visto de residência e a ampliação da duração do visto de procura de emprego de três meses para um ano, até 300.000 migrantes poderão ser regularizados anualmente nos próximos três anos.

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