O ex-presidente americano morreu no domingo (29) aos 100 anos. Líderes mundiais e cidadãos comuns homenageiam Jimmy Carter
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Líderes mundiais e cidadãos comuns homenagearam o ex-presidente americano Jimmy Carter, que morreu no domingo (29) aos 100 anos.
Jimmy Carter deve ser elogiado pelas décadas de esforços incansáveis para encontrar soluções pacíficas para conflitos internacionais e promover a democracia e os direitos humanos. Foi o que disse a organização que concedeu o Prêmio Nobel da Paz ao ex-presidente, em 2002.
O Comitê Norueguês geralmente se abstém de comentários quando pessoas premiadas morrem. Mas quebrou o protocolo para lembrar do filho de fazendeiros do estado americano da Geórgia.
Foi em meio ao Watergate, um dos maiores escândalos políticos da história e que provocou a renúncia do então presidente Richard Nixon, que aquele governador até então desconhecido nacionalmente se apresentou como candidato do Partido Democrata.
Venceu em 1976, prometendo nunca mentir ao povo americano. Mas viveu anos conturbados na presidência, principalmente por causa do Irã. Os aiatolás tomaram o poder e transformaram o país em um estado islâmico.
Fizeram reféns americanos e o preço do petróleo disparou no mundo todo. As filas para comprar gasolina nos Estados Unidos marcaram o governo de Carter, que foi visto como um fracasso total.
Época de preços aumentando e economia estagnada. Mas, com o passar do tempo, muitos críticos revisaram a avaliação.
Carter foi um dos primeiros a investir em energias renováveis e na defesa do meio ambiente. Nomeou um número recorde de negros para o Judiciário.
Na política externa, pressionou países pela defesa dos direitos humanos. Já fora da presidência, em 1982, fundou o Carter Center, uma organização focada em defender a democracia e combater a pobreza no mundo.
Mediou uma série de conflitos internacionais. E tinha equipe especializada em conferir se eleições pelo mundo ocorrem de maneira justa.
Todos os ex-presidentes americanos vivos prestaram condolências. Outros líderes mundiais se manifestaram nas últimas 24 horas.
O presidente egípcio Abdel Fattah El-Sisi disse que o esforço de Carter em promover a paz vai ficar marcado na história. Foi Carter quem selou o primeiro acordo de paz entre Egito e Israel, que dura até hoje.
O gabinete do israelense Benjamin Netanyahu escreveu que quase meio século desse acordo oferece esperança para as gerações futuras.
O presidente panamenho José Raúl Mulino lembrou que foi Carter quem devolveu o Canal do Panamá para os panamenhos e plena soberania total do país.
O cubano Miguel Díaz-Canel disse que seu povo lembrará dos esforços pra melhorar as relações entre Estados Unidos e Cuba.
O primeiro-ministro alemão Olaf Scholz disse que os Estados Unidos perderam um guerreiro comprometido com a democracia.
O Conselho de Segurança da ONU prestou um minuto de silêncio. E o Carter Center em Atlanta recebeu flores levadas por admiradores.
Carter Center em Atlanta recebeu flores levadas por admiradores.
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O funeral de estado de Jimmy Carter será no dia 9 de janeiro, com um velório na sede do Congresso americano. Nesse dia, a Bolsa de Valores de Nova York vai fechar em homenagem ao ex-presidente.
Depois, o corpo será sepultado na cidade natal dele, no estado da Geórgia. Carter morreu em casa, cercado pela família. Nos últimos anos, ele passou por anos de tratamento contra um câncer que se espalhou e, nos últimos meses, recebia apenas cuidados paliativos. A esposa dele, Rosalynn, morreu em 2023. Nas entrevistas, o ex-presidente sempre mostrou ter estabelecido uma relação franca com a morte.
“Eu tive uma vida maravilhosa, milhares de amigos. Uma existência empolgante, aventureira e gratificante.”
Líderes mundiais e cidadãos comuns homenageiam Jimmy Carter
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