O número de mortes no trânsito de São Paulo atingiu seu maior patamar dos últimos nove anos em 2024, mesmo sem contabilizar os óbitos de dezembro. Foram 5.593 mortes em todo o estado entre os meses de janeiro e novembro, segundo o Infosiga, ferramenta que reúne as estatísticas oficiais de incidentes no trânsito.
Mortes na capital
Cerca de 16,7% dos casos são concentrados na cidade de São Paulo, com 935 mortes em 2024. A marca supera a alcançada nos 12 meses de 2013, de 928.
O ano de 2015, o primeiro da série histórica, continua o mais violento, com 1.101 mortes. Já o com menor número de mortes é 2020, ano da pandemia, quando ocorreram 711 mortes.
As principais vítimas são motociclistas: 427 óbitos, ou 41% do total. O índice é maior que o estadual, em que eles representam 38% do total. Pedestres (348), ocupantes de automóveis (8%) e ciclistas (4%) completam o ranking da capital, que sustenta hoje a taxa de 8,16 mortes no trânsito a cada 100 mil habitantes.
Ainda segundo o Infosiga, a faixa etária com mais mortes na cidade tem entre 20 e 24 anos. Já os acidentes acontecem sobretudo em vias municipais e aos finais de semana.
O que diz a Prefeitura
Anteriormente, Ricardo Nunes (MDB) chegou a afirmar que tinha o objetivo de encerrar 2024 com a taxa de 4,5 mortes por 100 mil habitantes. Entretanto, ele deixou a meta de lado no ano passado, trocando-a por um objetivo genérico de realizar 18 medidas relativas ao tema.
Uma delas é a implementação da Faixa Azul, que hoje tem 212 quilômetros da malha viária – acima da meta anunciada de 200 km. Específica para motociclistas, a proposta custou R$ 15,6 milhões.
Outras medidas que visam reduzir número de mortes no trânsito, como “implementar nove projetos de redesenho urbano para segurança e conforto dos pedestres” e “300 km de ciclovias” não foram realizadas pela gestão do emedebista.