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Supervia acumula mais de 62 km de fios roubados em 11 meses


Apesar do número alto, houve queda em relação a 2023. Crime causa prejuízo e afeta o dia a dia dos passageiros. Trens da Supervia
Reprodução/TV Globo
A Supervia, concessionária do sistema de trens do Rio de Janeiro, teve mais de 62 quilômetros de fios roubados de janeiro a novembro de 2024. É fio suficiente para dar quase 8 voltas na Lagoa Rodrigo de Freitas, por exemplo.
O crime, além de gerar prejuízo financeiro, afeta o dia a dia dos passageiros que dependem do transporte. A malha ferroviária urbana do Rio de Janeiro tem 270 quilômetros, cinco ramais, três extensões e 104 estações. Ao todo, os trens do estado transportam cerca de 300 mil pessoas por dia útil.
Investimento para reduzir furtos
Apesar do número alto, houve queda em relação a 2023, quando foram furtados 85.128 metros de cabos.
De acordo com a Supervia, houve investimento em iniciativas de segurança, como o uso de uma solução de cerâmica com nanomarcadores feita exclusivamente para a empresa – o que tira o valor comercial dos fios.
“Na prática, a SuperVia passou a aplicar uma espécie de verniz permanente em todos os fios com o objetivo de inibir a ação dos receptadores. Ou seja, os cabos passaram a ter uma espécie de DNA. Com a solução, que é permanente, os técnicos conseguem saber no receptador ilegal se o cabo é ou não da concessionária”, afirma a concessionária.
A tecnologia permite também saber a origem do fio, mesmo se o receptador queimá-lo ou raspá-lo, que são práticas comuns entre os criminosos.
Além disso, a SuperVia vem contando com mais colaboradores e agentes do Proeis (Programa de Integração de Segurança, da Polícia Militar). Em média, há seis homens em cada estação e no “cinturão” – estações próximas que também podem ser burladas, de acordo com a Supervia.
A concessionária explica que o furto de cabos prejudica todo o planejamento e afeta os intervalos entre os trens porque o comando para o maquinista seguir viagem passa a ser feito por rádio pela equipe de controladores que atuam no Centro de Controle Operacional (CCO), e não mais de forma automática.
“É como se os sinais de uma avenida tivessem apagado e o controle do trânsito passasse a ser feito por um guarda. Por isso, os trens passam a viajar de forma mais lenta, para garantir a segurança operacional e a vida de todos os colaboradores e clientes”, diz o posicionamento.
Roubos
No dia 17 de dezembro, os usuários do ramal Belford Roxo tiveram que enfrentar 9 estações de trens fechadas por conta do roubo de 600 metros de cabos de energia da Supervia.
A concessionária afirmou que pelo menos 10 homens armados invadiram a linha do trem nas proximidades da Pavuna, na Zona Norte, e cometeram o crime durante a madrugada.
Por conta disso, as estações ficaram 10 horas fechadas.
Transição de gestão
A Justiça do Rio de Janeiro homologou o acordo entre a Supervia e o Governo do Estado para a transição da gestão dos trens urbanos até a realização de uma nova licitação. O processo deve durar entre 6 e 9 meses. A decisão é da 6ª Vara Empresarial da Capital.
Justiça homologa acordo entre Governo do RJ e Supervia para transição do serviço de trens
O acordo foi assinado no dia 26 de novembro, em uma reunião no Palácio Guanabara com os representantes da concessionária, o governador Cláudio Castro e o secretário de Transporte e Mobilidade, Washington Reis.
A empresa e o poder público esperam que o período de transição sirva para reorganizar o transporte antes da realização de uma nova licitação.
No total, o processo terá o investimento de R$ 450 milhões, sendo R$ 300 do governo estadual e R$ 150 da Supervia.
Governador Cláudio Castro e Supervia na assinatura do acordo de transição do serviço de trens para novo operador
Cristina Boeckel / g1
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