• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Jovens amazonenses criam projetos que podem ajudar no enfrentamento de queimadas e previsão de seca


Iniciativas tem como objetivo minimizar os impactos da crise climática na região. Projeto criado por estudante de 12 anos tem objetivo de reduzir os impactos das queimadas na Amazônia.
Sabrina Rocha/g1 AM
Dois estudantes adolescentes desenvolveram projetos que podem ser usados como soluções inovadoras para o enfrentamento de queimadas florestais e à previsão de seca nos rios do Amazonas. As iniciativas, apresentadas em uma mostra tecnológica em Manaus, tem como objetivo minimizar os impactos da crise climática na região.
Neste ano, o Amazonas viveu um cenário ambiental crítico devido à combinação de seca dos rios e queimadas. Na capital, o Rio Negro atingiu 12,11 metros, o menor nível já registrado em mais de 120 anos de medição. Além disso, um levantamento realizado pela WWF-Brasil, com base em dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostrou que o número de queimadas na Amazônia aumentou 43,7% nos 11 primeiros meses de 2024.
📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp
Davi Bonifácio Guimarães Sanches Ruiz, de 12 anos, é um dos criadores do projeto “Resfrecadinho”, que consiste em um sistema de extintores inteligentes instalados na floresta para combater incêndios.
Em entrevista ao g1, o jovem explicou que a ideia surgiu a partir dos recorrentes problemas enfrentados pelo estado durante o período de estiagem, quando densas nuvens de fumaça encobriram o céu das cidades, principalmente devido às queimadas em áreas de mata.
“Quando a gente pensa em problemas que temos na Amazônia, a primeira coisa que a gente pensa é: fumaça, fogo, queimadas, então, por isso eu pensei [no protótipo]; acho que consegue ajudar a combater esses incêndios”, afirmou.
O jovem explicou que o sistema foi projetado para detectar níveis de focos de calor. Ao identificar a queimada, o sistema enviaria um sinal para dois outros dispositivos interligados, instalados em torres de transmissão com conexões via satélite. Esses dispositivos registrariam, por meio de imagens, a localização exata das chamas e, em seguida, as autoridades seriam avisadas para fazer o combate ao fogo.
Paralelamente, um alarme instalado nas árvores começaria a emitir um sinal sonoro, alertando as pessoas próximas sobre o incêndio. Quando acionado, o sistema dispara uma barreira de contenção, utilizando espuma mecânica ou água, para conter o avanço das chamas.
“Eu acho esse projeto muito importante porque pode impactar positivamente na vida das pessoas porque ele conserva as árvores, combate às queimadas e, também, pode ajudar os animais que ficam sem abrigo durante os incêndios”, destacou Davi Bonifácio.
A mãe do jovem, Melania Bonifácio, disse estar orgulhosa pela criação de Davi e contou que ele já revelou o sonho de colocar o protótipo em prática. “Ele chegou em casa e disse: ‘eu queria tornar isso realidade’, e eu falei que não era impossível, só precisava estudar e correr atrás”, salientou.
Projeto “Resfrecadinho” consiste em um sistema de extintores inteligentes instalados na floresta para combater incêndios
Sabrina Rocha/g1 AM
Sistema de previsão da seca
Na mesma mostra tecnológica, João Marcos Glória apresentou o “RiverTrack”, um sistema que utiliza Inteligência Artificial (I.A) para prever a estiagem nos rios do Amazonas. O jovem explicou ao g1 que, além de calcular o nível da seca para o próximo ano, o software também fornece dados sobre o mês em que a estiagem atingirá o ponto crítico, com a maior queda no nível das águas.
“Esse projeto é para um controle de estiagem, pra ver se o nível do rio vai descer muito, e assim prejudicar pessoas que moram perto do rio, além de animais que precisam dessa água para beber e se banhar”, disse.
O sistema ainda oferece informações adicionais, como a previsão do tempo e os índices de umidade na região.
Para o professor da Manaós Tech, Pedro Cabral, que orientou o desenvolvimento dos sistemas, o objetivo foi justamente aproximar os estudantes do mundo real, os desafiando a resolver problemas existentes.
“Quando eles atingem um certo nível de habilidade com softwares e programas que a gente utiliza, a gente traz eles para o mundo real e propõe um problema para que pensem e trabalhem para achar uma solução”, completou.
João Marcos Glória apresentou o “RiverTrack” para prever estiagem dos rios do Amazonas.
Sabrina Rocha/g1 AM
Adicionar aos favoritos o Link permanente.