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‘Tio Paulo’, Nino Abravanel e mais: relembre casos que agitaram a polícia em 2024

Casos policiais que impactaram em 2024Fotos: Reprodução; Montagem: Vinícius Lara/iG

O ano de 2024 trouxe diversos casos que agitaram a polícia de vários cantos do Brasil. Entre os destaques estão o tio Paulo, delator do PCC, fugitivos de Mossoró e entre outras situações que chamaram a atenção.

Relembre esses casos e veja abaixo os desfechos dessas histórias.

Tio Paulo 

Próxima audiência do caso tio Paulo deve acontecer em fevereiro de 2025Reprodução

Erika de Souza Vieira Nunes foi presa em flagrante no dia 16 de abril depois de levar um idoso morto, conhecido como “Tio Paulo” para sacar um empréstimo, em nome dele, em uma agência bancária em Bangu (RJ).

Rapidamente, vídeos viralizaram na internet. Nas imagens, Erika pedia para o “Tio Paulo” assinar os documentos do empréstimo. Após um perceber algo anormal, os funcionários do banco chamaram a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Os médicos constataram que Paulo Roberto Braga, de 68 anos, estava morto havia algumas horas. 

No vídeo que circulou na internet, Erika tentava manter a cabeça do idoso levantada, usando a mão. “Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço”, afirma a mulher.

Erika chegou a ser presa por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver, mas a Justiça do Rio de Janeiro mandou soltá-la. Mesmo assim, a mulher se tornou ré pelos crimes de tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver.

Em novembro, Erika faltou na audiência marcada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Na ocasião, foram ouvidas seis testemunhas de acusação. outras duas testemunhas não compareceram. 

Um novo julgamento deve acontecer em fevereiro de 2025.

Fugitivos de Mossoró

Dois presos fugiram da penitenciária de segurança máxima de MossoróReprodução

Dois homens fugiram da Penitenciária Federal de Segurança Máxima em Mossoró (RN). Eles contaram com a ajuda de pelo menos 12 cúmplices para concretizar o plano que haviam traçado quando escaparam da instituição na madrugada de quarta-feira de cinzas, em 14 de fevereiro.

O objetivo era alcançar a Bolívia. Considerando que o país faz fronteira com o Acre, região onde os dois detentos têm suas origens e conexões com a filial do Comando Vermelho, essa meta inicial parecia plausível.

No entanto, os investigadores suspeitam que a travessia não seria realizada pelo Acre, mas sim por Rondônia. O plano incluía um longo percurso pela BR-230, conhecida como Rodovia Transamazônica, até chegar à capital de Rondônia, Porto Velho.

Contudo, a interceptação ocorreu no meio do trajeto, na cidade de Marabá, no Pará. Antes disso, a rota já havia passado por Baraúna, no Rio Grande do Norte, Icapuí, no litoral do Ceará, e pela Ilha de Mosqueiro, no Pará.

Se não tivessem sido capturados, os criminosos seguiriam em uma jornada de aproximadamente 5 mil quilômetros, atravessando pelo menos seis estados: Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Pará, Amazonas e Rondônia. Para tal empreitada, contaram com auxílio externo, como acabou se confirmando.

No momento da prisão, em abril, Deibson e Rogério estavam vestidos com roupas novas, acompanhados de um comboio composto por outros quatro comparsas, portando um fuzil, cartões de crédito e oito telefones celulares.

O caso ganhou notoriedade no país sobre como os prisioneiros escaparam da prisão e se a polícia acabaria os pegando.

Nino Abravanel

Deivis Elizeu Costa Silva, Nino Abravanel, foi acusado de participar do assassinato de Tarcísio Gomes da Silva, de 32 anos.Reprodução

O influenciador Deivis Elizeu Costa Silva, conhecido como Nino Abravanel, foi acusado de participar do assassinato de Tarcísio Gomes da Silva, de 32 anos.

Segundo as autoridades, a motivação do crime seria uma vingança contra o servente de pedreiro, que teria agredido o avô do influenciador. O idoso não resistiu aos ferimentos e morreu após internação. 

Irmão de Nino, Derik teria disparado 11 tiros contra Tarcísio Gomes da Silva, sendo um na cabeça, enquanto o influenciador foi o responsável pela direção do veículo no momento da fuga. O caso aconteceu em maio deste ano, e os irmãos são considerados foragidos.

Imagens de câmeras de segurança mostraram o influenciador e seu irmão momentos antes da morte do servente de pedreiro. Embora não haja gravação dos disparos, a perícia confirmou a quantidade dos tiros.

Em julho, os irmãos compareceram no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, para entregar seus passaportes. Em entrevista a TV Globo, Nino respondeu, em tom de deboche: “Quem é Tarcísio, car****? Vai deitar, ô… Vai se fo***”.

Com 4,5 milhões de seguidores no Instagram, Nino Abravanel ostenta uma vida de luxo e compartilha com os internautas o apreço por automóveis esportivos. O nome do rapaz foi idealizado em referência à família de Silvio Santos, porém, no registro, o influenciador se chama Deivis Elizeu Costa Silva.

A polícia segue investigando o caso.

Caso Porsche

Destroços dos carros envolvidos no acidente Reprodução / Redes sociais

Fernando Sastre de Andrade Filho foi acusado de beber e atingir, com um Porsche, o fundo de um Renault Sandero guiado pelo motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana.

O acidente aconteceu em 31 de março e matou Viana com impacto causado pelo Porsche, que estava a pelo menos 100 km/h na Avenida Salim Farah Maluf. Segundo a nota da Secretaria de Segurança Pública de SP (SSP/SP), o caso foi registrado no 30° DP e é investigado por meio de um inquérito policial.

A Justiça prendeu Fernando Sastre. Além disso, também foi decidido que ele vai ser levado a júri popular para ser julgado pelo episódio.

Sastre está preso desde 6 de maio na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, e aguarda para ser julgado. A prisão dele é preventiva, ou seja, não tem prazo.

Criança que matou 23 animais

Câmera de segurança flagrou momento em que a criança invadiu o local Reprodução

Uma criança de 9 anos torturou e matou 23 animais de pequeno porte após invadir um hospital veterinário da cidade de Nova Fátima, no norte do Paraná , em outubro. As câmeras de segurança registraram a ação brutal do menor na fazendinha local, que havia sido inaugurada no dia anterior.

Segundo a Polícia Militar, o veterinário e proprietário do hospital, Lúcio Barreto, acionou a corporação após encontrar 15 coelhos mortos e outros animais soltos. Ao verificar as imagens das câmeras de segurança, os proprietários externos viram que uma criança, acompanhada de um cachorro, havia pulado o muro e entrado no local.

Caso Igor Peretto

O casal Igor e Rafaela; Mario (canto superior) e Marcelly (canto inferior)Reprodução

O comerciante Igor Peretto, de 27 anos, irmão do vereador Tiago Peretto (União Brasil), de São Vicente (SP) , foi encontrado morto com sinais de facadas dentro de um apartamento da irmã em Praia Grande, no dia 31 de agosto.

A principal hipótese foi de morte após Igor descobrir suposta traição da esposa com o cunhado. Três pessoas ainda seguem sendo investigadas e tidas como principais suspeitos pela Polícia Civil: Rafaela Costa da Silva, viúva de Igor, Marcelly Peretto, irmã dele e dona do apartamento, e Mario Vitorino da Badures, marido de Marcelly.

A Justiça aumentou o prazo de defesa de Mario Vitorino, preso acusado de matar a facadas Peretto em Praia Grande, no litoral de São Paulo, após o advogado dele pegar conjuntivite. Ao g1, o defensor Mario Badures informou ter comprovado o diagnóstico que o afastou das atividades.

As duas mulheres que também foram acusadas de envolvimento se entregaram à polícia em 6 de setembro, já Badures foi detido no dia 15 do mesmo mês. O homem revelou, ao g1, que o prazo da defesa também foi aplicado para as duas mulheres.

O Ministério Público chegou à conclusão que Rafaela Costa, Marcelly Peretto e Mario Badures premeditaram o crime porque Igor atrapalhava o “triângulo amoroso” entre os três acusados.

“Fizeram buscas de rota de fuga ou de quanto tempo demoraria para [o corpo] cheirar e chamar a atenção de alguém e eles terem tempo de fugir”, disse a promotora do caso ao g1.

O MP também denunciou que a morte de Igor traria vantagens financeiras aos acusados. O Ministério Público cita que Mário teria a possibilidade de assumir a liderança da loja de motos que tinha em sociedade com o cunhado. Já a Marcelly receberia herança.

Relator do PCC

Vinicius Gritzbach estava respondendo na justiça por lavagem de dinheiro e homicídio duploDivulgação/Polícia Civil

No dia 8 de novembro, criminosos atiraram, em público, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Em meio ao tiroteio, o empresário Vinicius Gritzbach, jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em agosto deste ano, foi morto.

Além de Gritzbach, outras três pessoas foram baleadas. O motorista de App Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi atingido nas costas por um dos tiros. Ele foi para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

Antônio Vinicius Gritzbach havia prestado depoimento à Corregedoria da Polícia Civil em setembro, no qual revelou que pagou R$ 10 milhões a policiais civis em troca de sua inocência em um inquérito em que era acusado de duplo homicídio.

Após o crime, a polícia chegou a considerar o envolvimento do PCC no atentado, mas após ao início da investigação, revelou o envolvimento de alguns policiais no ataque.

Em dezembro deste ano, uma operação policial prendeu um delegado e três policiais civis suspeitos de atuar em favor do PCC. Além deles, outras duas pessoas foram detidas, e duas continuam sendo procuradas, incluindo um outro policial civil.

A investigação aponta que o esquema criminoso envolvia manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a criminosos e corrupção para apoiar atividades de lavagem de dinheiro do PCC.

A operação é fruto do cruzamento de investigações sobre o PCC, incluindo o assassinato Gritzbach. O delegado preso, Fabio Baena, foi acusado pelo delator de extorsão. Na ocasião, Baena comandava uma investigação em que o delator era suspeito de ordenar o assassinato de dois membros do PCC.

Ao menos seis pessoas foram presas suspeitas do envolvimento do assassinato de Gritzbach. Marcos Henrique Soares foi o primeiro a ser capturado. No momento da abordagem, foram encontradas munições de fuzil .

A Polícia Civil de São Paulo também prendeu Matheus Augusto de Castro Mota. Ele foi localizado em um apartamento em Praia Grande e é suspeito de fornecer veículos usados na fuga dos executores.

Outros quatro presos foram capturados e levados à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Centro de São Paulo. De acordo com a polícia, denúncias anônimas levaram à prisão do grupo no bairro Tatuapé, Zona Leste da capital.

Caso Anic Herdy

Anic Herdy foi morta e teve corpo concretado na casa de Lourival(Foto: Reprodução)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro segue investigando o assassinato da advogada Anic Peixoto Herdy, desaparecida em fevereiro e encontrada morta sete meses depois, em Teresópolis, na Região Serrana. O caso, marcado por reviravoltas, já resultou no indiciamento de quatro pessoas e deixa questões cruciais ainda sem resposta.

Anic foi vista pela última vez em 29 de fevereiro, ao estacionar o carro em um shopping em Petrópolis. Naquela noite, seu marido, Benjamin Herdy, recebeu mensagens supostamente enviadas pelos sequestradores exigindo R$ 4,6 milhões de resgate. Entre transferências, saques e compras de bitcoins, Benjamin pagou o valor, mas a advogada nunca foi libertada.

Seu corpo foi encontrado em setembro, enterrado e concretado na garagem da casa de Lourival Fadiga, faz-tudo da família e apontado como amante da vítima.

Lourival Fadiga, seus filhos Maria Luíza e Henrique e a mulher, Rebecca Azevedo dos Santos, foram indiciados. Lourival confessou o crime, alegando inicialmente que o assassinato foi ordenado por Benjamin, viúvo da vítima. A Polícia Civil, porém, não encontrou provas que confirmem essa versão, apesar de ter quebrado o sigilo do ex-marido.

Um laudo de necropsia revelou que Anic foi estrangulada com uma abraçadeira plástica, conhecida como “enforca-gato”. Lourival admitiu o uso do objeto, mas afirmou que também deu um soco no pescoço da vítima. 

Lourival afirma ter agido sozinho, desde o suposto homicídio em um motel em Itaipava até o enterro do corpo na garagem de sua casa. No entanto, a Polícia Civil investiga se ele contou com ajuda de terceiros para ocultar o cadáver, já que, após insistência dos peritos, ele afirmou que teve ajuda para a concretagem.

A investigação continua, com a análise de novas provas e depoimentos. O caso, que começou como um desaparecimento, revelou uma trama de violência, traição e extorsão, ainda longe de seu desfecho.

Raquel Cattani

Raquel Cattani e o ex-maridoReprodução

Raquel Cattani, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL) foi encontrada morta, em julho, em um sítio de aproximadamente 50 hectares, afastado da cidade. Ela foi vítima de mais de 30 facadas na região médio-norte do Mato Grosso.

A Polícia Civil de Mato Grosso descobriu que o assassinato da produtora rural foi a mando do ex-marido Romero Xavier, por quem ela foi ameaçada quatro dias antes. 

De acordo com as investigações, Romero Xavier planejou o crime e o irmão dele, Rodrigo Xavier, realizou o assassinato. Segundo a testemunha, Raquel foi procurada pelo ex-marido, que teria dito que “se ela não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém”.

As autoridades destacaram que Romero tinha conhecimento da rotina de Raquel e, de maneira premeditada, tirou os dois filhos do casal da residência anteriormente. Conforme a investigação, enquanto o ex-marido da vítima simulava seu álibi, Rodrigo aguardava o momento para cometer o crime assim que ela chegasse no sítio.

Raquel foi agredida e morta com mais de 30 facadas. Em seguida, Rodrigo roubou alguns objetos da casa, danificou a televisão e fugiu com a motocicleta da vítima em direção a Lucas do Rio Verde.

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