Carga de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico ficou submersa após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa dos estados do Maranhão e do Tocantins. Marinha divulga imagens de tanques que caíram no rio Tocantins
Imagens divulgadas pela Marinha do Brasil, nesta quinta-feira (26), mostram parte da carga dos caminhões que carregavam defensivos agrícolas e ácido sulfúrico e que ficaram submersos no Rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa dos estados do Maranhão e do Tocantins.
Os dois veículos transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas. As imagens feitas por mergulhadores que trabalham no resgate das vítimas que estão desaparecidas, mostram os galões com defensivos agrícolas intactos submersos no Rio Tocantins.
A carga ficou intacta e o risco de vazamento e contaminação ambiental é mínimo, de acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). A ponte, na BR-226, desabou na tarde do último domingo (22). Ela faz a ligação entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).
Oito pessoas morreram e nove seguem desaparecidas. A Marinha do Brasil segue realizando buscas na região para tentar localizar as demais vítimas do acidente.
Risco de vazamento
Tanques de caminhões que caíram no Rio Tocantins com substâncias químicas estão intactos
O supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça, afirmou que os tanques dos três caminhões que caíram no Rio Tocantins após o desabamento da ponte estão intactos e que o risco de vazamento e contaminação do meio ambiental é mínimo.
“O pior cenário seria se a carga tivesse sido expelida durante a queda. Isso não aconteceu, os tanques estão intactos, a partir da visão do sonar da Marinha e, também, das equipes técnicas (da Sema), que identificaram isso”, afirmou o supervisor.
Ponte que desabou foi construída em 1960, passou por reparos em 1998 e precisava de novas obras; veja histórico da estrutura
Ponte entre Maranhão e Tocantins desabou na segunda (24)
Reprodução/TV Globo
Em entrevista à TV Mirante, Caco Graça informou que, durante a retirada do material contaminante, é possível que uma quantidade muito pequena de produtos químicos tenha contato com a água, mas não há possibilidade de causar sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente.
“Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não daria prejuízo à vida humana em função da diluição. Lógico que no local, no ambiente ali, no perímetro, você ia ter uma contaminação. E essa alteração de pH e outros tipos de ações ia provocar a mortandade da biota local. Por isso, que nós recomendamos que as pessoas não se aproximem do local, mesmo com embarcações. Então, na retirada, poderá haver (vazamento), mas o risco de contaminação e impacto ambiental ele é pequeno”, afirmou Caco Graça.
Ainda de acordo com o supervisor da Sema, o local do acidente se apresenta estável, sem apresentar risco de contaminação até o momento e que a Secretaria de Estado do Meio Ambiente está fazendo o monitoramento do Ph na água, que é o principal fator que vai identificar um possível vazamento.
Caco destacou que a confirmação de que a água do Rio Tocantins está livre de contaminação foi dada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que emitiu um parecer técnico na terça-feira (24). Após esse parecer, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, anunciou que a captação de água para abastecimento da cidade de Imperatriz seria retomada imediatamente.
O supervisor de Emergência Ambiental explicou, ainda, que, aós encerrar o período de buscas pelas vítimas, será aplicado um plano específico para retirada do material contaminante.
“Muito provavelmente retirar o material pra depois retirar os caminhões, retirar os veículos. Esse é um processo complexo, que requer equipe técnica, que já está no local, são duas empresas. Toda essa articulação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, ela faz parte de um plano de atendimento a emergências. Então nós temos que tomar muito cuidado com todas essas ações que estão sendo desenvolvidas”.
Caco Graça destacou, ainda, que as pessoas evitem o contato com embalagens nas imediações do Rio Tocantins e que, caso identifiquem algum tipo de material ao longo do rio, principalmente das bombonas de vinte litros com herbicidas, comuniquem as empresas que estão no posto de comando ou um responsável pelo posto, para retirar esse material sem risco de contaminação a ninguém.
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Até o momento, oito corpos de vítimas do desabamento da ponte já foram retirados do Rio Tocantins e há nove pessoas desaparecidas. A ação de resgate tem sido realizada pelo Corpo de Bombeiros dos estados Maranhão, Tocantins e Pará e pela Marinha do Brasil.
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Duas vítimas tiveram seus corpos localizados nesta quinta-feira. Entretanto, até o momento, elas ainda não foram identificadas. Veja, abaixo, quem são as vítimas do acidente e quem já foi identificado:
Na terça-feira (24), o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu, Pará.
Por volta das 9h, também foi achado o corpo Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas.
Ainda na terça-feira (24), por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza de 45 anos foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico.
No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas mora em Aguiarnópolis (TO).
Um homem de 36 anos foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito.
Nessa quarta-feira (25), foram localizados os corpos de Anisio Padilha Soares , de 43 anos, e de Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos.
A ação foi realizada pelo Corpo de Bombeiros dos estados Maranhão, Tocantins e Pará e com a Marinha do Brasil.
Reprodução
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O desabamento
O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os estados de Maranhão e Tocantins. Segundo autoridades, oito veículos caíram no rio Tocantins, que passa sob a ponte.
A estrutura foi construída na década de 1960, tem 533 metros de extensão e liga as cidades de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, pela BR-226.
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
Ela integra o corredor rodoviário Belém-Brasília. As más condições da ponte vinham chamando a atenção de quem passava por lá. No sábado (21), um morador postou um vídeo na internet denunciando a situação (assista abaixo, na reportagem do Fantástico).
Veja o antes e depois da ponte que desabou entre Maranhão e Tocantins; FOTOS
Causa do desabamento
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu.
A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão. A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.
Ponte rodoviária desaba na divisa de Tocantins e Maranhão
“Os usuários devem acessar a estrada que vai de Darcinópolis/TO a Luzinópolis/TO, chegar na BR-230/TO e seguir até o km 101 (cidade de São Bento/TO). Em seguida pegar a direita, sentido Axixá/TO e Imperatriz/MA.Maranhão: Os usuários devem acessar a BR-226/MA em Estreito/MA até Porto Franco/MA. De Porto Franco/MA os usuários devem seguir pela BR-010/MA até Imperatriz/MA”, diz o DNIT, em nota.
Rachadura na ponte
Um vereador de Aguiarnópolis (TO) filmava rachaduras na ponte no momento em que a estrutura começou a ceder. Assista abaixo:
Vereador mostrava situação da ponte e flagrou momento da queda
Arte/g1