Os quatro adolescentes suspeitos de matar Evellyn da Silva, de 15 anos, foram gravados combinando uma versão falsa do que realmente tinha acontecido para contar às autoridades. A jovem foi morta asfixiada no dia 20 de dezembro, com sinais de abuso sexual coletivo, em São Paulo.
Evellyn da Silva tinha 15 anos – Foto: Arquivo pessoal?ND
Conforme apurado pelo Cidade Alerta, a jovem trocava mensagens com um dos suspeitos há três meses e, naquele dia, combinou de encontrá-lo na casa dele. Contudo, quando chegou lá, havia outros três rapazes.
Horas depois, os suspeitos fizeram pesquisas comprometedoras no Google, como “é possível morrer depois de uma relação sexual?”, “chances da mulher morrer após fazer sexo” e “como acordar alguém que desmaiou”.
A investigação ainda aponta que os adolescentes fizeram várias alterações na cena do crime: lavaram roupas, deram banho na jovem já morta e colocaram sal embaixo da língua dela. Só então, os quatro ligaram para o Samu pedindo socorro.
A gravação dos suspeitos de matar Evellyn da Silva
A ligação, como é de praxe, foi gravada. Depois de falar com a atendente, os adolescentes acharam que haviam desligado o telefone e começaram a combinar uma versão diferente do que realmente havia acontecido.
Histórico de pesquisa na internet dos suspeitos de matar Evellyn da Silva – Foto: Reprodução/ND
Um deles orienta o amigo de Evellyn a dizer para as autoridades que só chamou os outros rapazes depois que a jovem havia desmaiado. “Fala que você chamou ‘nóis’ porque tava com medo”.
“Ela tá morta. Na minha casa, dentro da minha casa”, diz o rapaz que conversou com Evellyn por três meses, desesperado.
Em outro trecho, o jovem continua orientando os amigos sobre a versão que será contada e afirma que já apagou mensagens incriminadoras, dizendo para que eles façam o mesmo.
Mãe de Evellyn da Silva pede justiça – Foto: Cidade Alerta/Record/ND
“Apaguei minhas mensagens dele, falando que tá subindo, tá ligado? Que ela vai vir com umas paradas aqui. Eu vou apagar tudo meu também. Apaga tudo”, manda.
Mãe de Evellyn da Silva pede justiça
A família da vítima não sabia da troca de mensagens entre a jovem e o suspeito. A mãe, Silvia Letícia da Silva, defende a hipótese de estupro coletivo e não aceita a versão apresentada pela defesa de que tenha sido uma relação consensual.
“Minha filha está morta, e eles livres por aí. Meu desejo é que haja justiça, mas infelizmente, se houver justiça, vai ser até os 18 anos e depois eles vão sair com a ficha limpa, né. Isso se houver internação”, lamenta a mãe.
A polícia apreendeu os celulares da vítima e dos suspeitos, e segue investigando o caso.
