De maioria republicana, Congresso decidiu não renovar o orçamento do órgão responsável ao combate à propaganda russa e chinesa, por exemplo. A atuação do escritório foi amplamente criticada pelos conservadores e pelo bilionário Elon Musk. Agência dos EUA combatia a disseminação de teorias da conspiração
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O Departamento de Relações Exteriores dos EUA anunciou o fechamento de seu escritório especializado no combate à desinformação no exterior. Com um orçamento de 61 milhões de dólares, o Centro de Engajamento Global (GEC) empregava 120 pessoas. Inaugurado sob a presidência de Barack Obama, em 2016, este escritório do Departamento de Estado se especializou em rastrear e combater informações falsas no exterior, capazes de prejudicar os interesses americanos em todo o mundo.
Esta organização já contribuiu para revelar grandes campanhas de desinformação na América Latina, na Moldávia e na África. Recentemente, os seus técnicos descobriram uma operação russa em grande escala para disseminar teorias da conspiração sobre programas de saúde financiados pelos Estados Unidos e pelo Ocidente em vários países africanos.
A organização também abriu uma filial multinacional em Varsóvia, na Polônia, em junho passado, para combater a propaganda russa sobre a guerra na Ucrânia. O escritório esperava contar com uma renovação de seu financiamento para poder comprar novas ferramentas capazes de detectar fotos manipuladas por inteligência artificial.
Na mira dos republicanos
Em seu último relatório, o GEC calculou que a China gastava “bilhões de dólares para disseminar informações falsas no estrangeiro” e reduzir a liberdade de expressão em todo o mundo. E isto, em particular, através da disseminação de tecnologias de vigilância e censura a países autoritários. O órgão vinha alertando, por sua vez, que os Estados Unidos investiam poucos recursos na luta contra a desinformação e a influência internacional.
Este gabinete do Departamento de Estado estava na mira dos parlamentares republicanos havia muito tempo. Para esses deputados, o trabalho da agência acabava censurando pontos de vista conservadores.
Uma narrativa defendida por Elon Musk, agora encarregado pelo presidente eleito Donald Trump de fazer cortes drásticos no orçamento federal. O GEC chegou a ser descrito como uma “ameaça à democracia”. No entanto, o Supremo Tribunal decidiu que “não havia provas” para apoiar estas acusações.
Conscientes da importância do GEC no combate à influência russa e chinesa, os senadores republicanos do Connecticut, Chris Murphy, e do Texas, John Cornyn, afastaram-se da linha do campo presidencial ao propor, em vão, uma emenda bipartidária para prolongar o mandato do GEC até 2031.
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Christophe Petit-Tesson, Pool via AP