A Polícia Federal prendeu, nesta segunda-feira (23), quatro pessoas suspeitas de integrar um grupo envolvido em fraudes em licitações e superfaturamento de obras públicas. A ofensiva é um desdobramento da operação Overclean, que prendeu o empresário conhecido como “Rei do Lixo”. Segundo as investigações, os alvos atuavam na Bahia e no Distrito Federal, e podem ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão com as fraudes.
Além das prisões, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasília (DF), Salvador (BA), Lauro de Freitas (BA) e Vitória da Conquista (BA). A Justiça também autorizou o sequestro de R$ 4,7 milhões, de veículos de luxo e o afastamento de um servidor público de suas funções.
Para a PF, a organização criminosa também contava com uma célula de apoio informacional, composta por policiais, que tinham a função de repassar informações sensíveis à organização criminosa, incluindo a identificação de agentes federais envolvidos em diligências sigilosas. Os crimes investigados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.
Operação prende vice-prefeito e agentes públicos
Conforme apurado pela CNN, os alvos das prisões preventivas são agentes públicos, que atuavam sob coordenação do empresário José Marcos Moura, que ficou conhecido como “Rei do Lixo” e foi preso na primeira fase da operação Overclean.
Os suspeitos capturados são: Vidigal Galvão Cafezeiro Neto (Republicanos), vice-prefeito de Lauro de Freitas (BA); Lucas Moreira Marins Dias, secretário de mobilidade e ex-chefe de gabinete de Vitória da Conquista (BA); Rogério Magno Almeida Medeiras, policial federal; e um quarto homem, apontado como operador do grupo, chamado Carlos André.
Primeira fase prendeu empresário conhecido como “Rei do Lixo”
Esta é a segunda fase da operação Overclean, deflagrada no início do mês de dezembro. Na ocasião, as autoridades cumpriram 43 mandados de busca e apreensão, 17 mandados de prisão preventiva e ordens de sequestro de bens. As ações ocorreram nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
A investigação apura um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares e prendeu o empresário José Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, e o vereador eleito em Campo Formoso (BA) Francisco Manoel do Nascimento Neto, o Francisquinho Nascimento (União-BA).
Conforme a Polícia Federal, a organização era estruturada em operadores centrais e regionais, que cooptavam servidores públicos para obter vantagens ilícitas, tanto no direcionamento quanto na execução de contratos. Após a celebração dos contratos fraudulentos, as empresas envolvidas superfaturavam os valores e aplicavam sobrepreços, repassando propinas por meio de empresas de fachada ou outros métodos que ocultavam a origem dos recursos.
*Com informações do R7.