O desenvolvimento sustentável está sendo uma prioridade nas áreas da engenharia, agronomia e geociências. Iniciativas que combinam inovação e eficiência energética são elementos-chave para soluções que atendam às necessidades atuais sem comprometer as gerações futuras.
O CREA Summit 2024, realizado no Expocentro em Balneário Camboriú entre os dias 22 e 23 de novembro, abordou essas questões e atraiu mais de 2 mil participantes, incluindo profissionais, acadêmicos e empresários. Trata-se do maior fórum de inovação e empreendedorismo do setor em Santa Catarina.
O empresário Eike Batista participou do painel de abertura, abordando práticas internacionais de inovação e tecnologia. Ele reforçou a relevância da transição para energias renováveis ao destacar a eficácia dos painéis solares e a “super cana”, uma planta geneticamente aprimorada que pode aumentar significativamente a produção de etanol e bagaço. Além disso, Batista ressaltou a necessidade de uma maior interação entre a academia e a indústria no Brasil.
A programação do Summit incluiu mais de 30 palestrantes e painéis temáticos que abordaram tópicos como industrialização da construção civil e tecnologias disruptivas. O evento contou ainda com uma Feira Tecnológica com mais de 80 expositores.
Durante a cerimônia, o CREA-SC anunciou novos serviços, como o Passaporte Técnico, que visa promover intercâmbios de conhecimento, e a e-CAT, que simplificará processos relacionados à emissão do Acervo Técnico dos profissionais.
Este evento serviu como uma plataforma para a troca de conhecimentos, experiências e networking, onde profissionais de diversas áreas se encontraram para discutir tendências atuais e futuras do segmento.
Descarbonização e tecnologias disruptivas para eficiência energética
O CREA Summit 2024 trouxe à tona discussões sobre o futuro energético. Um dos painéis mais relevantes foi “Tecnologias Disruptivas: Hidrogênio para a Eficiência Energética e Descarbonização”, liderado por Fabiano Sousa, da UTIS Brasil, empresa que é parte do grupo industrial português Semapa.
Destacou-se a utilização do hidrogênio como um elemento para otimizar a queima de combustíveis fósseis, com o intuito de reduzir as emissões de CO2 e o impacto ambiental. A tecnologia proposta envolve a injeção controlada de hidrogênio e oxigênio em motores e fornos. Isso reduz a quantidade de CO2 liberado na atmosfera e também minimiza a liberação de outros poluentes, como óxidos de nitrogênio e resulta em uma operação mais limpa e sustentável para indústrias.
Futuro das cidades inteligentes
As cidades inteligentes são áreas urbanas que utilizam tecnologias avançadas e dados em tempo real para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e otimizar a gestão de recursos. Integram sistemas de informação e comunicação para gerenciar serviços como transporte, saúde, segurança e energia, promovendo a sustentabilidade, a eficiência e a resiliência das cidades para um ambiente mais conectado e responsivo às necessidades dos habitantes.
No painel sobre cidades inteligentes do CREA Summit 2024, Thais Nahas, da Intelink, ressaltou a necessidade de colaboração entre diversos atores, incluindo o setor público, universidades e empreendedores, no enfrentamento dos desafios urbanos contemporâneos, como mobilidade e segurança.Raquel Cardamone, da Bright, complementou a discussão apresentando ferramentas e normativas, como a Carta Brasileira de Cidades Inteligentes e as Normativas ISO 3720, 3722 e 3723, que orientam o planejamento e a gestão de cidades sustentáveis.
Outro ponto de debate no CREA Summit 2024 foi o reconhecimento da importância da industrialização na construção civil e o papel dos profissionais na transformação das cidades em ambientes mais inteligentes e sustentáveis.Ricardo Mateus, da Brasil ao Cubo, relatou que a inovação deve ser integrada em todos os departamentos das empresas e desafiou a ideia de que apenas as grandes corporações lideram o setor. Ele introduziu o conceito de “motor 1 e motor 2”, representando as operações diárias e o faturamento atual, e refletindo a visão de longo prazo e a busca por inovação, que são essenciais para garantir a sustentabilidade e o crescimento futuro das empresas.
Revolução digital da indústria 4.0
Durante o evento, houveram discussões sobre a Indústria 4.0 e a Neo Industrialização, apontando como a revolução digital está moldando o futuro da produção.
Tulio Duarte Christofoletti, da HarboR Informática Industrial, destacou a necessidade de revitalizar a indústria brasileira por meio da adoção de tecnologias avançadas, da sustentabilidade e da requalificação da força de trabalho. Ele afirmou que, enquanto países como Alemanha e China mantiveram uma participação estável da indústria no PIB, o Brasil enfrentou uma queda significativa desde as décadas de 1990 e 2000, o que demonstra a importância de sustentar a competitividade industrial para garantir inovação e desenvolvimento econômico.
Christofoletti trouxe também a relevância do conceito de Indústria 4.0, que se tornou proeminente desde 2014, e a necessidade de um mindset digital em todas as empresas e profissionais. A 4ª revolução industrial, impulsionada pela competitividade global, foi projetada para ser acessível às Pequenas e Médias Empresas (PMEs) e é sustentada por tecnologias como digitalização fabril e personalização em massa, observou.
O palestrante argumentou ainda que, historicamente, as maiores empresas do mundo eram ligadas ao petróleo, mas hoje são as digitais que dominam o mercado, o que evidencia a competitividade aumentada pela tecnologia e a importância de uma abordagem sustentável e inovadora para o futuro da indústria.
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