Laudo apontou que atropelamento foi a causa da morte do idoso, segundo a polícia. Eles foram indiciados por homicídio culposo, sem intenção de matar. Polícia civil conclui inquérito de idoso atropelado em Curitiba
O motorista que atropelou um idoso após ele desmaiar e cair em uma rua de Curitiba, e a enfermeira que negou socorro à vítima, foram indiciados nesta quinta-feira (19) por homicídio culposo – quando não há intenção de matar. Relembre os detalhes abaixo.
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Edmundo Goralewsk, de 90 anos, caminhava pela calçada quando se desequilibrou após passar mal. Uma câmera de segurança registrou o homem caindo em uma das pistas.
Alguns veículos passaram pelo local e desviaram do homem. Dois minutos depois da queda, o carro que era dirigido pelo empresário Joni Quirino atropelou o idoso e continuou trafegando pela via.
O delegado responsável pelo caso, Edgar Santana, disse que o motorista foi negligente.
“Entendemos com base nas provas que foram produzidas que ele teve uma conduta negligente. Ou seja, deixou de adotar as devidas cautelas e cuidados na direção do veículo e justamente essa falta de atenção que ocasionou o atropelamento da vítima”, afirmou.
Em seguida, uma mulher parou o veículo para ajudar o idoso, que ainda estava respirando, segundo a polícia. Ela correu até um hospital próximo para pedir por socorro, mas a enfermeira que a atendeu recusou o atendimento.
De acordo com o delegado, a profissional da saúde alegou que estava sem os equipamentos necessários para prestar socorro e decidiu não fazer o atendimento para preservar a integridade física da vítima.
“Ela também não prestou auxílio imediato a vítima naquele local. A lei estabelece que profissionais da saúde tenham o dever legal, ético e profissional de atuarem quando presenciam uma situação de emergência desde que não coloquem em risco a própria segurança”, reforçou.
Idoso permaneceu caído na via por dois minutos e então foi atropelado por um veículo de cor preta.
Reprodução
A certidão de óbito de Goralewski citou, à época, que a morte foi causada por “lesões cranioencefálicas, ação contundente e atropelamento”.
O inquérito policial concluiu, com base em laudo da Polícia Científica, que o atropelamento causou a morte do idoso.
A investigação também indiciou outras duas pessoas por omissão de socorro. Um deles é um motorista que passou próximo ao corpo do idoso e desviou o carro. Outro é o porteiro que estava em um prédio em frente ao local do acidente, testemunhou o caso pelas câmeras de segurança e não prestou socorro.
O inquérito foi encaminhado pela Polícia Civil ao Ministério Público, que tem dez dias para decidir se oferecerá denúncia.
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‘Todo mundo passou como se ele não fosse nada’, disse filho do idoso
Idoso passa mal, cai no meio da rua e é atropelado em Curitiba
Edmundo Goralewski deixou a esposa e dois filhos, um deles Percy Goralewski. Durante a investigação, Percy chegou a pedir para que o motorista se apresentasse à polícia.
“Todo mundo passou por ele como se ele não fosse absolutamente nada […] Essa pessoa tirou nosso bem mais precioso, que é o meu pai. Ele não vai voltar, mas que essa pessoa faça uma reflexão, se apresente, responda o processo dentro da lei”, disse.
Motorista disse não ter percebido o atropelamento
O atropelamento aconteceu em 28 de setembro de 2024 depois de Edmundo Goralewsk passar mal e cair na rua Ubaldino do Amaral, no centro de Curitiba.
O motorista foi identificado e interrogado três dias depois e, de acordo com o delegado, disse que só soube do atropelamento após ser intimado pela equipe policial a comparecer na delegacia.
“Foi indagado a ele sobre o veículo ter levantado um pouco no momento em que passou por cima da vítima, ele alegou que não sentiu que tinha passado por cima da vítima”, disse Santana.
Corpo de Edmundo Goralewski, de 90 anos, será velado e sepultado neste domingo (29).
Reprodução/Redes Sociais
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