A tenente Quathisha Epps, a funcionária mais bem paga do NYPD (Departamento de Polícia de Nova York) no último ano, entrou com pedido de aposentadoria nesta semana após uma série de polêmicas envolvendo suas horas extras astronômicas. A policial ganhou mais de US$ 400.000 (cerca de R$ 2 milhões) em 2022, sendo US$ 204.000 apenas em hora extra, uma situação que agora é alvo de investigação interna.
Policial pede aposentadoria após ganhar R$ 1,2 mi de hora extra e vira alvo de investigação
Policial pede aposentadoria após ganhar R$ 1,2 mi de hora extra e vira alvo de investigação – Foto: Polícia de Nova York/Divulgação/ND
Epps, de 51 anos, ocupava um cargo administrativo no escritório do chefe de departamento do NYPD, mas seus rendimentos incomuns chamaram atenção. Registros mostram que ela trabalhou quase 1.627 horas extras no ano passado, o que equivale a cerca de 74 horas adicionais por semana. Isso elevou sua remuneração total acima do salário de seu superior, Jeffrey Maddrey, que recebeu US$ 292.000 no mesmo período.
Fontes apontam que as horas extras de Epps foram limitadas após uma reportagem do The Post detalhar seus ganhos, e que ela seria transferida de volta para o serviço de patrulha. “Não havia a mínima chance de ela sair para patrulhar”, disse uma fonte ao site, sugerindo que o retorno à patrulha e a investigação interna precipitaram sua decisão de se aposentar.
A tenente também é acusada de falsificar registros de ponto e assinar seus próprios recibos de horas extras, além de frequentemente chegar atrasada ou faltar ao trabalho. Essas denúncias irritaram outros policiais. “Que trabalho administrativo exige 115 a 120 horas extras todo mês?”, questionou um oficial do Bronx.
Com o pedido de aposentadoria, Epps, que está no NYPD há 19 anos, abre mão de um suplemento anual de US$ 12.000 destinado a quem completa 20 anos de serviço. Ela ainda deverá receber cerca de US$ 16.000 por mês de pensão, mas os valores podem ser revistos caso a investigação confirme irregularidades.
Epps foi suspensa sem vencimentos na quarta-feira (17) e seu último dia de trabalho será 14 de janeiro. O NYPD tem 30 dias para concluir a investigação antes da oficialização da aposentadoria. Procurada pelo The Post, a tenente não quis comentar o caso. O departamento também não respondeu aos pedidos de declaração.
