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MP Eleitoral pede cassação de presidente da Câmara de Boa Vista preso pela Polícia Federal


Genilson Costa (Republicanos) foi preso nesta quarta-feira (18) suspeito de ter apoio do tráfico nas eleição municipais de 2024. Além disso, MPE pediu a cassação da vereadora diplomada Carol Dantas (PSD) e a inelegibilidade dos vereadores Juliana Garcia (PP) e Sandro Baré (Republicanos). PF prende presidente da Câmara de Vereadores de Boa Vista
O Ministério Público Eleitoral de Roraima (MPE-RR) pediu a cassação do mandato do vereador e presidente da Câmara de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos). Ele foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (19) numa operação que investiga o apoio financeiro do tráfico de drogas para compra de votos nas eleições municipais de 2024.
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A ação foi ajuizada na última terça-feira (7), dois dias antes da prisão de Genilson. O MPE citou a investigação da PF que apontam Genilson Costa e mais 13 pessoas como responsáveis por praticarem abuso de poder econômico, captação e gastos ilícitos de recursos eleitorais.
O órgão destacou que os investigados comandaram um esquema de compra de votos utilizando recursos não declarados.
Com base nas anotações do próprio Genilson, encontradas no celular do vereador, o valor destinado à compra de votos ultrapassa R$ 4 milhões, número muito além do patrimônio declarado pelo candidato, de R$ 120 mil, e do total líquido de recursos recebidos para a campanha, R$ 514 mil.
O g1 procurou a defesa de Genilson Costa e aguarda resposta.
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Genilson Costa foi preso na Operação Martellus da PF. O subcomandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Francisco das Chagas Lisboa e a irmã do vereador também foram presos na mesma operação. De acordo com a PF, ao menos R$ 1 milhão teriam sido utilizados na compra de votos com apoio do tráfico de drogas.
A esposa de Genilson, a policial civil Natalie Guimarães, também teve o mandado de prisão expedido, mas não foi presa e segue foragida.
As investigações apontam que Genilson usava grupos no WhatsApp para organizar os esquemas de compra de votos. No “Os Top 100”, os membros recebiam entre R$ 100 e R$ 150 para votar no vereador, conforme a PF.
No grupo eram enviados comprovantes de pagamento para os membros. Ex-assessores, amigos e eleitores de Genilson Costa também faziam parte deste grupo, onde eram enviadas planilhas e anotações para organizar não só o dinheiro enviado diretamente aos eleitores, mas também os favores feitos.
Entre as despesas registradas, a PF identificou R$ 200 para remédios de um amigo, R$ 500 em combustível, R$ 510 para cervejas consumidas em uma reunião política e até R$ 4 mil para um pasto evangélico.
Outro pedido de cassação
Vereadora eleita Carol Dantas (PSD) durante diplomação
Reprodução/Instagram/Carol Dantas
O MPE também pediu a cassação do mandato da vereadora diplomada Carol Dantas (PSD) por usar um influenciador digital de ampla visibilidade na capital, para divulgação de propaganda eleitoral em redes sociais, sobretudo o Instagram.
Segundo o MPE, a conduta de Carol Dantas configura “claro abuso de poder, consistente no uso indevido dos veículos ou meios de comunicação social durante o pleito eleitoral”. Carol Dantas foi eleita nas eleições de 2024 com 2.647 votos.
Por meio de nota, a vereadora eleita disse que não foi oficialmente notificada pelo órgão e reiterou o que a campanha foi realizada “dentro da legalidade e de um preceito fundamental que a norteia, o da transparência”.
Pedido de inelegibilidade
MPE pede a inelegibilidade de Juliana Garcia (PP) e Sandro Baré (Republicanos)
Reprodução/Instagram/Juliana Garcia e Foto: Reprodução/Instagram
O órgão pediu a inelegibilidade e a cassação do diploma da vereadora suplente de Juliana Garcia (PP), que se candidatou mas não foi reeleita nas eleições de 2024. Juliana foi presa pela Polícia Federal o dia 6 de outubro com R$ 7,4 mil e uma lista com nome de eleitores.
De acordo com o MPE, operações realizadas à época das eleições apreenderam mais de R$ 77,3 mil nas circunstâncias ligadas a crime de corrupção eleitoral.
Por meio de nota, Juliana Garcia esclareceu que não foi formalmente comunicada sobre os detalhes da ação ou dos fatos que embasariam tal pedido. Contudo, reafirmou a confiança na Justiça e reitera que “todas as suas ações sempre estiveram pautadas na legalidade, na ética e no compromisso com a população de Boa Vista”.
Além disso, o vereador Sandro Baré (Republicanos), preso pela Polícia Federal com R$ 70 mil e arma de fogo também teve o pedido de inelegibilidade ajuizado pelo MPE. O órgão destacou que Sandro “empregou indevidamente recursos financeiros expressivos com o objetivo de obter vantagem na disputa do pleito”.
Os valores gastos em campanha, de acordo com o órgão, ultrapassaram mais de R$ 871 mil recursos que foram sonegados da fiscalização da Justiça Eleitoral e demonstram abuso de poder econômico e gasto ilícito de campanha.
Ao g1, Sandro Baré disse que as prestações de contas estão “exatamente como exige a legislação”. Disse ainda que “se houver a ação eleitoral, será provado que fiz uma campanha limpa, clara e dentro do que prevê a legislação eleitoral”.
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