Alexandre Titoto era procurado desde outubro, mas agora poderá responder em liberdade. Carlos Alberto Araújo foi espancado e enterrado vivo em fevereiro de 2003 por causa de dívida de R$ 400 mil de carro importado. Alexandre Titoto foi condenado a 25 anos de prisão por morte de bancário em Ribeirão Preto
Reprodução / EPTV
O fazendeiro Alexandre Titoto, condenado a 18 anos de prisão pela morte do bancário Carlos Alberto Araújo, obteve um habeas corpus do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Com isso, ele, que até então era considerado foragido, poderá responder pelo crime em liberdade.
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Carlos Alberto foi encontrado morto na zona rural de Serrana (SP), em fevereiro de 2003. Segundo o Ministério Público, ele foi espancado e enterrado vivo por causa de uma dívida de R$ 400 mil referente à compra de um carro importado.
Condenado em 2017, Titoto conseguiu um primeiro habeas corpus no mesmo ano. Porém, em outubro de 2024, a Justiça expediu um novo mandado de prisão contra ele.
Isso ocorreu depois que o MP entrou com recurso pedindo o cumprimento imediato da pena, com base no entendimento recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que trata sobre condenações aplicadas pelo tribunal do júri e determina que condenados tenham a pena cumprida imediatamente.
A defesa do fazendeiro entrou com um recurso, que inicialmente foi negado, mas agora, em uma decisão colegiada, um grupo de desembargadores deferiu o pedido dos advogados. Com isso, segundo o promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino, enquanto houver possibilidade de recursos, Titoto permanecerá solto.
“Nós discordamos dessa decisão que foi proferida, porque ela contraria aquilo que o STF determinou recentemente. Essa decisão do STF tem efeito vinculante, obriga todos juízes e trinunais do país a acatar essa decisão. No nosso entendimento aqui, a ordem de prisão teria de ser mantida”, explica o promotor.
Ainda de acordo com Nicolino, o Ministério Público de segundo grau é quem poderá recorrer dessa nova decisão da Justiça.
Condenação
Em 2017, Titoto foi levado ao tribunal do júri e condenado a 25 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado de Carlos Alberto.
Menos de um dia depois, o fazendeiro obteve um primeiro habeas corpus do TJ para aguardar o trânsito em julgado em liberdade. Em 2019, a defesa ainda conseguiu reduzir a pena do júri para 18 anos e 8 meses.
Carlos Alberto de Souza Araújo era analista financeiro do Banco Nacional de Paris
Reprodução/EPTV
Em entrevista recente à EPTV, afiliada da TV Globo, a mãe de Carlos Alberto, Dirce dos Reis Araújo, disse que espera pela prisão do fazendeiro para que a justiça seja feita.
“Que a justiça esteja pronta pra isso e que ele vá cumprir o que é necessário. Não tenho raiva, tenho até pena da família dele. Mas vamos pedir a Deus para que tudo dê certo. Gostaria de pode encarar ele [Titoto] uma vez só. Não que eu fosse maltratar, nem nada. Eu não consigo guardar rancor”, afirmou.
Dirce destacou, ainda, que a prisão de Titoto fecharia um ciclo.
“Quero continuar com a lembrança gostosa no meu coração e não ficar sofrendo por causa disso. Meu filho era a pessoa mais maravilhosa que você possa imaginar. Era uma pessoa boa, humilde e muito trabalhadora. Quem conheceu, tem muita saudade dele. O negócio dele era ajudar as pessoas que precisavam”, finalizou.
Dirce dos Reis Araújo, mãe de Carlos Alberto, morto em fevereiro de 2003, em Ribeirão Preto (SP), por dívida de carro importado
Aurélio Sal/EPTV
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