Nicolas Sarkozy, conservador que governou França por cinco anos, foi condenado em 2021 por corrupção e tráfico de influência. Ele também perdeu direitos políticos por três anos. Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França, participa de cerimônia no Arco do Triunfo, em Paris, em 11 de novembro de 2019
Ludovic Marin/Pool via AP
A Suprema Corte da França manteve a condenação do ex-presidente Nicolas Sarkozy por corrupção e tráfico de influência, e Sarkozy terá que usar tornozeleira eletrônica por um ano, segundo decisão publicada nesta quarta-feira (18).
Sarkozy foi condenado em 2021 a três anos de prisão, mas conseguiu um abrandamento da pena no recurso à Suprema Corte. Dois anos de prisão foram retirados da sentença, e no restante do tempo de pena o ex-presidente usará a tornozeleira em vez de ir à prisão.
O tribunal concluiu que o ex-presidente francês, que governou entre 2007 e 2012, conspirou para garantir um cargo em Mônaco para um juiz em troca de informações privilegiadas sobre uma investigação sobre o próprio Sarkozy, em que ele teria aceitado pagamentos ilegais da herdeira da L’Oréal, Liliane Bettencourt.
A Justiça da França condenou nesta quarta-feira (17) o ex-presidente Nicolas Sarkozy a três anos de prisão por corrupção e tráfico de influência por um caso de favorecimento a decisões judiciais revelado através de escutas telefônicas.
A sentença é a mesma de uma condenação de 2021 contra Sarkozy, à qual ele havia recorrido. Nesta manhã, um tribunal de Paris decidiu negar o recurso.
Sarkozy, político conservador que governou a França entre 2007 e 2012, se torna assim o primeiro ex-presidente da Quinta República francesa condenado à prisão.
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Ele poderá cumprir a pena com tornozeleira eletrônica.
Sarkozy, de 68 anos, também perdeu os direitos políticos três anos. Ele foi ao tribunal ouvir a acusação e saiu em silêncio. Seu advogado disse que o ex-presidente continuará tentando provar sua inocência.
A acusação
O caso teve início em 2014, quando os telefones do já ex-presidente estavam sob escuta da Justiça para outra investigação, sobre o suposto financiamento líbio de sua campanha eleitoral em 2007.
Os investigadores descobriram então a existência de uma terceira linha telefônica sob o pseudônimo “Paul Bismuth”, que ele usava sem medo de ser grampeado para conversar com o advogado e amigo Thierry Herzog.
A acusação afirma que os dois organizaram um acordo de corrupção com Gilbert Azibert, procurador do Tribunal de Cassação, que teria oferecido sua ajuda em um caso em troca de um cargo de prestígio em Mônaco.
Sarkozy queria que o tribunal anulasse a apreensão de seus diários presidenciais, determinada no âmbito da investigação sobre o abuso cometido pela herdeira do grupo L’Oréal, Liliane Bettencourt.
Herzog e Azibert também foram condenados a três anos de prisão, um deles obrigatório, por terem estabelecido um “pacto de corrupção” com Sarkozy em 2014. Herzog não poderá trabalhar como advogado por três anos.
Sarkozy é alvo de outros processos. O Ministério Público pediu o julgamento do ex-presidente e de outras 12 pessoas por suspeitas de que sua vitoriosa campanha eleitoral em 2007 foi parcialmente financiada pelo então regime líbio de Muammar Khaddafi.
A partir de novembro, Sarkozy enfrentará novo julgamento pelo caso Bygmalion.