Marcado pelo início do verão, dezembro é o mês dedicado à prevenção da doença, quando o risco é maior. No último mutirão de exames, HB de Rio Preto detectou lesões suspeitas em 21% das pessoas. Hospital de Base de Rio Preto (SP)
Divulgação
Mais de 5,5 mil pacientes passaram por atendimento no Hospital de Base (HB) de São José do Rio Preto (SP) neste ano em busca da cura contra o câncer de pele. Os números são referentes ao período de janeiro a novembro. Marcado pelo início do verão, dezembro é o mês dedicado à prevenção da doença, quando o risco é maior.
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Os atendimentos foram realizados no ambulatório de câncer de pele do HB. No ano passado, a instituição assistiu 6.488 pacientes com diagnóstico da doença. Em 2022, foram registrados 6.566 casos.
Embora os números deste ano, até novembro, sejam menores que nos anos anteriores, o câncer de pele é o mais comum dos tumores registrados no Brasil.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, ele é responsável por 30% dos casos de câncer, superando o de próstata e o de mama.
Além da grande incidência de raios solares ao longo do ano, o perfil da população de Rio Preto, com forte presença de imigrantes europeus, é outro fator que eleva o risco de câncer de pele.
Em entrevista ao g1, o dermatologista João Roberto Antônio, chefe do Departamento de Dermatologia da Fundação Faculdade Regional de Medicina (Funfarme), confirma a informação.
“Nossa população é formada principalmente por imigrantes europeus, com pele e cabelos claros. Por causa da irradiação solar, que é intensa o ano todo, a pele pode sofrer lesões. As pessoas precisam se cuidar”, alerta João Roberto.
Em uma ação no começo de dezembro, que marca a campanha de conscientização, o hospital detectou suspeitas de tumor de pele em 21% das pessoas.
Dezembro laranja
Mutirão ‘Dezembro Laranja’ realizado pelo HB em São José do Rio Preto (SP)
Divulgação / Funfarme
Com base no movimento Dezembro Laranja de prevenção à doença, o Hospital de Base de Rio Preto realizou um mutirão de exames preventivos no dia 7 de dezembro. Na ocasião, 200 pessoas foram atendidas e, desse total, 43 apresentaram sinais de lesões pré-cancerosas ou cancerosas. A equipe encaminhou 21 casos para biópsia.
“O encaminhamento para biópsia ou cirurgia no mesmo dia foi um avanço este ano, em relação às campanhas anteriores”, explica o médico.
Diagnóstico de risco
Alfredo Giannini, de São José do Rio Preto (SP), diagnosticado com câncer de pele
Arquivo Pessoal
O técnico em aquecedores solares Alfredo Giannini, de 56 anos, morador de São José do Rio Preto (SP), sentiu na pele os efeitos da doença. Branco e sem o costume de usar filtro solar, ele trabalha exposto ao sol. Em 2023, descobriu uma mancha escura na pele, que cresceu de tamanho rapidamente.
Após consulta com dermatologista, descobriu que se tratava de um câncer altamente agressivo. Alfredo optou pela cirurgia de retirada, mas fez outros três retornos até ser totalmente liberado do tratamento.
Atualmente não esquece de usar protetor solar e deixa o alerta para outras pessoas.
“Tenho a pele muito clara. Uso o fator 70. Compro logo o frasco de um litro porque passo toda hora no corpo”, declara.
Prevenção
Filtro solar
Reprodução/TV Globo – Arquivo
A orientação dos especialistas é para as pessoas evitarem o sol nos horários de maior incidência, entre 9h e 16h, mesmo em dias nublados.
“É enganoso achar que o sol escondido nas nuvens não é perigoso. O fato de estar nublado não afeta apenas a luminosidade. A ação dos raios ultravioleta permanece, provocando lesões do mesmo jeito”, explica João Roberto Antônio.
Por isso, é importante também o uso do protetor solar, com fator mínimo de 50 FPS. A aplicação deve ser feita 30 minutos antes de sair ao sol, em toda a área que ficar exposta, inclusive as orelhas. A cada duas horas, o protetor deve ser reaplicado.
Em casos de transpiração intensa ou se a pessoa entrar na água, o dermatologista ensina que o corpo deve ser enxugado e é necessária uma nova aplicação do filtro, independente de quando foi a anterior.
Para as pessoas que procuram tomar sol por causa da vitamina D, bastam 15 minutos, nos horários adequados.
“Basta tomar sol nos braços ou no rosto por um período breve para o corpo produzir vitamina D. Faça do sol seu amigo, não seu inimigo”, finaliza o médico.
Veja mais sobre a doença
Melanoma é a forma mais agressiva de câncer de pele
Reprodução/EPTV – Arquivo
Causado principalmente pela exposição excessiva ao sol, o câncer de pele ocorre quando as células se multiplicam sem controle. Ele pode ser classificado de duas formas: melanoma e não-melanoma.
O câncer de pele do tipo melanoma é o tipo mais grave, devido à alta possibilidade de metástase. Mais frequente em adultos brancos, pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais.
De acordo com o Ministério da Saúde, o prognóstico é bom se for detectado na fase inicial.
O câncer do tipo não-melanoma é o mais frequente e de menor mortalidade, mas pode deixar mutilações bastante expressivas se não for tratado adequadamente.
Entenda as principais formas de manifestação da doença:
Carcinoma basocelular: o mais comum e também o menos agressivo. Caracteriza-se por uma lesão (ferida ou nódulo), e apresenta evolução lenta;
Carcinoma epidermoide: também surge por meio de uma ferida ou sobre uma cicatriz, principalmente aquelas decorrentes de queimadura. A maior gravidade do carcinoma epidermoide se deve à possibilidade de apresentar metástase.
Os principais fatores de risco para o câncer de pele são: pele e olhos claros; pessoas com histórico deste tipo de tumor na família; doenças cutâneas prévias; exposição prolongada e repetida ao sol; e exposição a câmeras de bronzeamento artificial.
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