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Laudo aponta feminicídio ‘premeditado’ de Anic e possível ajuda a réu para ocultar corpo de advogada


Peritos contestam versão de Lourival Fadiga e afirmam que, após questionamentos, Lourival teria dito que teve ajuda de um “rapaz” para terminar de concretar o corpo de Anic Herdy. Em nota, defesa afirma que….. Anic Herdy, morta por Lourival Fadiga na Região Serrana
Reprodução; Carlos Miranda/g1
O laudo da reprodução simulada da morte de Anic Peixoto Herdy, morta em fevereiro na Região Serrana do Rio, concluiu que o caso se tratou de um “feminicídio detalhadamente premeditado”. O caso é investigado pela 54ª DP (Belford Roxo) e pela 105ª DP (Petrópolis).
Os pontos que chamam mais atenção da polícia neste sentido são o buraco onde o corpo foi escondido, que para investigadores já tinha sido feito anteriormente, e o fato dele ter dito que contou com ajuda para ocultá-lo.
No início, o caso era tratado como um sequestro, em que o marido de Anic, Benjamin Herdy, pagou R$ 4,6 milhões de resgate. No entanto, Anic nunca mais apareceu viva.
Os peritos também encontraram, a partir da análise técnica, indícios que trazem dúvidas sobre a versão de Lourival Fadiga para o crime.
Ele assumiu ter matado Anic Herdy. Lourival disse na reprodução que não teve ajuda para concretar o corpo da vítima, que foi encontrado apenas em setembro, quase sete meses depois de seu desaparecimento.
No entanto, peritos afirmaram que, após questionamentos, Lourival confirmou que teria tido ajuda de um “rapaz”, antes de ser interrompido por sua defesa.
Em novembro, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra ele, sua mulher e seus dois filhos por homicídio triplamente qualificado. Além de Lourival Fadiga, foram denunciados Rebecca Azevedo, namorada dele, além dos filhos Maria Luíza e Henrique.
Segundo um relatório da polícia civil, Lourival deu ordens para a filha, Maria Luíza, quando já estava preso pelo crime, no dia 22 de março.
Caso Anic: defesa de um dos réus dá nova versão do crime
A defesa de Lourival chegou a afirmar que, segundo a versão dele, o mandante do crime teria sido Benjamin Herdy, viúvo de Anic. No entanto, a versão não convenceu a promotoria responsável pelo caso.
Para os peritos, os principais pontos de incongruência entre a análise técnica e a versão de Lourival são:
Lourival afirmou que tirou a roupa com intuito de não se sujar com o sangue da vítima. No entanto ,segundo os peritos, ele já havia carregado Anic no colo sangrando e urinando para colocá-la na cama.
Lourival afirmou que não havia protetor de colchão na cama de motel . Peritos encontraram no buraco da garagem o lençol e o protetor de colchão.
Lourival disse que a bolsa de Anic foi encontrada no buraco da garagem de sua casa com outros pertences. No entanto, segundo os peritos, nada foi encontrado no local.
Inicialmente, Lourival disse que não teve ajuda para concretar o buraco e fez tudo sozinho. No entanto, após insistência de perguntas dos peritos, afirmou que teve ajuda para concretagem final.
Lourival disse que o buraco na garagem já havia sido feito para construção de uma sapata para contenção do muro. No entanto, após análise dos peritos, foi verificado que no local não fora construída uma sapata com funcionalidade estrutural, contendo apenas um treliça metálica superficial.
Relembre a reprodução simulada
Perita da Polícia Civil fez o papel de Anic na reprodução simulada
Carlos Miranda/g1
Lourival participou da reprodução simulada no dia 23 de outubro. Ele alega que encontrou com Anic em um shopping, depois foram para um motel em Itaipava.
Lá, ele afirma que teria desferido um único soco na vítima. Ele alega que, nesse momento, viu que ela tinha se urinado e estava sangrando pela boca.
Lourival afirma que voltou para o carro e pegou uma abraçadeira (enforca-gato), e que utilizou o apetrecho no pescoço da vítima para que ela parasse de sangrar. Segundo a Polícia Civil, Lourival matou Anic utilizando a abraçadeira plástica.
Lourival Fatica no local da reprodução simulada
Carlos Miranda/g1
Lourival disse que, depois de tentar limpar o sangue e a urina do chão jogando energético no piso do quarto, lavou fronhas que estavam com sangue e depois puxou o corpo de Anic até a garagem.
Ele ainda teria dito à camareira para lavar o lençol com sangue, alegando que Anic tinha menstruado e estava com vergonha. Lourival ofereceu R$ 200 para que ela lavasse o lençol.
Lourival no motel em Itaipava onde confessou ter matado Anic.
Rayssa Motta/ TV Globo
Por último, foi até sua casa, em Teresópolis, onde enterrou o corpo de Anic em um buraco que já tinha sido aberto. Ele afirmou que terminou o processo de concretagem depois de pelo menos um dia de trabalho, e que teria contado com a ajuda de um “rapaz” que o ajudou a fazer a massa de cimento para ocultar o corpo de Anic.
Polícia faz reprodução simulada na casa de Lourival Fatiga, em Teresópolis
Marcus Wagner/Intertv
No laudo, é dito que, quando foi perguntado o nome de quem o ajudou, Lourival foi interrompido por uma das advogadas.
Abraçadeira, conhecida como “enforca-gato”, foi o equipamento utilizado para matar Anic, aponta laudo
Reprodução
Resposta da defesa
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