A quase 8 mil km de Paris, Mayotte luta contra a falta d’água, a violência de gangues e a agitação social. Mais de três quartos da população vivem abaixo da linha de pobreza. Um ciclone devastou um território francês na costa da África.
Equipes de emergência nesta segunda-feira (16) buscaram sobreviventes e lutaram para limpar estradas bloqueadas e restaurar os serviços de água potável, eletricidade e telefonia. O arquipélago de Mayotte, com mais de 300 mil habitantes, é o território ultramarino mais pobre da França e fica na costa leste da África, entre Moçambique e Madagascar.
No fim de semana, o pior ciclone já registrado na região atingiu o arquipélago com ventos de mais de 200 km/h. Casas despencaram pelas encostas, coqueiros atravessaram telhados de prédios, barcos viraram e escombros cobriram os carros. Um morador de Mayotte capturou as consequências devastadoras do ciclone em Mamoudzou, a capital da ilha.
Ciclone devasta arquipélago de Mayotte, um território francês na costa da África
Jornal Nacional/ Reprodução
O prefeito de Mayotte, François-Xavier Bieuville, disse que as vítimas podem chegar a milhares. Autoridades francesas trabalham para estabelecer uma ponte aérea da Ilha da Reunião e facilitar a entrega de ajuda urgente.
O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, chegou à ilha e disse que a população permaneceu confinada e que houve pouca desordem pública. Um oficial francês informou que o hospital está funcionando novamente e que há água e eletricidade.
A França colonizou Mayotte em 1843 e, em um referendo em 1974, a população decidiu permanecer sob controle francês. A quase 8 mil km de Paris, Mayotte tem lutado contra a falta d’água, a violência de gangues e a agitação social. Mais de três quartos da população da ilha francesa vivem abaixo da linha de pobreza.
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