Andy Manis
Um estudante adolescente matou outro aluno e um professor ao abrir fogo, nesta segunda-feira (16), em sua escola no norte dos Estados Unidos, antes de ser encontrado morto, na enésima tragédia deste tipo que choca o país.
“Morreram três pessoas, entre elas o suposto autor dos disparos”, declarou Shon Barnes, o chefe de polícia de Madison, a capital de Wisconsin, estado do centro-oeste americano.
O suspeito, sobre o qual Barnes declinou informar idade e gênero, é um “aluno adolescente” matriculado no centro privado Abundant Life Christian School.
As duas vítimas fatais são um professor e um aluno, detalhou Barnes em coletiva de imprensa.
O chefe de polícia acrescentou que há seis estudantes feridos, dois dos quais estão entre a vida e a morte.
O presidente em fim de mandato dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou o “horrendo e inconcebível” ataque a tiros e afirmou que o incidente destaca uma vez mais a necessidade de endurecer as leis sobre armas.
“Necessitamos que o Congresso atue. Agora”, disse Biden em um comunicado.
Às 10h57 locais desta segunda (7h57 em Brasília), a polícia de Madison foi informada de um ataque a tiros em curso nesta escola privada cristã onde estudam cerca de 400 estudantes, do jardim de infância ao ensino médio.
O autor dos disparos “estava morto antes de nossa chegada”, esclareceu Barnes, detalhando que havia sido encontrada uma “arma de fogo” e que os policiais não haviam disparado.
O massacre ocorreu em apenas um lugar do estabelecimento. “Não sei se foi numa sala ou num corredor”, explicou.
“Não há outras ameaças ou perigos para a comunidade”, assegurou, dizendo desconhecer o motivo.
– ‘Prevenir’ –
“Acho que todos estamos de acordo que já chega”, declarou o chefe de polícia de Madison aos jornalistas.
“Temos que nos juntar para fazer tudo o que podemos para apoiar nossos alunos, para evitar que coletivas de imprensa como esta se repitam”, acrescentou Barnes, que foi professor antes de se tornar policial.
“Temos que fazer um trabalho melhor em nosso país e em nossa comunidade para prevenir a violência armada”, afirmou a prefeita de Madison, a democrata Satya Rhodes-Conway.
Os ataques com armas de fogo em escolas são frequentes nos Estados Unidos, onde há mais armas que pessoas e a regulação é frouxa, inclusive para comprar rifles de estilo militar.
As pesquisas mostram que a maioria dos americanos é favorável a controles mais rígidos sobre o uso e a compra de armas de fogo, mas um poderoso grupo de pressão rejeita mais restrições e o Congresso não chega a um acordo.
Este ano, houve pelo menos 487 ataques a tiros — definidos como um tiroteio com pelo menos quatro vítimas, mortas ou feridas — em todos os Estados Unidos, segundo a organização Gun Violence Archive.
Pelo menos 15.998 pessoas morreram este ano nos Estados Unidos por violência com armas de fogo, indica a fonte.
No início de setembro, um adolescente de 14 anos matou quatro pessoas, entre elas duas estudantes, em um instituto no estado da Geórgia, antes de ser detido.
Em maio de 2022, 19 alunos e dois professores morreram quando um jovem de 18 anos abriu fogo em sua escola de ensino fundamental em Uvalde, Texas.