Levantamento mostra que custo da cesta básica foi de R$ 628,33 em novembro deste ano. Pesquisa foi feita pela Secretaria de Planejamento (Seplan), que a partir de agora passa a fazer levantamento mensal na capital. Frutas em um supermercado em Boa Vista, Roraima
Caíque Rodrigues/g1 RR/Arquivo
O valor da cesta básica de alimentos em novembro deste ano custou R$ 628,33 ao trabalhador que vive em Boa Vista, valor é 7,1% maior que os R$ 586,83 registrados em outubro. Aumento se deve pela alta no preço do tomate e da carne nos mercados da capital.
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🍅 🥩 Em comparação a outubro deste ano, o tomate registrou um aumento de 24,5% no preço enquanto a carne, 21,9%. O valor da cesta básica em novembro corresponde a 44,4% dos R$ 1.412 do salário mínimo, quase metade.
🥧 O levantamento é da Secretaria de Planejamento (Seplan), órgão do governo estadual que começou a monitor o valor o custo mensal da cesta em outubro. A pesquisa foi feita com base na lista de produtos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que deixou de fazer pesquisas em Roraima em 2017.
Os preços da farinha e do óleo registraram variações expressivas entre os mercados em novembro de 15,3% e 13,3%, respectivamente, ultrapassando a marca de 10% no mês. Por outro lado, apenas três itens apresentaram queda nos preços: manteiga (-0,3%), feijão (-1,9%) e banana (-4,7%).
Entre os componentes da cesta básica, carne, tomate, pão e banana se destacaram, juntos, como responsáveis por 51,1% do custo total, conforme apontam os dados.
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Ao todo, foram pesquisados 14 alimentos que integram a cesta básica, considerando a quantidade mínima de cada item necessária para o mês. São eles:
Açúcar – 3 Kg;
Arroz – 3,6 Kg
Banana – 7,5 Kg
Café – 600 g
Carne – 2,25 Kg
Farinha – 3 Kg
Feijão – 4,5 Kg
Frango – 2,25 Kg
Leite – 6 L
Mandioca – 6 Kg
Manteiga – 750 g
Óleo – 750 ml
Pão – 6 Kg
Tomate – 9 Kg
🍞🥩 🍌 Valor da cesta básica em Boa Vista
Supermercado em Boa Vista
Caíque Rodrigues/g1 RR/Arquivo
Para chegar ao valor da cesta por mês, a Coordenação Geral de Estudos Econômicos e Sociais da Seplan dividiu a capital em oito zonas, separadas em 57 bairros. O levantamento foi feito em 67 mercados.
👍🏾 Assim como na pesquisa de outubro, a cesta mais barata segue sendo a cotada nos mercados localizados na Zona 5, composta pelos bairros: Centenário, Cinturão Verde, Jardim Tropical, Jóquei Clube, Olímpico, Professora Araceli Souto Maior, São Bento – nessa região, o valor médio foi de R$ 613,91.
👎🏾 O custo mais alto encontrado neste mês foi nos mercados da Zona 1, onde ficam os bairros: 1 de março, Caçari, Canarinho, Dos Estados, Nossa Senhora Aparecida, Paraviana, São Francisco, São Pedro – no valor de R$ 656,79.
Veja os bairros que correspondem a cada zona:
Zona 1: 31 de março, Caçari, Canarinho, Dos Estados, Nossa Senhora Aparecida, Paraviana, São Francisco, São Pedro.
Zona 2: Aeroporto, Caranã, Cauamé, Jardim Caranã, Jardim Floresta, Monte Cristo, Said Salomão, União.
Zona 3: 13 de setembro, Calunga, Centro, Marechal Rondon, Mecejana, Pricumã, São Vicente.
Zona 4: Asa Branca, Buritis, Caimbé, Cambará, Liberdade, Santa Tereza, Tancredo Neves.
Zona 5: Centenário, Cinturão Verde, Jardim tropical, Jóquei Clube, Olímpico, Profa. Araceli Souto Maior, São Bento.
Zona 6: Bela Vista, Distrito Industrial, Dr. Ayrton Rocha, Nova Cidade, Operário, Raiar do Sol, Vila Primavera.
Zona 7: Alvorada, Cidade Satélite, Dr. Sílvio Leite, Equatorial, Jardim Primavera, Murilo Teixeira, Psicultura.
Zona 8: Dr. Sílvio Botelho, Laura Moreira, Nova Canaã, Pintolândia, Santa Luzia, Senador Hélio Campos.
Agora, veja o valor da cesta básica identificado em cada uma das oito zona definidas pela Seplan:
Valor da cesta básica por zona territorial (em reais)
🫗 Estiagem pode ter influenciado aumentos
Rio Branco registra subida em nível após seca histórica em Boa Vista
Caíque Rodrigues/g1 RR/Arquivo
Para o secretário-adjunto de Planejamento, Fábio Martinez, o motivo do aumento dos valores no tomate e na carne em Boa Vista podem estar relacionados à estiagem no estado, que compreende os meses de outubro até abril.
Além disso, o aumento de vendas para Manaus (AM) também influenciou negativamente no valor do preço da carne.
“Apesar da pesquisa não abordar os motivos dos aumentos, a gente sabe que a questão da estiagem em si acabou impactando tanto os dois itens, mas a carne especificamente se deve muito ao aumento de vendas para Manaus, para o Amazonas, fazendo com que o produto se torne mais escasso e o preço acabe aumentando. Com o aumento da demanda o preço acaba se elevando”, explicou o secretário e economista ao g1.
Fábio Martinez destaca que embora esse valor tenha crescido na média geral da pesquisa, alguns mercados em Boa Vista não registraram aumento.
“A gente observa que dependendo da localidade aqui em Boa Vista, essa variação pode ser maior ou menor, tendo regiões onde inclusive os preços ficam bem mais baixos, por isso a importância de se fazer pesquisas. Ela pode ajudar a população a verificar quais são as regiões na capital que você consegue preços mais acessíveis para aqueles produtos do dia”.
📄 Como funciona a pesquisa
A pesquisa da Seplan aconsiste em monitorar a evolução do custo mensal dos itens presentes nas cestas básicas de alimentos em Roraima. Os dados permitirão uma compreensão clara do custo de vida local.
Para ter como base, a equipe técnica utiliza os mesmo indicadores que o Dieese atribui a outras 16 capitais brasileiras.
O levantamento mostrou que o valor da cesta básica em Boa Vista é 5,5% menor que em Belém, capital do Pará – a única cidade do Norte onde há pesquisa do Dieese.
Além disso, a cesta da capital roraimense é 31,8% mais barata que a da cidade de São Paulo, e 15,1% mais cara que a de Aracaju, que são as cidades com as cestas mais caras e baratas, respectivamente. No geral, Boa Vista segue sendo a sexta capital com o valor mais baixo.
🔎 Registros dos valores
Levantamento do g1 foi feito com base na lista de produtos usada pelo Dieese
Caíque Rodrigues/g1 RR/Arquivo
A proposta do estudo consiste em oferecer um indicador regional contínuo, por entender que a ausência dessas informações dificultam a análise precisa das variações de preços e do impacto da inflação sobre o poder de compra da população local, explicou o secretário-adjunto de Planejamento, Fábio Martinez.
“A partir de uma análise contínua, será possível identificar essas flutuações no custo de vida. Esses dados irão trazer mais transparência, além de ajudar no planejamento financeiro da população, possibilitando o acompanhamento das oscilações de preços e o impacto delas no seu orçamento ao final de cada mês”, frisou.
Ele acrescentou ainda que, com a pesquisa, será possível obter um parâmetro econômico de Roraima, criando referenciais para analisá-los.
O resultado da pesquisa está disponível no site da Seplan.
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