O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Kassio Nunes Marques, votou para manter Alexandre de Moraes como relator do inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado. Com isso, o placar final do julgamento ficou 9×1. Entre os indiciados está Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente que indicou Nunes Marques ao STF. Apenas o ministro André Mendonça voltou a favor do pedido da defesa de Bolsonaro.
Os defensores do ex-presidente apontavam conflito de interesses para tentar excluir Mores do comando do caso e de outros relacionados ao ex-presidente. O argumento é que o ministro seria parte ou diretamente interessado no caso.
Nunes Marques concordou com o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e outros sete ministros, que consideraram essa alegação sem fundamento. Alexandre de Moraes não votou, devido seu envolvimento pessoal com o caso.
Quem é ministro do STF indicado por Bolsonaro
Kassio Nunes Marques foi indicado ao STF por Bolsonaro em 2020, quando o até então ministro Celso de Mello decidiu antecipar a aposentadoria por motivos médicos.
Natural de Teresina, foi advogado por 15 anos, fez parte da Comissão Nacional de Direito Eleitoral e Reforma Política da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Piauí e também foi juiz do Tribunal Regional Eleitoral do estado.
Ele entrou para o TRF-1, de Brasília, em 2011, na cota de vagas para profissionais oriundos da advocacia. Ele foi escolhido pela então presidente Dilma Rousseff.
Relembre do que é acusado Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro foi indiciado, até agora, em três investigações. Além da organização de um golpe de Estado para impedir a posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele também é acusado pela PF por apropriação indevida de joias oferecidas pelo governo da Arábia Saudita e por fraude em cartões de vacina a seu benefício e de seus aliados.
*Com informações do Estadão Conteúdo