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Bebês trocados em hospital de Inhumas: polícia termina de ouvir pais e pede novo exame de DNA, diz advogado


Casal deu depoimento à polícia nesta quarta-feira (11), um dia depois dos pais do outro bebê também serem ouvidos. Funcionários do hospital devem prestar esclarecimentos nos próximos dias. Pais de bebês trocados em hospital vão à delegacia e encerram depoimentos de familiares
A Polícia Civil terminou de ouvir os pais dos bebês que foram trocados em um hospital de Inhumas, no centro de Goiás. Isamara Cristina Mendanha e Guilherme Luiz de Souza prestaram depoimento nesta quarta-feira (11). De acordo com Kuniyoshi Watanabe, advogado de um dos pais, o delegado do caso solicitou um novo exame de DNA.
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Isamara e Guilherme não falaram com a imprensa após prestarem depoimento. De acordo com o advogado Márcio Rocha, o casal falou sobre o dia do parto e sobre a convivência com a criança Yasmin Kessia da Silva e Cláudio Alves, pais do outro bebê, prestaram depoimento na terça (10).
“Por considerar que a descoberta partiu da Yasmin, os depoimentos da Isamara e do Guilherme são depoimentos complementares. Foram muito bem, apenas esclarecendo o que aconteceu, sem muitos detalhes em relação à situação, até porque eles nunca desconfiaram que pudesse ter havido qualquer tipo de situação dessa natureza, no que se refere a troca de bebês”, declarou Márcio.
Kuniyoshi Watanabe, advogado de Cláudio Alves, não soube informar se o exame de DNA solicitado pelo delegado é uma repetição do que já foi realizado pelos meninos e seus pais adotivos, ou se seria um exame cruzado entre os pais e seus supostos filhos biológicos. “Nós, advogados, não tivemos acesso a como seria o exame, eis que segue em segredo de justiça”, declarou.
O g1 tentou contato com o delegado Miguel Mota, que é responsável pelo caso, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
A Polícia Civil informou que novos depoimentos serão colhidos na quinta-feira (12) e na sexta-feira (13). Márcio Rocha acredita que funcionários do hospital devem falar à polícia.
A defesa do Hospital da Mulher, onde as crianças nasceram, informou que não irá se pronunciar até que as investigações sejam concluídas (leia nota completa abaixo).
Entenda o caso
Saiba como crianças foram trocadas em maternidade de Inhumas
Os bebês nasceram no dia 15 de outubro de 2021, um às 7h35 e o outro às 7h49, conforme relataram as famílias. Os partos foram realizados por equipes médicas distintas. Os pais afirmaram que não puderam acompanhar o nascimento dos filhos devido às restrições impostas durante o período da pandemia de Covid-19.
A troca foi descoberta após um dos casais se separar, pois Cláudio Alves solicitou um exame de DNA para comprovar a paternidade do filho. A ex-mulher, Yasmin Kessia da Silva, de 22 anos, também quis fazer o exame. “Se ele não fosse filho do Cláudio, também não era meu”, disse.
O exame foi realizado no dia 31 de outubro de 2024 e o laboratório pediu uma contraprova, que indicou que a criança não era filha de Yasmin nem de Cláudio.
“Eles disseram que o sangue do meu filho não era compatível com o meu. Eu pensei que era um erro. Mas veio a contraprova”, disse Yasmin.
A jovem se lembrou da família que estava no mesmo dia do nascimento do filho e conseguiu contato com eles por meio de um pastor. Após ela entrar em contato e contar o que houve, Isamara Cristina Mendanha, de 26 anos, e Guilherme Luiz de Souza, 27 anos, também fizeram o exame de DNA com o filho, que apresentou resultado incompatível de parentesco.
As famílias ainda não têm a prova de que o filho biológico de Yasmin é o que está com a família de Isamara. Ao g1, Cláudio afirmou que não fizeram a comprovação da paternidade dos pais biológicos porque precisa de autorização judicial. O pedido à Justiça já foi feito, mas até esta quarta-feira (11), nenhum resultado foi divulgado.
Meninos foram trocados após o nascimento em hospital de Inhumas, Goiás, denunciam pais
Reprodução/Arquivo Pessoal
As famílias disseram que as mães não tiveram nenhum acompanhamento durante o parto. Elas só se lembram de ver os filhos no quarto, depois que passou o efeito da anestesia. Nenhuma delas se lembra se havia pulseiras de identificação nas crianças, mas uma foto tirada logo após o parto mostra o filho de Yasmin com um bracelete (veja acima).
A jovem disse que passou mal durante o parto e não se lembra do que aconteceu na sala de recuperação. “Eu acordei e o bebê já estava do meu lado, minha mãe estava dentro do quarto. Eu me lembro de relances”, narrou Yasmin.
Já Isamara disse que chegou ao quarto antes do bebê, que foi levado até ela logo em seguida. “Eu levei a primeira roupinha do meu primeiro filho para colocar no segundo. E para mim, veio tudo certo [a roupinha do bebê]”, contou.
O marido de Isamara afirmou que sente que faltou cuidado e respeito com as famílias por parte do hospital, que recebeu a confiança deles. “É um pesadelo. Eu acho que ninguém deveria passar por isso. Esse é um erro que os profissionais da saúde jamais deveriam cometer”, afirmou Guilherme.
Para Yasmin Kessia da Silva, uma troca de bebês é algo difícil de ser feito. “Acredito que não tem como ter uma destroca. Foi muito tempo, muito cuidado, amamentando meu filho, que mama até hoje. O que queremos é a convivência como uma grande família com nossos filhos biológicos”, disse Yasmin.
Nota do Hospital da Mulher
No momento o hospital não irá se pronunciar até que as investigações sejam concluídas.
Como o caso está sob investigação policial e tramita em SIGILO por envolver menores de idade, o hospital está legalmente impedido de fornecer informações acerca do caso à imprensa, em obediência a Lei Geral de Proteção de Dados.
Pais Isamara Cristina Mendanha e Guilherme Luiz de Souza prestam depimento sobre a troca de bebês, em Goiás
Gilmara Roberto/g1 Goiás
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