Boletim da TV estatal chamou o presidente sul-coreano de ‘fantoche’ que jogou país no ‘caos’. Emissora deixou claro que lei foi revogada após ação da Assembleia Nacional. 13176825
A TV estatal da Coreia do Norte fez um boletim de notícias sobre a lei marcial da Coreia do Sul com 8 dias de atraso, nesta terça-feira (11). A emissora classificou o ocorrido como “caos” e chamou o Sul de “ditadura fascista”. Assista acima.
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Yoon decretou uma lei marcial na Coreia do Sul no dia 3 de dezembro. Naquele dia, o presidente argumentou que queria “limpar” o país de aliados da Coreia do Norte. A medida visava fechar a Assembleia Nacional e restringir direitos civis.
Em um boletim de notícias, a emissora estatal da Coreia do Norte afirmou que o presidente “fantoche” Yoon Suk Yeol decretou a medida de forma inesperada, chocando os sul-coreanos.
“O fantoche Yoon Suk Yeol, que já enfrentava uma grave crise de governança e impeachment, declarou lei marcial de forma inesperada e liberou as armas da ditadura fascista contra o povo”, disse a apresentadora.
“Este incidente chocante jogou toda a terra fantoche da Coreia do Sul no caos.”
A Coreia do Norte costuma chamar o Sul de “fantoche”, numa tentativa de afirmar que o país é controlado pelos Estados Unidos e aliados do Ocidente.
O boletim de notícias norte-coreano também deixou claro que a lei marcial havia sido revogada em menos de seis horas, após uma sessão emergencial da Assembleia Nacional.
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A lei marcial
Uma pessoa assiste à transmissão do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol fazendo um pronunciamento à nação, em uma estação ferroviária em Seul, Coreia do Sul
Kim Soo-hyeon/Reuters
O presidente da Coreia do Sul pegou o país de surpresa ao anunciar que estava decretando uma lei marcial, no dia 3 de dezembro. A medida gerou uma série de reações negativas e protestos.
Ao anunciar a lei marcial, o presidente Yoon fez críticas à oposição. “Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas”, disse.
O decreto veio em um contexto de baixa aprovação do presidente e de trocas de farpas com a Assembleia Nacional, que é controlada por deputados da oposição.
Veja a seguir um resumo do que aconteceu:
Com a aplicação da lei, todas as atividades políticas, incluindo manifestações, foram proibidas.
O acesso à Assembleia Nacional foi fechado, e forças especiais da polícia foram enviadas para conter manifestantes. A imprensa também passou a ser controlada pelo governo.
A oposição acusou o presidente de estar usando o conflito com a Coreia do Norte para controlar a Assembleia Nacional. Atualmente, a grande maioria dos parlamentares se opõe ao governo de Yoon.
Mesmo com a Assembleia fechada, os deputados conseguiram entrar no edifício e fizeram uma sessão de emergência na qual declararam a lei marcial inválida.
A medida do presidente também causou reações negativas dentro do próprio governo.
Milhares de sul-coreanos foram às ruas para uma manifestação contra a medida.
Yoon anunciou que iria revogar a lei após a votação dos deputados.
Dias depois, o presidente acabou sendo alvo de um pedido de impeachment, que foi rejeitado na Assembleia Nacional.
Na terça-feira (10), o gabinete do presidente foi alvo de uma operação policial sobre a lei marcial. Yoon passou a ser investigado criminalmente por insurreição. Já o ex-ministro da Defesa, apontando como mentor do decreto, foi preso.
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